CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

NOSSA SENHORA,NOSSA MÃE

Lc 2,22-35
1. O menino Jesus foi apresentado no Templo (Lv 12,3-4) diante de duas importantes testemunhas e de idade avançada. A primeira testemunha é Simeão, que esperava ansiosamente a chegada do Messias; a segunda, é Ana, profetisa, que vê o menino, glorifica a Deus e anuncia o Salvador. Em Simeão e Ana, além de testemunhas, Lc vê o sinal do Antigo Testamento, do tempo da promessa e da espera. A idade avançada de ambos indica o longo tempo em que a humanidade ansiava pelo Salvador, pelo verdadeiro Libertador; indica, concretamente, a realização do sonho messiânico de Israel, de certo modo contrariando o modo de pensar daquele povo, uma vez que o Libertador, o Messias encontra-se ali como menino, uma criança frágil, sem riquezas e sem um sobrenome poderoso nem em Israel nem na humanidade de modo geral.
2. Ana, com 84 anos, sendo viúva, passava todo o seu tempo no Templo, servindo ao Senhor. Sua vida era intensa em oração, jejuns e doação de seu tempo à vontade de Deus. Ela vivia como uma discípula naquilo que seu tempo permitia, era de fé, coragem e disponibilidade. Deus concede a ela a graça de contemplar seu Filho e a inspiração necessária para proclamá-lo. Ana enxergou o que outros judeus não puderam ver. Ana vivia o essencial, mas muitos do seu tempo viviam o que sua carne ansiava. Como mulher, Ana era considerada um nada na sociedade de Israel, mas diante de Deus, era um tesouro, pequenina, simples. Deus se revela aos pequeninos, aos humildes: "Pai, eu te dou graças, porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos" (Mt 11,25).
3. Jesus segue o normal dos homens, respeitando suas leis, fazendo parte de sua história e de sua cultura, porque também ele é 100% homem, sem deixar de ser 100% Deus. Na sua humanidade, cresce, desenvolve-se no físico e na inteligência, na sabedoria e na graça. Ele não brincou de ser homem, não assuminu a humanidade como uma casca, como um caixote, como um meio por onde passa o Verbo. A humanidade foi verdadeiramente assumida. O Verbo se tornou um de nós. Aquele menino é a Pessoa divina do Verbo na sua nova condição: é humano com os humanos para salvar a todos.
4. Ana e Simeão certamente não tinham condições de compreender tal mistério, mas foram capazes de entender que Deus, por meio daquele menino, estava visitando seu povo; estava cumprindo sua promessa messiânica; estava libertando a humanidade. Enquanto Isabel e Zacarias são sinais do Antigo Testamento, Ana e Simeão são sinais da ansiosa promessa da chegada do Messias. Nesses quatro personagens, Lc mostra como a primeira Aliança e a Segunda são interligadas e dependentes uma da outra. Não se pode separar o Antigo do Novo Testamento e vice-versa. A Sagrada Escritura é a totalidade das Alianças.
5. Que cada discípulo possa entender cada vez mais Jesus Cristo, aprofundando sua fé nas Alianças (Antigo e Novo Testamento), ser totalmente contemplador das maravilhas de Deus, totalmente obediente à sua Palavra e para sempre disponível a sua divina vontade. Além disso, deve ser portador da luz, da verdadeira Luz, Jesus Cristo, que “vindo ao mundo ilumina todo ser humano” (Jo 1,9). Jesus Cristo é o Sol “que nasce do alto” (cf. Lc 1,78), o Sol que visitou a todos (cf. Lc 1,78) iluminou a todos que jaziam nas trevas. Agora sim, com a apresentação do menino no Templo, o mundo inteiro pode vislumbrar a Luz do Céu, a esperança da salvação e a concretização do Projeto de Deus para a libertação de todos os que a Ele responderem. Os discípulos são justamente aqueles que se voltam para Deus e não temem ser luz na Luz; aqueles que, uma vez iluminados, não temem ser instrumentos de iluminação do mundo.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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