CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

CRISTO NOSSA ALEGRIA.AMOR AO IRMÃO, UMA NECESSIDADE

Mc 5,21-43
1. Jairo, um dos chefes da sinagoga, implora a Jesus a cura para sua filha. No modo como se dá a cena, explicita-se uma fé-confiança de Jairo, que conseguia enxergar em Jesus a presença do Reino de Deus. Para além de qualquer questão religiosa, estava claro em Jairo que Jesus tinha poder sobre a natureza e sobre o homem. Ao implorar a libertação de sua filha, Jairo demonstra sua confiança no Messias libertador. Para chegar a essa conclusão, certamente uma tremenda barreira judaica estava sendo desfeita. Some-se a isso a multidão querendo ver e tocar Jesus.
2. Antes de acontecer a cura da filha de Jairo, um outro caso é colocado na cena: uma mulher, que sofria há doze anos de uma hemorragia. "Sofreu nas mãos de muitos médicos", restava-lhe somente confiar naquele que por ali passava com a multidão. Com certeza, ela já tinha ouvido falar de Jesus. Nem sempre a ciência pode tudo. É o maior engano alguém achar que a ciência responde a todas as perguntas. Chega a ser até mesmo uma tolice. Aquela mulher, impossibilitada de cura pela ciência, enfrenta a dificuldade imposta pela multidão e toca Jesus. Seu toque não foi somente um dado físico, mas também sobrenatural. Ela tocou Jesus de modo salvífico, mediante um gesto de total entrega. À pergunta de Jesus "Quem me tocou?", seus discípulos e o povo responderam racionalmente, tendo em vista o tumulto das pessoas. Jesus, por sua vez, sente o toque da salvação, de quem anseia por libertação total. A mulher foi curada no físico e na alma, bastando para ela somente a fé.
3. Enquanto isso, Jairo ansioso pela libertação de sua filha, percebe o quanto é necessário crer para além das fraquezas humanas. Com a notícia da morte de sua filha, por que abusar mais o Mestre? Já estava morta, o que fazer agora? Não havia mais solução, pois sua filha já estava morta. Assim pensavam os que deram a notícia a Jairo. Jesus, porém, o consola, dizendo: "Não tenhas medo. Basta ter fé". Jairo confiou nas palavras de Jesus e foi com Ele até sua casa, lugar onde reinava, durante o velório, o domínio do racional: caçoaram de Jesus ao afirmar que a menina não estava morta, mas dormia. Interessante é que onde reina somente a razão há barulho em demasia, gritaria, pois cada um deseja ter mais razão do que o outro. Jesus mostra que tudo isso é desnecessário, é ilusão, fantasia. O necessário ninguém estava tendo ali: a FÉ.
4. Jairo lutou contra tudo o que acreditava para se aproximar de Jesus, a fim de libertar sua filha de 12 anos. Ele, na verdade, representa a necessidade de todo o Israel, representado nos 12 anos da garota, de abrir-se ao Messias, à novidade da presença do Reino de Deus em Jesus Cristo. A hemorroida, por sua vez, lembra a necessidade de todos, em qualquer parte do mundo, de enfrentarem toda e qualquer dificuldade para chegar a Jesus, único capaz de libertar verdadeiramente o homem. Tanto Jairo quanto a hemorroida, necessitavam dar o passo legítimo da fé: crer não no milagre, mas ir ao encontro daquilo que o milagre indica: Deus; ambos necessitavam sair de uma fé-confiança para uma fé adesão total a Deus e à sua obra. Tal passagem sendo possível vendo o milagre da ressurreição, que nesse caso não é a mesma coisa da ressurreição de Cristo, mas já o identifica, inclusive pela presença dos apóstolos Pedro, Tiago e João, os mesmos da Transfiguração.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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