CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 28 de julho de 2016

HOMILIA DESTA QUINTA

Mt 13,47-53
1. Essa parabola se encontra somente em Mt e se assemelha muito à parabola do trigo e do joio. Também, no geral, mostra a paciência de Deus e a impaciência de quem deseja que tudo seja transformado a todo custo. Deus respeita o tempo dos homens. O contexto faz referência ao final de uma jornada de trabalho. Para os Pescadores não existe outro objetivo senão de pegar muitos bons peixes. O pior acontece quando não pegam nada (cf. Jo 21,3). A referência aos “peixes bons” quer significar homens e mulheres que procuram, no seu dia a dia, fazer a vontade de Deus. São aqueles que colocam Deus em primeiro plano, aqueles que estão sempre na visão do Senhor. Por outro lado, os “peixes maus” indicam aqueles que, desprezando a vontade de Deus, entregam-se aos seus próprios desejos, seus ideais e, ainda, além de agirem contra si mesmos, fazem de suas vidas instrumentos de transtornos para os demais, causando-lhes males terríveis. Os ditos “peixes maus” são também aqueles que praticam toda sorte de inveja, discórdia, maledicências, divisões, egoísmo, corrupção e exploração dos seus semelhantes e da natureza.
2. O texto responde qual será o resultado para quem vive fazendo o mal: a fornalha ardente, imagem tirada do lixão da cidade, onde se queima continuamente os detritos; há alí um fogo permanente para se queimar tudo. Em Israel é um vale chamado GEENA, onde, na época dos reis, havia uma fornalha até para sacrificar os falsos deuses Moloch. Tal imagem indica o inferno, estado de quem desprezou o bem, de quem abandonou a Palavra de Deus, daqueles que fizeram opções por si mesmos. O fogo ardente se torna símbolo de exclusão e de condenação. No final, o que acontece aos que abandonaram a vida em comunhão com Deus é o resultado de uma auto-exclusão, de uma abandono a si mesmo. Deus não exclui ninguém e nem deseja que isso aconteça, mas respeita a liberdade de escolha de cada um. Negar que exista condenação significa negar a própria liberdade de escolha. Deus nos fez livres para dizer sim a Ele, mas infelizmente o não foi acrescentado pela limitação humana. O inferno não é, certamente, um fim, pois nosso único FIM é Deus. FIM no sentido de objetivo supremo, finalidade de nossa existência.
3. O inferno não é um lugar, mas um estado de alma; é uma situação que não será desfeita na vida daquele ou daquela que, livremente, desprezaram a salvação oferecida por Deus; não é um fogo material, mas o queimor na alma, uma angústia sem medidas, uma solidão desesperadora, uma profunda falta de sentido, um vazio sem limites, uma vontade de morrer absurda sem condição nenhuma de morte, um ódio tremendo a si mesmo, mas sem condições de auto-destruição.
4. Quanto ao doutor da Lei, comparando-o ao pai de família, Jesus ensina que a educação dos filhos se dá mediante a transmissão de tudo o que os pais aprenderam de bom na vida. Os filhos aprendem com a sabedoria dos pais. O mesmo deve ser feito pelos doutores da lei. Eles estudaram a Lei de Deus, aprenderam a verdade sobre Deus a partir do AT, são especialistas nas Sagradas Escrituras do AT. Devem eliminar tudo isso depois do encontro com Jesus? Não, absolutamente. Pelo contrário, devem conceber todo seu aprendizado como preparação para o NOVO que acabaram de conhecer, a fim de entenderem melhor o NT e seguirem firmes, bem enraizados com as coisas “velhas e novas”, isto é, com o Antigo Testamento e a realização dele no Novo Testamento, por meio de Jesus Cristo, que, uma vez encontrado, não despreza a Lei e os profetas, mas os conserva e os plenifica na continuidade do projeto de Deus realizado absolutamente em Cristo.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo  Colaborador do Blog.





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