CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

domingo, 26 de agosto de 2018

ABENÇOA NOSSA SEMANA SENHOR.

Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” De fato, não era possível permanecer com Jesus e ainda seguir a mentalidade judaica. Fazer-se amigo de Jesus, tornar-se discípulo Seu, exige-se muito da pessoa que a Ele se entrega. Não é somente deixar pai, mãe, mulher, filhos, amigos, a própria vida: tudo por causa DELE, mas também, na radicalidade da exigência, aceitá-lo como alimento. Quem não conseguir enxergar Jesus para além de sua humanidade não conseguirá permanecer com Ele. Aquele grupo de discípulos que decidiu abandoná-LO não foi capaz de se desprender do passado, de sua forma de pensar, da esperança de um messias puramente humano e cheio dos ideais humanos. Pensando dessa forma, não se permitiram ver com profundidade a realidade do Mestre de Nazaré.
2. “Isto vos escandaliza?” Depois de uma séria formação, Jesus se revela de tal modo que corre o risco de perder todos aqueles que foram preparados, como amigos, para a continuidade de Sua obra pelo mundo inteiro. Trata-se de um momento decisivo, claro e tenso. Alí, manifestou-se mais importante e maior que Moisés, que o maná, declarando-SE vindo do céu como alimento de vida eterna. Um ousadia sem tamanho para mentes tão pequenas. Ele está dizendo que veio de Deus, é eterno e dá a quem dele se alimenta a vida que lhe é própria. A lucidez de Jesus é abismal, e a ignorância de seus discípulos gigantesca. Por outro lado, a dificuldade tremenda de, olhando para o homem Jesus, enxergá-LO como divino. O mistério da encarnação não estava nada claro para eles, apesar dos ensinamentos e milages de Jesus. O fato é que Jesus insiste que tudo isso é obra do Espírito Santo, que conduz à Verdade, não vem de uma vontade da carne, mas de Deus. Então Suas palavras têm a garantia do Espírito da Verdade. A conclusão de Jesus sobre estarem escandalizados é justamente pelo fato de não terem fé, algo já conhecido por Ele, inclusive, por causa disso mesmo, serem seus traidores, especialmente Judas Iscariotes.
3. “...ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. O Verbo se fez carne por vontade do Pai. Veio como Servo para fazer a vontade do Pai. Em nada viveu sem ser todo do Pai e para o Pai. O mesmo deve acontecer com aqueles que pelo Verbo foram criados. Ninguém pode ser salvo se não for atraído pelo mesmo Pai. Pelo fato de não existir salvação fora do Filho de Deus nem conhecimento de Deus fora do Seu Verbo, então todos são chamados para Jesus, a fim de que, conhecendo a Palavra do Pai e deixando-se conduzir por Ela, mediante ação do Espírito de Deus, tornem-se filhos no Filho e participantes de Sua natureza. Sem essa adesão total ao Filho por vontade do Pai é impossível conquistar a salvação. Aqueles que O rejeitaram não foram, portanto, atraídos pelo Pai, porque desprezaram o Filho eterno de Deus. Dada essa situação, muitos discípulos descobriram-se sem fé, sem amizade com Ele, sem inclinação legítima para o céu, mas tão somente viver uma vida conforme suas inteligências pudessem suportar. Por isso largaram o Salvador por si mesmos. É fato que “andar com Jesus” supõe fé, entrega de si, coragem para inverter na própria vida a forma de pensar e de ser do mundo.
4. “Vós também vos quereis ir embora?” Momento decisivo com seus discípulos. Jesus segue firme no Seu propósito, não muda de direção, não abranda Seus ensinamentos, não desfalece no fervoroso desejo de salvação, não tem outra forma de salvar senão pela verdade. Corre o risco de perder todos eles, mas não abandona a verdade como o que se deve viver acima de tudo. Jesus nos ensina que o desânimo diante da indiferença do mundo e o abandono da fé de muitos são desafios terríveis, mas não devemos desistir da verdade por causa disso. Só dá frutos a árvore que se firma na terra, que supera os tempos difíceis e as pragas avassaladoras. Não podemos interromper a liberdade das pessoas. Só serão importantes para a fé cristã aquelas que aderirem livremente a Cristo e à Sua obra. Para Jesus não existe diálogo para manipulação da verdade; não existem manobras de marqueteiros, publicidade encantadora de Sua vida, marketing de obra salvífica. Sem fé e sem testemunho não existe discípulo de Jesus.
5. “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Pedro, como sempre, toma a iniciativa, é apresentado como líder, mesmo sendo fraco. Na resposta dele, não há alguém que ensine da forma de Jesus; não há quem realize milagres tão maravilhosos; alguém que fale aos corações, que enxergue as pessoas com profundidade, que as liberte e que tenha uma única preocupação: o bem do outro. Em Pedro, apesar de suas limitações, havia encanto por Jesus. Toda sua esperança estava no Mestre de Nazaré. Seu coração pulava de alegria quando escutava a Palavra de Deus sendo dirigida a ele e aos presentes. Não eram simples palavras, mas a Palavra eterna e que dá a vida eterna, a Palavra da Salvação, como dizemos em Português. Só Jesus tem essa Palavra. Na verdade, Ele é a Palavra Eterna. O mundo fala daquilo que vive segundo suas limitações, seus interesses, sua mentalidade e tantas outras razões puramente presas ao existir no cotidiano da experiência psicológica de cada um. Jesus entrou nessa realidade, mas trouxe-lhe algo mais, manifestou-lhe a verdadeira vida da qual essa nossa é apenas uma figura, uma passagem, um existir preparatório para a Vida Eterna, mas para aqueles que responderem ao chamado de Deus.
6. “Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. A resposta dos doze apóstolos foi decisiva à semelhança de Josué reunido com a tribos de Israel em Siquém, a fim de decidirem a quem serviriam, porque deveriam formar, organizar e estabelecer o povo de Deus, um povo forte, numeroso e santo. A colocação dele foi bem objetiva: “Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais’. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Js 24,15). O povo, depois da precisão de Josué, também optou pelo Deus de Israel mediante uma profissão de fé a partir da compreensão de que Deus realmente liberta: “...nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus” (Js 24,18b). E os Apóstolos também concluem com uma profissão de fé, conscientes da presença libertadora de Deus em Jesus Cristo: “Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
E quanto a você, escandaliza-se com Jesus? Tem dificuldade de crer que Jesus se fez Eucaristia? Existe alguma ideia, coisa ou pessoa colaca no lugar de Deus em sua vida? Existem outros caminhos pra você? A Palavra eterna é realmente tudo pra você?
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo

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