Não significa que o "nome" por si somente pode fazer alguma coisa, mas porque pertence ao Santo dos Santos, ao Filho do Altíssimo, ao Libertador. É, portanto, um nome temível, santo e revelador da missão salvífica do Filho de Deus. Usar o nome de Jesus para fazer o bem é sinal de aproximação a Ele e de reconhecimento de sua pessoa. De certo modo, constitui uma admiração escondida, mas que pretende se manifestar. Quem usa o nome de Jesus, pode, aos poucos, ir fazendo uma caminhada na Sua direção.
2. Agir em nome de Jesus significa submeter-se ao modo de Sua ação, tendo o mesmo interesse libertador das pessoas. Um gravíssimo problema se estabelece quando muitos se servem desse nome para angariar bens materiais, explorar pessoas, manipular consciências e deturpar o próprio Evangelho. Hoje, como é notório, cresce, de modo assustador, grupos sectários, que usam a Palavra de Deus, o nome de Jesus, com a exclusiva finalidade do lucro. Nessa situação, proclamar o nome de Jesus não é um benefício, mas uma forma de eliminar sua força e relativizar seu significado. Por outro lado, muitos, apesar disso, passam a conhecer Jesus. Assim, não convém guerrear contra quem O professa, não estando em sintonia com Ele, pois, no final, vencerá a Verdade, pois o Nome de Jesus é suficientemente forte para transformar o lugar onde se encontra.
3. Não cabe aos discípulos impedirem a outros de falarem em nome de Jesus. Essa não é sua missão. A eles foi dada a missão de anunciarem e testemunharem a verdade segundo os ensinamentos do Mestre. A preocupação deles deve ser proclamar dignamente a Palavra de Deus, testemunhando-A entre homens e mulheres, indo a todos os cantos da terra. Não condiz com a realidade dos discípulos o desejo de aprisionar Jesus no universo de seus conceitos e modo de pensar; não cabe a eles serem donos de Cristo, mas seus legítimos enviados. Eles devem ser tolerantes e permanecerem em sintonia com Cristo e disponíveis à mesma prática libertadora do Mestre. Os discípulos devem ter consciência de sua intimidade com Jesus e da verdade que aprenderam, e também certeza de suas missões e identificação com a Luz do mundo, tornando-se também eles luzes.
4. Jesus quis se identificar som seus discípulos. Ele cuida de cada um como se fosse de si próprio. Quem acolhe um discípulo seu é a Ele que acolhe, quem der a beber um copo de água aos seus, não ficará sem recompensa. Em cada discípulo se manifesta o amor a Jesus. Eles são os “pequeninos” que crêem, aqueles que largaram tudo exclusivamente por Jesus, que se tornou a razão da vida deles. Jesus os ama de tal modo que não admite serem escandalizados, desviados da salvação, empurrados para outra realidade que seja a comunhão com Deus. Infeliz daquele que desviar um discípulo de Jesus. Vê-se que seus discípulos não são pessoas plenas de orgulho e cheias de si mesmas, mas homens e mulheres que vivem na simplicidade da fé, na obediência moral e na disponibilidade exigida pelo Evangelho.
5. Três coisas são importantes, no contexto de Israel, para indicar quem de fato vive na presença do Senhor: a mão, como sinal da práxis cristã, da vida segundo o modo de pensar e de agir de Jesus Cristo; o pé, como indicativo do caminhar para Crsito, com Cristo e em Cristo; e o olho, referindo-se ao enxergar o que é amado por Deus e o aprofundamento na vida segundo a verdade. Em outras palavras: se a pessoa toda não se coloca totalmente à disposição de Deus para o bem de todos, perde-se. A salvação é para quem se volta absolutamente para Deus e se coloca à disposição do bem dos que são amados pelo Senhor. O simbolismo que vai do olho ao pé indica a totalidade da pessoa no exercício daquilo que obrigatoriamente liberta o homem. Então, dispor-se ao mal é tormar a direção da existência sem Deus, o que significa inferno.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo
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