CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 29 de agosto de 2015

CUIDADO COM A EDUCAÇÃO DE SUA CRIANÇA

Mais do que a genética, as experiências vivenciadas na infância são determinantes para moldar o funcionamento cerebral

Excesso de obrigações na infância pode prejudicar desenvolvimento das crianças Bruno Alencastro/Agencia RBS
 
 
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
 
 
Jaqueline Sordi


Alexandre Magno ainda não era "o Grande" mas, antes dos 13 anos, já tinha aulas de retórica e política com Aristóteles, preparava-se para comandar exércitos e logo se tornaria rei da Macedônia. Assim como ele, em 300 a.C, milhares de crianças assumiam responsabilidades para além de suas capacidades e eram tratadas como adultos. A ideia da infância, então, não existia — muito menos conhecimentos sobre este período da vida.
Nos anos 2000 d.C., tornou-se comum deparar com crianças atuando como modelos, atrizes, cantoras ou apresentadoras de televisão, trilhando um caminho no qual precocemente o futuro profissional já é uma preocupação — sob o incentivo dos pais. Neste século, entretanto, os estudos sobre a infância e a importância dessa etapa para o desenvolvimento do indivíduo já estavam esclarecidos pela ciência.
Tema controverso e pulsante nos debates entre psicólogos, pediatras e pesquisadores, o chamado "encurtamento da infância" — motivado pelo excesso de atividades e de obrigações atribuídas aos pequenos — preocupa especialistas de diferentes áreas, e deixa os pais sem saber como agir frente às pressões da sociedade. Depois de décadas de estudos e mudanças comportamentais que permitiram às crianças terem o seu tempo de amadurecimento, de brincar e estabelecer laços afetivos, fica a pergunta sobre o que estaria levando a um retrocesso nesse processo.
Devo colocar meu filho em mais de uma atividade extracurricular? Se o colega já fala dois idiomas, não está na hora de fazer meu filho aprender mais um? Essas e outras questões têm levado as crianças a ficarem sobrecarregadas de atividades e, os pais, a exigirem cada vez mais dos pequenos. O resultado, diferentemente do que se pensava há algumas décadas, não são adultos mais preparados para enfrentar os desafios do mundo. São pessoas com dificuldades emocionais e, suspeita-se, também distúrbios biológicos.

<>
Pesquisas recentes afirmam que, ainda mais do que a genética, as experiências vivenciadas durante a infância — período que vai até os 12 anos — são determinantes para moldar o funcionamento cerebral diante de situações estressantes, desafiadoras e frustrantes. Frente a isso, nada mais correto do que encher as crianças de atividades e prepará-las, o quanto antes, para lidar com os desafios do mundo, correto? Não necessariamente.
Um dos temas centrais da 36ª Jornada Anual do Centro de Estudos, Atendimento e Pesquisa da Infância e Adolescência (Ceapia), que ocorre neste final de semana em Porto Alegre, o excesso de estímulos atribuídos aos pequenos — e as consequências desse padrão de educação — apontam para a necessidade de uma desaceleração na rotina dos filhos.
— Estas crianças estão tão atribuladas que não experimentam mais prazer em atividades singelas como brincar de esconder, pular corda e soltar pandorgas, fundamentais para o amadurecimento psicológico e emocional — alerta a psiquiatra e psicanalista da Infância e da Adolescência Maria Lucrécia Zavaschi.
Segundo a especialista, hoje vivemos um tempo em que as influências externas, seja pela TV, pela internet ou até pelos outdoors das ruas, chegam às crianças com a mesma intensidade que para os adultos. Por isso, é dever dos pais ajudar os pequenos a filtrar o que realmente é importante para o seu desenvolvimento, em vez de inseri-los nesta lógica de aceleração do tempo e pressão para alcançar o melhor desempenho a todo instante:
— Eles, os adultos, sabem melhor do que as crianças quais as necessidades básicas de seus filhos, quais as influências benéficas e quais as prejudiciais para um bom desenvolvimento. Convém que os adultos sejam os reguladores da qualidade e do tempo dos estímulos aos quais serão submetidas suas crianças. O excesso de exigências e responsabilidades na infância pode levar a pessoas com dificuldades em diversos aspectos da vida. 


TODA A REPORTAGEM ESTÁ NO DIÁRIO GAÚCHO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EXPRESSE O SEU PENSAMENTO AQUI.