Medidor
de batimentos cardíacos, contador de calorias, oftalmologista de bolso,
termômetro, sonar para ouvir o coração do bebê ainda na barriga da mãe,
tudo isso em apenas um aparelho: o celular. As funções acima são
ofertadas por aplicativos para smartphones voltados para a área de saúde
e bem-estar. Cada vez mais populares, esses apps devem gerar cerca de
142 milhões de downloads em todo o mundo em 2016, de acordo com pesquisa
da empresa Juniper Research, que avalia o mercado de softwares para
celulares. Mas em que medida esses recursos tecnológicos móveis são
confiáveis?
“No
Brasil, não existe hoje um programa do governo para fazer avaliação
desses aplicativos”, diz Ivan Torres Pisa, que é professor do
departamento de Informática em Saúde da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp). Ele comenta que a agência norte-americana que regula
alimentos e medicamentos (FDA) está de olho nesses sistemas e passou a
auditá-los. “Nos Estados Unidos, a avaliação desses softwares ficou tão
importante quanto a de medicamentos e hardwares para saúde”, afirma
Pisa.
A
universitária Karoline Bonome avaliou 154 aplicativos para celular
destinados para a área de saúde e bem-estar. Desses, 50 foram analisados
também por profissionais da área médica. No geral, os direcionados aos
médicos foram considerados melhores.
“O
profissional sabe usar bem melhor os aplicativos que os pacientes. No
caso de softwares destinados aos pacientes, o aplicativo tem de estar
muito bem desenhado. Caso contrário, isso gera muita dificuldade para o
usuário”, diz Karoline, que alerta para a necessidade de se acompanhar a
qualidade da informação que está sendo divulgada pelos aplicativos.
Atenção
Enquanto
esse controle da qualidade da informação não chega, a orientação é usar
as ferramentas com bom senso e desconfiar das promessas milagrosas. “A
motivação para a FDA iniciar o monitoramento desses aplicativos foi a
aparição de programas que prometiam cura de doenças ou o diagnóstico,
mas sem qualquer tipo de respaldo científico para isso”, afirma Pisa. Um
exemplo disso é o AcneAPP, que promete desaparecer com espinhas e
cravos por meio da luz do celular.
Softwares
que estimam o risco do usuário ter câncer ou que têm como função fazer
outros tipos de diagnóstico também são o terror dos médicos. “Os
aplicativos que trabalham como um apoio para te ajudar a fazer um
controle do seu cotidiano, para depois passar ao profissional médico,
são mais positivos que aqueles que fecham um diagnóstico e até indicam
um tratamento”, diz a coordenadora do mestrado em Tecnologia da Saúde da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Márcia Regina
Cubas.
Avaliação
A
universitária Karoline Bonome, da Universidade Federal de São Paulo,
analisou 150 aplicativos para celulares de área de saúde e bem-estar em
língua portuguesa. Profissionais da área médica analisaram também 50
aplicativos. No geral, os softwares direcionados aos médicos foram
considerados melhores. A intenção é atualizar anualmente o arquivo e
formatá-lo de uma maneira que seja mais atraente para os usuários.
Gazeta do Povo
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