CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 12 de maio de 2020

O BOM JESUS QUER QUE SEJAMOS BONS - 115 DIAS

No grande discurso de Jesus que vai desde o versículo 1 até o 31, os discípulos são convidados a experimentar mais profundamente a fé e ser corajosos. Para isso, somente a fé em Deus será capaz de defendê-los do medo do mundo. A Fortaleza deles não se encontra em si mesmos ou em instituições mundanas de espécie alguma. Somente Deus é a ROCHA de suas vidas. Depois da ascensão de Jesus, o Espírito Santo preencherá suas vidas, abri-los-á sempre mais profundamente à verdade, torna-los-á mais confiantes, corajosos, entusiasmados, mais decididos e apaixonados pela missão que deverão enfrentar pelo mundo afora. Além disso, tornar-se-ão templos de Deus.
2. Apesar de um contexto de partida, pois Jesus subirá ao Pai, a centralidade do texto é estabelecida pela situação dos discípulos na expectativa do retorno do Mestre, Amigo, Salvador e Senhor Jesus Cristo. O retorno de Jesus, o qual se dará certamente na parusia, também acontece no hoje dos discípulos mediante a fé, o amor e a vida de oração. Assim, cada cristão, mediante uma vida de comunhão com Deus e com o próximo, experimenta o retorno do Mestre de Nazaré em sua vida. Para quem vive segundo Jesus Cristo, está reservada sua morada junto DELE no paraíso. Afinal de contas, quem se torna discípulo de Cristo prepara-se para uma vida de eternidade ao Seu lado.
3. Tomé ainda não tinha clareza suficiente. Faltava-lhe luz para entender a meta e a Estrada. Jesus, por sua vez, aponta o Caminho. A meta será consequencia na vida de quem seguir pela Estrada certa. Não se trata de qualquer caminho. O mundo apresenta becos sem saídas, muitas trilhas, caminhos largos sem horizontes, estradas sem direção, cheias de armadilhas. Por serem prazerosas, atraem a muitos. O caminho apresentado por Jesus é Ele mesmo, pelo fato mesmo de ser Ele a VERDADE e a VIDA. Ele não tem somente conhecimento da verdade e da vida. Ele É essa realidade. Toda Sua vida foi voltada para a verdade, manifestada no amor e na misericórdia. Todo o Seu ser exprime o que de fato Ele é. Outra coisa não ensinou senão a Sua própria realidade, condição necessária para a salvação de toda a criação.
4. A verdade, segundo o evangelista João, não se limita à mentalidade filosófica grega da essência da coisa em si, nem também relação com Deus mediante o desprezo pela história, como queriam os gnósticos, mas o projeto divino da salvação realizado porm meio de Jesus Cristo na história. Jesus Cristo é a Razão do Pai, é a Verdade pela qual o mundo foi criado e pela qual toda criação será salva. Não encontrará a Verdade quem não alcançar o Filho de Deus. A Verdade se tornou visível em Jesus Cristo, que revelou ao mundo a realidade de Deus como COMUNHÃO de TRÊS PESSOAS, comunhão esta querida para toda a humanidade e que só será possível pela escuta da Palavra, pela fé e pelo conhecimento de Jesus e experiência vital com Ele.
5. "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!". Filipe demonstra uma certa incompreensão quanto ao mistério da visibilidade de Deus. Seu desejo de ver o Pai faz parte de toda a Sagrada Escritura (Ex 33,12-23; Mt 5,7; 1Jo 3,2) e da vida de todo homem e mulher sedentos de Deus, mas esse ver a Deus, dessa forma, corresponde a uma epifania, uma manifestação divina, uma aparição direta de Deus, algo não permeado do dado histórico. É como se a visibilidade de Deus por meio do homem Jesus não estivesse sendo suficiente para revelar a divindade. Por outro lado, existe uma certa convicção da possibilidade de acontecer essa manifestação por meio de Jesus, pois ao solicitar a Jesus que mostre o Pai, Filipe está afirmando a ligação de Jesus com o Pai indiscutivelmente.
6. Filipe parece um pouco meio desconectado da mensagem de Jesus. Antes disso, Jesus já havia afirmado: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida". Caminho porque veio do Pai e porque possibilita a comunhão com Ele; Caminho que conduz à Verdade e à Vida; Caminho que conduz à realização do projeto de Deus. Além disso, Jesus disse que veio do Pai e volta para o Pai. No capítulo 17, Ele afirmará ser UM com o Pai. Ainda mais, toda Sua vida é voltada para o Pai. Tudo o que Ele faz, fá-lo para honra e glória do Pai. Os ensinamentos, os milagres, todas as suas obras são manifestações do Pai através Dele na potência do Espírito Santo. Toda Sua existência humana é uma transparência do Pai: "Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces Filipe? Quem me viu, viu o Pai?".
7. Há uma possível desilusão em Jesus por causa do desejo de Filipe de ver o Pai por outras vias. "Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim?". Jesus é inseparável da comunhão com o Pai e o Espírito. Não seria Ele o Salvador se não fosse Deus com o Pai e o Espírito, se não fosse verdadeiramente homem, se não realizasse exclusivamente a vontade do Pai. Em tudo o que fez, foi servo; em tudo o que abraçou, quis somente a salvação; em cada momento de sua vida, assumiu a dor para oferecer somente amor. "As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras". Tudo o que Ele faz, fá-lo em obediência, em total comunhão, totalmente voltado para o Seu Abbá: "Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim". Não se pode compreender o Filho separado do Pai, nem o Pai separado do Filho.
8. "Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras". Apesar de Filipe ter convicção da possibilidade de Jesus manifestar o Pai na forma como ele gostaria, dá a entender que ele ainda tem grande dificuldade de percepção divina na humanidade de Jesus. Sabendo disso, Jesus o incentiva a observar pelos menos as obras por Ele realizadas, obras impossíveis de serem realizadas pelos homens. Por elas é possível ver Deus agindo na história. E ainda mais, obras que poderão ser realizadas até mesmo pelos discípulos em nome de Jesus. Ou seja, Jesus tem o poder de realizar coisas ainda maiores por meio de outrem. Em Seu nome, a obra de libertadora de Deus continua.
9. Como Jesus é a visibilidade do Pai? Por meio de Sua existência, Seus ensinamentos, Seus milagres e Suas atitudes. Toda a vida e ação de Jesus são a transparência do Pai. Não se deve querer ver o Pai mediante uma aparência física, uma vez que Deus na sua natureza é puro espírito. Sua transparência se dá naquilo que Ele é, como AMOR, VERDADE E VIDA. Deus se torna visível quando cada discípulo age como um verdadeiro dom, entregando-se, mesmo na dor, para que o outro possa viver e ser amado; quando, acima de tudo, vive e ensina a verdade; quando não teme defender a vida; quando, enfim, totalmente voltado para Deus, coloca-se à disposição do bem de todos. Em cada ato de amor, em cada manifestação da verdade, na mais simples defesa da vida, ali Deus se revela.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

Todos queremos o fim da pandemia
e deveremos querer o fim dos pecados.

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