CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O PAI NOSSO NO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA



..........[2777] Na liturgia romana, a assembleia eucarística é convidada a orar ao nosso Pai com ousadia filial. As liturgias orientais utilizam e desenvolvem expressões análogas: « Ousar com toda a segurança », « tomai-nos dignos de ». Diante da sarça ardente foi dito a Moisés: « Não te aproximes. Descalça as sandálias » (Ex 3,5). Este umbral da santidade divina, só Jesus o podia franquear, Ele que, « tendo realizado a purificação dos pecados » (Hb 1,3), nos introduz perante a face do Pai: « Eis-me, a mim e aos filhos que Deus Me deu! » (Hb 2,13): « A consciência que temos da nossa situação de escravos far-nos-ia sumir sob o chão, a nossa condição terrena dissolver-se-ia em pó, se a autoridade do próprio Pai e o Espírito do Seu Filho não nos levasse a soltar este grito dizendo: "Deus mandou o Espírito do Seu Filho aos nossos corações clamando Abba, ó Pai!" (Rm 8,15) [...]. Quando é que a fraqueza dum mortal se atreveria a chamar a Deus seu Pai, senão somente quando o íntimo do homem é animado pelo poder do alto? » (21)..........[2778] Este poder do Espírito que nos introduz na oração do Senhor é expresso, nas liturgias do Oriente e do Ocidente, pela bela expressão tipicamente cristã: « parrêsía », simplicidade sem desvio, confiança filial, segurança alegre, ousadia humilde, certeza de ser amado (22)
.....[2779] II. « Pai! »
..........[2779] Antes de fazermos nosso este primeiro impulso da oração do Senhor, convém purificar humildemente o nosso coração de certas falsas imagens « deste mundo ». A humildade faz-nos reconhecer que « ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho Se dignar revelá-Lo », quer dizer « os pequeninos » (Mt 11,25-27). A purificação do coração refere-se às imagens paternas ou maternas provenientes da nossa história pessoal e cultural, que influenciam o nosso relacionamento com Deus. É que Deus, nosso Pai, transcende as categorias do mundo criado. Transpor para Ele ou contra Ele, as nossas ideias neste domínio, seria fabricar ídolos, a adorar ou a derrubar. Orar ao Pai é entrar no seu mistério, tal como Ele é e tal como o Filho no-Lo revelou: « A expressão Deus Pai nunca tinha sido revelada a ninguém. Quando o próprio Moisés perguntou a Deus quem era, ouviu um nome diferente. A nós, este nome foi revelado no Filho; porque este nome (de Filho) implica o nome de Pai » (23)..........[2780] Nós podemos invocar Deus como « Pai », porque Ele nos foi revelado pelo seu Filho feito homem e porque o seu Espírito no-Lo faz conhecer. A relação pessoal do Filho com o Pai (24), que o homem não pode conceber nem os poderes angélicos podem entrever, eis que o Espírito do Filho nos faz participar dela, a nós que cremos que Jesus é o Cristo e que nascemos de Deus (25)..........[2781] Quando oramos ao Pai, estamos em comunhão com Ele e com o seu Filho Jesus Cristo (26)..........[2782] Nós podemos adorar o Pai porque Ele nos fez renascer para a sua vida adoptando-nos por seus filhos no seu Filho Único: pelo batismo, incorpora-nos no corpo do seu Cristo; e pela Unção do seu Espírito, que da Cabeça se derrama pelos membros, faz de nós « cristos »: « Deus, que nos predestinou para a adopção de filhos, tornou-nos conformes ao corpo glorioso de Cristo. Doravante, pois, participantes de Cristo, sois com todo o direito chamados "cristos" » (27). « O homem novo, que renasceu e foi restituído ao seu Deus pela graça, começa por dizer, "Pai!", porque se tornou filho » (28)..........[2783] Deste modo, pela oração do Senhor, nós somos revelados a nós próprios, ao mesmo tempo que nos é revelado o Pai (29): « Ó homem, tu não ousavas levantar o teu rosto para o céu, baixavas os teus olhos para a terra, e de repente recebeste a graça de Cristo: todos os pecados te foram perdoados, de mau servo tornaste-te bom filho [...]. Portanto, ergue os olhos para o Pai que te resgatou pelo seu Filho e diz: pai nosso [...]. Mas não reivindiques para ti algo de especial. Só de Cristo é que Ele é Pai de modo especial, de todos nós é Pai em comum; porque só a Ele gerou, ao passo que a nós, criou-nos. Portanto, por graça, diz também tu "pai nosso", para mereceres ser filho » (30)..........[2784] Este dom gratuito da adopção exige da nossa parte uma conversão contínua e uma vida nova. Orar ao nosso Pai deve desenvolver em nós duas disposições fundamentais: O desejo e a vontade de nos parecermos com Ele. Criados à sua imagem, é pela graça que a semelhança nos é restituída e a ela devemos corresponder. « Devemos lembrar-nos de que, quando chamamos a Deus « pai nosso », temos de nos comportar como filhos de Deus » (31). « Vós não podeis chamar vosso Pai ao Deus de toda a bondade se conservardes um coração cruel e desumano; porque, nesse caso, já não tendes a marca da bondade do Pai celeste » (32). « Devemos contemplar incessantemente a beleza do Pai e impregnar dela a nossa alma » (33)..........[2785] Um coração humilde e confiante que nos faça « voltar ao estado de crianças » (Mt 18,3): porque é aos « pequeninos » que o Pai Se revela (Mt 11,25): É um estado « que se forma contemplando a Deus somente, com o ardor da caridade. Nele, a alma funde-se e abisma-se em santa dilecção e trata com Deus como com o seu próprio Pai, muito familiarmente, numa ternura de piedade muito particular » (34). « pai nosso - que haverá de mais querido para os filhos do que o pai? - Este nome suscita em nós ao mesmo tempo o amor, o afecto na oração, [...] e também a esperança de obter o que vamos pedir [...]. De fato, que pode Ele recusar à súplica dos seus filhos, quando já previamente lhes permitiu que fossem filhos seus? » (35)
.....[2786] III. Pai « nosso »
..........[2786] Pai « nosso » refere-se a Deus. Pela nossa parte, o adjetivo « nosso » não exprime uma posse, mas sim uma relação totalmente nova com Deus...........[2787] Quando dizemos Pai « nosso », reconhecemos, antes de mais nada, que todas as suas promessas de amor, anunciadas pelos profetas, se cumpriram na Nova e eterna Aliança no seu Cristo: nós tornámo-nos o « seu » povo e Ele é doravante o « nosso » Deus. Esta relação nova é uma pertença mútua, dada gratuitamente: é por amor e fidelidade (36) que temos de responder « à graça e à verdade » que nos foram dadas em Cristo Jesus (37)..........[2788] Uma vez que a oração do Senhor é a do seu povo nos « últimos tempos », este « nosso » exprime também a certeza da nossa esperança na última promessa de Deus: na Jerusalém nova, Ele dirá ao vencedor: « Eu serei o seu Deus e ele será o meu Filho » (Ap 21,7)..........[2789] Rezando ao « nosso » Pai, é ao Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que nós nos dirigimos pessoalmente. Não dividimos a divindade, pois que o Pai é a sua « fonte e origem », mas confessamos desse modo que o Filho é por Ele gerado eternamente e que d'Ele procede o Espírito Santo. Também não confundimos as Pessoas, pois confessamos que a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo no seu único Espírito Santo. A Santíssima Trindade é consubstancial e indivisível. Quando rezamos ao Pai, adoramo-Lo e glorificamo-Lo com o Filho e o Espírito Santo...........[2790] Gramaticalmente, « nosso » qualifica uma realidade comum a vários. Há um só Deus, que é reconhecido como Pai por aqueles que, pela fé no seu Filho Único, renasceram d'Ele pela água e pelo Espírito (38). A Igreja é esta nova comunhão de Deus com os homens; unida ao Filho Único, que se tornou o « primogénito de muitos irmãos » (Rm 8,29), ela está em comunhão com um só e mesmo Pai, num só e mesmo Espírito Santo (39). Ao rezar Pai « nosso », cada baptizado reza nesta comunhão: « A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma » (At 4,32)..........[2791] É por isso que, apesar das divisões dos cristãos, a oração ao « nosso » Pai continua a ser um bem comum e um apelo premente para todos os batizados. Em comunhão pela fé em Cristo e pelo batismo, eles devem participar na oração de Jesus pela unidade dos seus discípulos (40)..........[2792] Por fim, se rezamos em verdade o « Pai-nosso », saímos do individualismo, pois o Amor que nós acolhemos dele nos liberta. O « nosso » do princípio da oração do Senhor, tal como o « nos » das quatro últimas petições, não é exclusivo de ninguém. Para que seja dito em verdade (41)..........[2793] Os baptizados não podem dizer Pai « nosso », sem levar até junto d'Ele todos aqueles por quem Ele deu o seu Filho bem-amado. O amor de Deus é sem fronteiras; a nossa oração deve sê-lo também (42). Rezar Pai « nosso » abre-nos às dimensões do seu amor manifestado em Cristo: orar com e por todos os homens que ainda O não conhecem, para que sejam « reunidos na unidade » (43)
.....[2794] IV. « Que estais nos céus »
..........[2794] Esta expressão bíblica não significa um lugar (« o espaço »), mas um modo de ser; não é o distanciamento de Deus, mas a sua majestade. O nosso Pai não está « algures », está « para além de tudo » o que podemos conceber da sua santidade. E é por ser três vezes santo que Ele está mesmo junto do coração humilde e contrito: « É com razão que estas palavras: "pai nosso que estais nos céus" se referem ao coração dos justos, nos quais Deus habita como em seu templo. Por isso, também aquele que ora há-de desejar ver morar em si Aquele a quem invoca » (44). « Os "céus" também poderiam muito bem ser aqueles que trazem em si a imagem do mundo celeste e em quem Deus mora e passeia » (45)..........[2795] O símbolo dos céus remete-nos para o mistério da Aliança que nós vivemos, quando rezamos ao Pai. Ele está nos céus: é a sua morada. A casa do Pai é, pois, a nossa « pátria ». Foi da terra da Aliança que o pecado nos exilou (46), e é para o Pai, para o céu, que a conversão do coração nos faz voltar (47). Ora, foi em Cristo que o céu e a terra se reconciliaram (48), porque o Filho « desceu do céu », sozinho, e para lá nos faz subir juntamente consigo, pela sua cruz, ressurreição e ascensão (49)..........[2796] Quando a Igreja reza « pai nosso que estais nos céus », professa que somos o povo de Deus já sentado nos céus em Cristo Jesus (50) escondidos com Cristo em Deus (51) e que, ao mesmo tempo, « gememos nesta tenda, ansiando por revestir-nos da nossa habitação celeste » (2Cor 5,2) (52): Os cristãos « estão na carne, mas não vivem segundo a carne. Passam a vida na terra, mas são cidadãos do céu » (53)
.....[2797] RESUMO
..........[2797] A confiança simples e fiel, a segurança humilde e alegre são as disposições que convêm a quem reza o Pai-Nosso...........[2798] Podemos invocar Deus como « Pai », porque no-Lo revelou o Filho de Deus feito homem, em quem, pelo batismo, somos incorporados e adoptados como filhos de Deus...........[2799] A oração do Senhor põe-nos em comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. E, ao mesmo tempo, revela-nos a nós mesmos (54)..........[2800] Rezar ao nosso Pai deve fazer crescer em nós a vontade de nos parecermos com Ele e criar em nós um coração humilde e confiante...........[2801] Ao dizermos Pai « nosso », invocamos a Nova Aliança em Jesus Cristo, a comunhão com a Santíssima Trindade e a caridade divina que, através da Igreja, se estende às dimensões do mundo...........[2802] A expressão « que estais nos céus » não designa um lugar, mas sim a majestade de Deus e a sua presença no coração dos justos. O céu, a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria, para onde caminhamos e à qual desde já pertencemos.
http://www.pr.gonet.biz/catecismo.php?search=pai%20nosso

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