CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

PENSANDO NAS COISAS DE DEUS

Um oficial romano, pagão, excluído do povo de Deus, manifesta duas coisas importantes: o amor ao próximo e uma fé jamais vista em Israel. Diante de uma situação irreversível para a realidade contextual daquele romano, vendo seu empregado sofrendo com uma paralisia, talvez o melhor ou um dos melhores funcionários, coloca-se à sua disposição para vê-lo curado. Tal atitude revela um homem bom, digno. Fazer o bem não depende de instituições, grupos, movimentos, entidades, mas tão somente de um coração que reconhece a própria limitação e a necessidade do outro. O amor é universal, não se prende a nada, é livre nas mentes e corações no mundo inteiro. Ele somente deve ser exercitado, posto em prática continuamente. No mundo religioso a exigência ainda é maior. E para um discípulo, ainda mais, pois o amor encontra seu mais perfeito significado em Jesus Cristo. É Cristo quem define o amor como sendo entrega total de si para o bem do outro. Nesse sentido, o amor é oblatividade.
2. O segundo ponto é o da fé. Aquele oficial acreditou verdadeiramente em Jesus Cristo. O detalhe é que ele sabia de sua indignidade, do seu ser pecador, que, na sua visão, impossibilitaria Jesus de se fazer presente na sua casa, pois para ele seria suficiente a Palavra de Jesus e o milagre seria realizado. Para ele, a Palavra de Jesus era Palavra de Salvação. No modo como se desenrola o texto, evidencia-se que o Oficial demonstra um reconhecimento divino em Jesus Cristo, que dando ordens, sua vontade será cumprida. Até então, ninguém acreditava dessa forma em Israel. Aquele romano, ultrapassou as expectativas, os conceitos do paganismo e do mundo israelense, do modo de pensar da cultura grega e da política romana, indo além das definições científicas de sua época, quando simplesmente abandonou sua causa, seu objetivo, seu ato de amor, nas mãos de Jesus.
3. A salvação não está presa a Israel, não se limita aos conceitos humanos de religião. Só existe salvação onde se vive o amor, a verdade, a vida, mediante uma fé madura, profunda, como adesão total a Deus e à sua obra. A plenitude do amor e da vida é encontrada em Jesus Cristo, a Verdade do Pai para a salvação do mundo. A presença do amor em qualquer pessoa, a busca pelo absoluto em todos os povos, o interesse pela verdade no universo inteiro e a manifestação religiosa nos povos, tudo isso demonstra que a criação é obra das mãos de Deus; que tudo foi criado por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo. As sementes do Verbo do Pai estão presentes em todos os povos, línguas e nações. Esse Verbo se fez carne e por Ele agora toda a obra de Deus encontra sua plenitude. Encontrar Cristo, portanto, o Verbo do Pai feito carne, é encontrar a Deus, a si mesmo, o outro e a natureza; é encontrar o verdadeiro sentido da existência; é descobrir o desejo de Deus sobre sua criação, especialmente, o ser humano.
4. Depois de curar o servo do oficial romano, Jesus toma a iniciativa da libertação da sogra de Pedro e de muitos outros que foram até Ele naquela tarde. O gesto de Jesus O revela como o Servo, Aquele que se coloca à disposição dos sofredores, libertando-os de suas mazelas e dando-lhes um horizonte novo de vida. A todos se mistura, mesmo num final de tarde, depois de uma longa caminhada, desgasta-se ainda mais no serviço aos necessitados. Por outro lado, Sua ação exige uma resposta decisiva do outro. A sogra de Pedro, por exemplo, uma vez curada, ergue-se e põe-se a servir também. "O que de graça recebeste, de graça deves dar". Assim, percebe-se a continuidade do Evangelho na vida de quem se encontra com Jesus. O gesto de erguer-se, levantar-se indica a realidade do homem novo, ressuscitado. Nessa nova condição, torna-se reflexo do Servo, Jesus Cristo, o Senhor.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo


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