CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

AMAR O OUTRO É A Essência DA NOSSA SALVAÇÃO

. Todos são chamados para o mais importante encontro de toda a história: o encontro com Jesus. "Se os magos, que andavam à procura do rei dos judeus guiados pela estrela, representam o movimento dos povos para Cristo, isso significa implicitamente que o universo fala de Cristo, (...). A linguagem da criação oferece variadas indicações: suscita no homem a intuição do Criador; além disso, suscita a expectativa, ou melhor a esperança de que um dia esse Deus Se manifestará; e, ao mesmo tempo, suscita a consciência de que o homem pode e deve ir ao encontro d'Ele. Mas o conhecimento que brota da criação e se concretiza nas religiões pode também perder a justa orientação, deixando de impelir o homem para se pôr em marcha para além de si próprio e induzindo-o antes a fixar-se em sistemas por meio dos quais julga ser possível enfrentar os poderes ocultos do mundo" (Joseph ratzinger. A Infância de Jesus, 85-86).
2. É necessário não seguir os ditames da lógica do mundo: a lógica do poder, da dominação, da exploração do outro, representada por Herodes e pelas religiões politeístas, especialmente, aquelas que adoravam os astros. "Ao entrar no mundo pagão, a fé cristão devia enfrentar novamente a questão das divindades astrais. Por isso, nas cartas do cativeiro aos Efésios e aos Colossenses, insistiu fortemente no fato de que Cristo ressuscitado venceu todo o principado e potestade do ar e domina o universo inteiro. Nesta linha se situa também a narrativa da estrela dos magos: não é a estrela que determina o destino do Menino, mas o Menino que guia a estrela. Se se quiser, pode-se falar de uma espécie de viragem antropológica: o homem assumido por Deus - como aqui se mostra no Filho Unigênito - é maior do que todos os poderes do mundo material e vale mais do que o universo inteiro" (Joseph ratzinger. A Infância de Jesus, 87). Aqueles homens cultuavam os astros, mas o Senhor utilizou os mesmos astros, a fim de que todos pudessem encontrá-LO. O universo fala sobre Ele, é um sinal DELE, é obra de Suas mãos. Na procura da verdade, mesmo que as apalpadelas, os sábios encontram-NA onde os tolos jamais imaginariam que ali ELA estivesse.
3. Jesus é apresentado como o Rei dos judeus, expressão usado a pedido de Pilatos, para ser posta na cruz. Certamente, com essa expressão tem-se uma ligação entre a realeza do Menino e o mistério da Cruz. Além disso, o próprio coxo, o lugar que serviu de "berço" para o menino, é também sinal do madeiro onde Ele, o Menino terminará sua existência humana na história. Na verdade, trata-se de um Rei diferente: não tem reino material segundo a lógica do mundo, não tem coroa de joias importantes, não possui vestes suntuosas, não tem palácio, não é bajulado pelos ricos do mundo, não possui uma corte de exploradores etc. Ele veio ao mundo, mas não foi recebido com banquetes, nem mesmo uma casa para nascer não encontrou, ao seu redor, além de sua mãe, Maria, estava ali seu pai adotivo, José, depois vieram alguns pastores sem boa fama. Quando chegou Sua paixão, recebeu como trono, uma cruz; como coroa, espinhos; como ministros, dois ladrões; como convivas, soldados escarnecedores; como vestes, a nudez da fidelidade à vontade do Pai; como vinho, uma esponja com vinagre; como afago, a perfuração de uma lança; como resposta ao seu amor, indiferença por parte de quem era amado; como certeza diante de Si, o Seu amor e o amor do Pai, a esperança da Mãe e fé do discípulo amado; e como reação ao ódio do mundo, somente misericórdia.
4. Deus concede ao homem um horizonte, uma "estrela", que aponta a estrada certa, a estrada que é Cristo, o Rei, Divino, Sacerdote, Vítima, Servo. Os magos o adoraram, pois trata-se não somente do Rei dos reis, mas de Deus mesmo ali, presente na história. Ele é o Senhor, que, na história, agirá como o Bom Pastor, mas também como o Sacerdote, que oferecerá a si mesmo, como vítima de expiação pelos pecados do mundo. Ele, como sacerdote, oferecerá a vítima que é Ele mesmo, num sacrifício perfeito e santo, e ainda, insubstituível, irrepetível, mas tão somente atualizado na história. Toda sua vida foi um autêntico sacrifício de amor pela humanidade, vivendo na condição de Servo, procurando destruir todas as barreiras que impedem a realização da vontade de Deus. Somente na sua condição de amar absolutamente, invertendo a lógica do poder, sendo Deus feito carne, luz para os povos, pôde ser o único capaz de conduzi a humanidade ao cumprimento da vontade do Pai, à sua realização, à sua plenitude. Ao se encontrarem com esse Menino, os magos descobriram, intuíram, por vontade de Deus, que não existe outro caminho, outra mentalidade que possa salvar o homem, que o poder de Herodes é ilusão, que as religiões indiferentes à verdade, que é Cristo, além de insuficientes, podem ser demoníacas, que tudo não passa de ignorância, pois somente Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).
Obs.: Os Magos ofereceram ouro (pois trata-se do Rei dos reis), incenso (porque o Menino é Deus feito carne) e mirra (o Menino é verdadeiro homem, que será imolado pela redenção da humanidade).
A tradição nomeia os Magos: Gaspar, Balthasar e Melchior.
Indicação de filme: O quarto sábio.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo

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