CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O SENHOR DE NOSSAS VIDAS

Jesus sai de Jericó, a cidade mais antiga do mundo, chamada de “a cidade das palmeiras, fundada 9000 anos a.C e situada a 240m, aproximadamente, abaixo do nível do mar mediterrâneo. Consigo vão seus discípulos e uma grande multidão. Interessante porque, apesar dessa multidão, que não tem nome, alguém aparece nominado. Mc cita um mendigo, cego, chamado Bartimeu, cujo pai é Timeu, e que se encontrava sentado à beira do caminho. Essa informação é importante para o evangelista, uma vez que ele dá nome não somente à pessoa, mas cita o nome do genitor, a condição de vida e seu posicionamento. Dar nome significa perceber sua dignidade, seu valor, sua importância. Depois, ao citar o nome do pai, indica sua importância genealógica, sua descendência. Em seguida, afirmar que ele era cego, mendigo, estando sentado à beira do caminho indica uma condição de dependência total, de necessidade extrema tanto de luz quanto de alimento. Até pouco tempo, quem era cego só tinha, muitas vezes, um caminho: o de pedir esmola. Isso mudou muito, graças a Deus. Há pessoas deficientes visuais que não só superaram isso, como também desenvolveram uma ampla visão intererior. Estando à beira do caminho, quer dizer que esperava a possibilidade e uma manifestação de misericórdia da parte de outro alguém, além do desejo de poder transitar livremente como os demais e de não ser abandonado fora da estrada como se não valesse nada.

2. “Ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar e dizer: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Aquele era o momento decisivo de sua vida. Gostaria de ser ouvido por Aquele que veio para restaurar a dinastia de Davi, o Messias davídico (cf. Is 35,5s; 61,1), o rei verdadeiro, misericordioso, libertador, capaz de dar vista aos cegos, tirar os cativos de suas prisões. Bartimeu tinha certeza que era Jesus esse Messias e, por isso mesmo, não se intimida, grita mais forte, pedindo compaixão, pois é um necessitado, um pecador, alguém querendo enxergar. Sua insistência se tornava mais intolerante, pois havia uma multidão a impedí-lo de ser ouvido e, além disso, “muitos o repreendiam para que se calasse; mas ele gritava ainda mais alto”. Era insistente, objetivo, atento ao Messias, totalmente abandonado à Sua vontade. Ele estava como que alguém em alto mar dependendo exclusivamente de um salva-vidas, não o podia perder naquele instante decisivo.
3. “Jesus, detendo-se, disse: Chamai-o. E chamaram o cego dizendo-lhe: Coragem, levanta-te, ele te chama”. Nada pode impedir a escuta de Jesus, nenhum obstáculo é capaz de O tornar indiferente ao grito dos necessitados, o barulho do mundo é insuficiente para desviar a atenção do Libertador daquele que por Ele clama com fé verdadeira. Jesus se detém, firma-se e dar ouvidos aos gritos de Bartimeu. Ao seu encontro, alguns são enviados com a missão de trazê-lo a Jesus. Todos aqueles que caminham com Jesus tem a missão de convidar a quem encontrar para um encontro com o Salvador. Ninguém pode passar despercebido ao olhar e ouvidos cristãos. Nada deve impedir o chamado aos necessitados não só de pão, mas principalmente da Luz. A primeira coisa que devem fazer: animar “coragem”; a segunda: “levanta-te”. Por qual motivo? Ele, aquele que tu esperas, te escuta e te chama. Ao chamado de Jesus, Bartimeu largou imediatamente o que tinha, como o manto, importante para ele, uma proteção dia e noite, servia, inclusive, para afastar insetos e animais, e também para receber as moedas, ergueu-se de modo firme, dando um pulo, sinal de quem encontrou o sentido de sua vida e se lançou sem medo e com disposição para o novo que se lhe apresentava. Jesus sabia de sua necessidade, mas, voltando-se para ele, quis ouvir dele, deixando-o à vontade, permitiu-lhe um diálogo humilde, corajoso e evidente: “Que queres que eu te faça?”. “Mestre, que eu veja!”. Jesus exigiu dele a fé, uma adesão total, um colocar-se absolutamente nas mãos de Deus.
4. “Vai, disse-lhe Jesus, a tua fé te salvou. E no mesmo instante ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho”. O cego de Jericó recebeu a iluminação da salvação, teve sua vida transformada pela ação de Deus e sua resposta decisiva à vontade do Senhor. Por meio da fé, Bartimeu alcançou sua salvação e tornou-se verdadeiramente discípulo, superando todos os demais. Aqui se encontram representados os que Jesus deseja ao Seu lado. Assim, deve ser Pedro, que negou Jesus, devem ser João e Tiago, que não entenderam a lógica de Cristo quando manifestaram seu desejo de sentar à direita ou à esquerda do Mestre, devem ser também os demais apóstolos que tinham a mesma mentalidade de João e Tiago quanto ao Messias político, e ainda pode ser qualquer um que não entendeu a condição de vida exigida por Jesus para viver como Seu discípulo. O cego de Jericó é um sinal de insistência, persistência, decisão, disponibilidade e de fé para todos, é um modo de conversão e de discípulo. Em suma, Jesus escuta cada um por mais difícil que seja a situação e, mediante uma firme adesão a Ele, transforma-o em verdadeiro discípulo.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo

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