Morreu nesta segunda-feira um dos maiores ídolos da história do Clube
de Regatas do Flamengo. Luiz Carlos Nunes da Silva, ou simplesmente
Carlinhos, não resistiu a uma insuficiência cardíaca e faleceu aos 77
anos. Apelidado de Violino, ele foi bicampeão carioca e faturou o título
do Rio-São Paulo como jogador na década de 1960. Já como técnico,
ergueu as taças de campeão brasileiro em 1987 e 1992 (tendo participação
decisiva também em 1983) e também acumulou Campeonatos Cariocas e
venceu a Copa Mercosul de 1999. Carlinhos é considerado um dos maiores
treinadores da história do Flamengo.
Ele sofria com problemas de saúde há alguns anos e teve até que amputar
um dos dedos do pé devido à elevação da taxa de ácido úrico no
organismo. Carlinhos ainda precisou colocar pontes de safena porque o
seu sistema circulatório já não era o mesmo. Nesta segunda-feira, porém,
sofreu insuficiência cardíaca e não teve forças para resistir. Dia
triste para o futebol brasileiro. O velório de Carlinhos será nesta
terça-feira, na sede social do Flamengo, das 10h às 14h.
Luiz Carlos Nunes da Silva era um dos seres humanos mais identificados
com a torcida do Flamengo. Volante de classe, elegância e precisão (o
que lhe rendeu o apelido
de Violino), Carlinhos só vestiu a camisa rubro-negra em toda a
carreira. De 1958 a 1969, participou das conquistas de dois campeonatos
estaduais (1963 e 1965) e também foi campeão do Torneio Rio-São Paulo
(1961).
Neste período como atleta, Carlinhos se tornou um dos maiores
defensores da história do Flamengo. Sua técnica refinada e jeito
tranquilo lhe renderam, por exemplo, o Prêmio Belfort Duarte, por nunca
ter sido expulso de campo. Um dos gestos mais lembrados de sua carreira,
contudo, foi protagonizado quando ele se aposentou. Na ocasião, o ídolo
repetiu o que Biguá fez no início de sua carreira e deu a sua chuteira a
um meio-campista jovem e apenas promissor na Gávea à época: Arthur
Antunes Coimbra, que mais tarde cavaria um lugar na história como Zico.
Foi como técnico, porém, que Carlinhos se eternizou na história do
Flamengo. Ele recebeu sua primeira oportunidade como treinador ao
substituir Paulo César Carpegiani, em 1983. Naquele ano, fez parte da
conquista do tricampeonato brasileiro, já que assumiu o time como
interino na campanha que teria Carlos Alberto Torres como comandante
final.
TERRA
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