CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 31 de julho de 2017

HOMILIA DIÁRIA


Mt 13,31-35
1. A comparação com um grão de mostarda revela alguns pontos importantes a serem aprofundados. Vemos primeiro ao mistério da Encarnação do Verbo. Ele sendo Deus quis ser um ser humano, num contexto social desvalorizado, como o de Nazaré, sem expressão política e econômica, sem reconhecimento diante das autoridades de Israel, lugar de pobreza em todos os sentidos, segundo o pensamento dos homens. Em tal realidade se coloca à semelhança de uma semente que deve ser colocada debaixo da terra para poder brotar. Quando cresce, não abraça a glória do mundo, os anseios messiânicos do povo de Deus. Pelo contrário segue à risca a condição de Servo, sem expressão, aparentemente sem futuro, zombado por muitos, rejeitado por tantos, caluniado de maldito diante do Senhor. Morre como um excomungado, odiado por aqueles pelos quais estava dando sua vida. Em contrapartida, ele amava a todos, sendo a transparência do amor do Pai pela humanidade, e do Espírito, que se deixou entregar a fim de que todos alcançassem a salvação. De fato, amando e sendo odiado, foi para a terra como uma semente, depois de ter formado os Seus. No TERCEIRO DIA, brotou com todo o Seu vigor, glorificado e causa de glorificação para os que a Ele se identificarem.
2. Início humilde, mas fecundo, preparado com o húmus do amor, da verdade e da justiça. Uma base que exigia somente amor, verdade e fé, tudo envolto no manto da esperança em Cristo Ressuscitado. Assim, Jesus formou Sua Igreja, que a partir dos apóstolos, pela força de Deus, o Espírito Santo, dado como Alma para a Esposa de Cristo, saiu pelo mundo, como uma rede lançada ao mar, como um semeador lançando, despreocupadamente, a semente, como um fermento na massa, trigo no meio do joio, a fim de salvar a humanidade inteira. A Igreja, instrumento da salvação de Deus, faz parte do Reino e se identifica com ele na sua realidade espiritual. Expandindo-se pelo mundo, revela o crescimento da semente e o desenvolvimento da massa, envolvida com o fermento.
3. O crescimento do Reino não é simplesmente um dado quantitativo, mas da pessoa toda em sua vida interior. É um caminho contínuo de conversão. É um dar passos na direção de Cristo, é um configurar-se com Ele a cada instante. A Igreja é muito mais árvore frondosa na qualidade espiritual do que em sua realidade quantitativa. Tanto na universalidade da Igreja quanto na individualidade de cada um de seus membros, o mais importante é a configuração a Jesus Ressuscitado.
4. O Verbo não temeu se misturar com o ser humano, tornando-se um também. Depois, não temeu falar para os pecadores, comer com eles e ser identificado com os pobres. Ele foi fermento no meio da massa, realidade que não pode ser descartada por quem deseja viver um verdadeiro discipulado, uma autêntica vida cristã. Quem desenvolve uma certa espiritualidade de afastamento dos pecadores, a fim de não se contaminar, está seguindo ditames próprios de prepotência. Não confundamos separação dos pecadores com desejo de viver absolutamente para Cristo em contemplação. Uma é orgulho, a outra é chamado missionário humilde e oracional. O importante é que cada um posso tornar sua vida uma possibilidade de salvação para o outro.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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