“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora”. Realmente, os discípulos eram incapazes de compreender tudo o aquilo que Jesus é, viveu e ensinou. Somente a partir da Páscoa, mediante a presença do Espírito Santo, é que a verdade sobre o Verbo feito carne, morto e glorificado tornou-se mais evidente, mais acessível à inteligência deles e aos seus corações. Antes da Ressurreição, os discípulos foram incapazes de compreender Jesus, porque ainda não tinham certeza dessa realidade nova, chamada ressurreição, não tinham ainda vencido a mentalidade messiânica de um Jesus-Rei, político, segundo os moldes da expectativa judaica e muito menos entendido Jesus como SERVO, contrariando tudo que esperavam do verdadeiro Messias, não havia condições de continuar acreditando em alguém que foi colocado na cruz e ainda como um “maldito de Javé”, como quiseram as lideranças judaicas, e, ainda, o medo de enfrentar as autoridades judaicas e as zombarias das pessoas por causa da morte do líder deles. Somente na força do Espírito de Deus, dado pelo próprio Jesus, é que Seus discípulos puderam realmente entender a verdade e se entregar por ela absolutamente.
2. “Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade”. Os discípulos serão guiados pelo Espírito da Verdade à compreensão da verdade, assistidos na contínua fidelidade à mensagem da salvação em unidade ao novo apresentado e na unidade entre o que viveram e aprenderam e a renovação exigida no decorrer da história. O Espírito combaterá o “espírito” da mentira e do ódio, da realização fácil, do apego ao mundo e a si mesmo, do pecado e da discórdia, da injustiça e da corrupção de modo geral; Ele mostrará ao mundo a fragilidade da criação, a verdade sobre o pecado, as consequencias das injustiças e as desgraças onde não existe amor, verdade e vida; e ao mesmo tempo dirá ao mundo qual é sua vocação, onde se encontra sua beleza e realização e qual será seu futuro. O Espírito colocará Jesus no CENTRO, abraçando toda a periferia, e mostrando que somente pelo Ressuscitado a humanidade viverá o projeto salvífico do Pai, a comunhão com Ele.
3. “Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará”. O Espírito não anunciará outra revelação. Estará sempre na dependência de Jesus. O Pai não fará outra revelação, pois já disse tudo no Seu Filho. Portanto, o Filho é a Revelação absoluta de Deus. O Espírito conduzirá a Igreja a um mais profundo conhecimento dos ensinamentos de Jesus e da Pessoa mesma de Jesus, pois são importantes tantos os ensinamentos de Jesus quanto Jesus mesmo, isto é, o ensinamento que é Ele próprio. O Espírito atualizará sempre a verdade que é Jesus na Igreja e na história, pois Sua missão é realizar a obra de Cristo e glorificá-LO. Então, o Espírito dá testemunho, aprofunda e atualiza Cristo na história, guiando a Igreja sempre mais à plenitude da verdade, à uma mais profunda identificação com o Cristo-Cabeça.
4. “Revelará as coisas futuras”. À luz do futuro escatológico, isto é, da comunhão final com Deus, do encontro com o Último de todas as coisas, os discípulos são chamados a entender melhor o seu presente. A partir da conclusão dos tempos, analisar melhor o que se sucede hoje, a maneira de se comportar atualmente e decidir pelo que realmente conduz à plenitude com Deus. Ao ler o presente à luz do juízo de Deus, da vitória de Jesus sobre a morte, o pecado e Satanás, concluir que o amor vale a pena, será vitorioso e realizará toda Igreja.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
EXPRESSE O SEU PENSAMENTO AQUI.