CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

domingo, 25 de fevereiro de 2018

PROCLAMANDO SOBRE O DEUS VERDADEIRO,POR AMOR

Uma das coisas importantes a se fazer quando se quer realmente ler, meditar e contemplar a Palavra de Deus é não questionar a veracidade do texto, mas, antes, ter consciência de que se trata da PALAVRA DE DEUS, as Sagradas Escrituras, que não transmitem erros nos seus ensinamentos, naquilo que objetivam, na teologia ali empregada. Esse é o problema de muitos que, ao invés de refletirem sobre a verdade ali ensinada, colocam em xeque a escrita, a história ou mesmo a intenção do autor sagrado.
2. Quando nos deparamos com o texto da transfiguração do Senhor, vislumbramos uma altíssima teologia revelativa da verdade sobre Jesus Cristo, Sua missão e condição e o futuro para todos aqueles que se fizerem discípulos DELE. Em poucas palavras, o autor mostra quem é Jesus, o que LHE sucederá, a importância DELE para a Igreja e para o mundo e Sua vitória sobre o medo, a desconfiança, a tristeza e a fraqueza que assombram Seus discípulos.
3. “Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”. Aqui está um sinal claro da ressurreição. A morte não será o fim! Essa é uma demonstração de consolo, confiança e incentivo para os discípulos, que estavam apavorados, com medo. Cristo já havia dito antes que os líderes do Sinédrio o matariam, mas Ele ressuscitaria no Terceiro Dia (cf. Mt 16,21; Mc 8,31; Lc 9,22). Também fala, com referência ao Templo, que destruído, seria reconstruído em três dias (cf. Jo 2,19).
4. “Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus”. Esse quadro revela a centralidade de Jesus e, ao mesmo tempo, Aquele para o qual tudo converge e se realiza. Cristo como a plenitude da Lei e da profecia, isto é, das Escrituras. Moisés é o indicador da Lei; Elias, da profecia. Ambos são colocados voltados para Jesus e em diálogo com Este, sinal de que não se pode abdicar do Antigo Testamento, que constitui a realidade da promessa, da preparação para a chegada do Messias. Segundo Lucas, eles conversavam sobre a morte que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Por sua vez, sendo Cristo a chave de interpretação de todas as Escrituras Sagradas, além de ser o Centro, a Luz, o Entendimento e também a Realização de toda a Palavra de Deus, mesmo assim, apresentando-Se como a PALAVRA DA SALVAÇÃO, preparava-se para a páscoa definitiva.
5. “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. De fato, era muito bom permanecer ali, contemplar esse grande mistério, mas não era esse o objetivo da transfiguração, até porque muito mais do que isso, eles vão ter depois da morte, permanecendo firmes como autênticos discípulos. Não é possível atingir a ressurreição sem antes enfrentar a entrega de si mesmo e a morte. Além disso, Pedro e os demais não estavam entendendo não somente o mistério, mas também a necessidade de serem encorajados, mergulhados nesse mistério para, decididamente, enfrentarem a cruz, não somente em Jesus, mas também na vida deles, em fidelidade, confiança e amor, na esperança da ressurreição. Era necessário conhecerem mais profundamente o Mestre, mas para isso deveriam caminhar com Ele até Sua entrega total na cruz. Nesse ambiente teofânico, marcado, inclusive pelo sinal da presença de Deus, a sheknah, simbolizada pela nuvem, vem a revelação de que Jesus é o Filho (cf. Sl 2,7: um rei declarado filho), o Rei (que entregará sua vida), o Servo e a Palavra absoluta do Pai. Os discípulos são convidados ao Shemá, à escuta da verdade sobre Deus e Seus ensinamentos, o cumprimento de Dt 6,4.
6. Essa grande verdade só pode ser revelada mediante a ressurreição. A clareza da fé não seria possível antes da vitória sobre a morte, o Maligno e o pecado de modo geral. Certamente, havia, ao lado do medo, o vislumbramento, mas não certeza, entrega total. Interessante é que, justamente um pagão, ao pés da cruz, dirá que Jesus era verdadeiramente o Filho de Deus. De fato, eles nem sequer entendiam o significado de “ressurreição dos mortos”, na forma como Jesus a concebia. Depois dessa grande experiência, os discípulos são convidados à missão, com mais maturidade na fé crista, a fim de que todos possam conquistar o futuro glorioso de Deus, a comunhão com o próprio Senhor por toda a vida. A missão dará frutos por causa da presença de Jesus no meio deles (Jesus desce com eles).
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo

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