Dois homens armados com facas invadiram igreja da Normandia durante uma missa.
Três reféns ficaram feridos; Hollande diz que ataque foi terrorista.
Um padre foi degolado nesta terça-feira em uma tomada de reféns em uma igreja
no norte da França, um ataque que aumenta a tensão no país, atingido nos
últimos 18 meses por vários atentados terroristas.
Os dois criminosos que agiram na igreja, localizada em Saint-Etienne-du-
Rouvray, a 125 quilômetros de Paris, foram abatidos pela polícia, informou o
ministério do Interior francês.
O arcebispo da cidade vizinha de Rouen, Dominique Lebrun, indicou que a vítima se chamava Jacques Hamel e tinha 84 anos.
Um padre foi assassinado e outro refém estava "entre a vida e a morte",
informaram fontes policiais e do ministério. Três reféns foram liberados e estão
sãos e salvos, acrescentou a mesma fonte.
Não se sabem as motivações dos dois criminosos, que morreram durante a
operação lançada pela Brigada de Busca e Intervenção (BRI) de Rouen, mas a investigação está a cargo da seção antiterrorista.
Esta tomada de reféns ocorre num contexto de alta tensão na França, doze dias
depois de um atentado em Nice (sudeste) que deixou 84 mortos e mais de 300
feridos.
O ataque de Nice foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Também ocorre no dia da inauguração em Cracóvia (Polônia) da Jornada
Mundial da Juventude, um encontro mundial de católicos que contará com a participação do papa Francisco.
O presidente francês, François Hollande, e o ministro do Interior, Bernard
Cazeneuve, se dirigiam ao local do crime.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que os franceses "permanecerão unidos" diante deste "ataque bárbaro".
Imagens dos meios de comunicação mostravam vários veículos de emergência
no local do incidente e ruas bloqueadas.
A França, que foi alvo de três ataques de grande porte nos últimos 18 meses - 17 mortos em janeiro de 2015, 130 mortos em 13 de novembro deste ano e 84
mortos no dia 14 de julho - vive afundada no medo de novos ataques.
Vários ataques na Alemanha nos últimos dias, alguns deles reivindicados pelo
grupo Estado Islâmico, também aumentaram os temores na Europa.
Depois do ataque em Nice, a França estendeu por seis meses o estado de emergência, em vigor desde os atentados terroristas de 13 de novembro de
2015 em Paris.
Este regime dá à polícia poderes adicionais.
Em sua propaganda e seus comunicados de reivindicação, o grupo Estado
Islâmico convoca a atacar os líderes "cruzados" ocidentais e o "reino da Cruz",
uma expressão que faria referência à Europa.
A ameaça de um ataque contra um local de culto cristão estava na mente de
todos na França, sobretudo depois que um projeto de atentado contra uma igreja católica nos arredores de Paris em abril de 2015 foi abortado.
AFP
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