CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 30 de maio de 2017

PENSEMOS NO SENHOR

Jo 16,29-33
1. “Eis, agora falas claramente e não usas mais figuras. Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto, cremos que vieste da parte de Deus”. Num contexto em que se trata de questões, como o retorno e a volta de Jesus, e também a alegria dos discípulos, o texto de hoje apresenta três partes importantes, que envolvem o entusiásmo dos discípulos, uma resposta de Jesus não esperada pelos Seus discípulos e uma admoestação não desanimadora para eles. Quanto ao entusiásmo deles, há, sim, uma manifestação de alegria, seguida também por uma ingenuidade diante do mistério que é Jesus. Aqui não se tem ainda uma lucidez de fé, como a que tiveram ao experimentar o Cristo ressuscitado. Vê-se que são “verdes” no modo como falam e expressam o que sentem. Faltava-lhes o conhecimento de Jesus pela dor, isto é, pela cruz, pela rejeição e excomunhão da vida religiosa de Israel e da sociedade. Eles teriam que conhecer o Mestre Crucificado, morto como um bandido, um “maldito de Javé” (cf. Dt 21,23).
2. “Respondeu Jesus: Credes agora? Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só”. A resposta de Jesus, já de inínico, revela a fragilidade do entusiásmo dos discípulos, porque é como se eles falassem a partir de uma manifestação racional, de uma ignorância quanto à realidade de uma vida doada, que exige renúnicas, sofrimentos, cansaços, dores, cruz e até morte por causa do que se ama. Além disso, é como se eles tivessem presos àquele homem, que fala com autoridade, que ama como ninguém nunca amou na face da terra, que realiza milagres, que se preocupa com todos, e que é inteligentíssimo. Nesse caso, a visão deles é de quem encontrou um homem perfeito, mas não o Senhor e Salvador. Tal visão é combatida por Jesus, que lança diante dos Seus a vergonha de ser abandonado por eles, justamente os que se dizem conhecedores do Mestre. Pois bem, vão abandoná-lo, como covardes, porque a imagem que tem do Mestre não é aquela que brota da verdadeira fé, que é dom e dom pascal. Na verdade, Jesus é abandonado por aqueles que mantém a visão do mundo, os apegos mundanos, as ilusões dos sonhos humanos. A grande vergonha acontecerá quando descobrirem que o “grande homem” é, realmente, o Senhor.
3. “Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, terei tribulações. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo”! Ao dizer que ia ser abandonado, Jesus não queria destruir as esperanças dos Seus discípulos. Nas Suas palavras há uma profunda exigência de maturidade na fé, que só será possível pela descoberta da verdade sobre Jesus, pela coragem de enfrentar os desafios de um mundo que odeia a verdade, o amor e a vida, pela decisão de ficar do lado de quem serve, que faz de sua vida um dom, que não teme a morte, mas que se coloca absolutamente para o bem do outro, mesmo que para si venha o abandono, a rejeição e, até mesmo, a excomunhão, por causa da fidelidade a Deus e à salvação da humanidade. Somente do lado certo, do lado da Verdade, que é Cristo, é que eles vão encontrar a paz, mesmo no meio da “guerra”, da perseguição e das tribulações; somente por meio da adesão total a Cristo Ressuscitado, certos da vitória por Ele realizada, Seus discípulos, Sua Igreja vencerá e manifestará ao mundo a alegria dos filhos de Deus. Mesmo vivendo em oração eficaz, em alegria e visão de Deus, a Igreja enfrentará provação, falência e desprezo, mas deve ser, continuamente, vigilante, sem nenhuma presunção, mas toda obediente, voltada para Deus, e totalmente à serviço da salvação na qualidade de Serva no Servo Jesus Cristo.
Um forte e carinhoso abraço.
JOSÉ ERINALDO

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