CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 30 de maio de 2020

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE

Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou”. Toda a vida de Jesus é uma fascinante oração ao Pai. Ele não tem momentos de oração. Na verdade, Seu ser já é oracional. Em tudo Ele dá graças e louvores ao Pai. Sua existência é testemunho contínuo. Ele é UM com o Pai em tudo: pensamento, palavras, atos, objetivo salvítico, obediência e, enquanto pessoa divina, é UM pela natureza divina. Nessa sua condição de contínua vida de oração, especialmente aqui, no capítulo 17, Ele manifesta toda Sua atenção ao Pai e aos que LHE foram confiados, que pertencem ao Seu Pai. Aos Seus, demonstra ser o Bom Pastor, não quer perder Suas ovelhas, preocupa-se com cada uma, entrega-os aos cuidados do Pai, que, por meio DELE enviará o Espírito Santo, a fim de que permaneçam firmes, unidos, fraternos, corajosos, solidários e livres da ferocidade do demônio.
2. “Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um”. A unidade de Deus se revela na essência e no ser UM todo para o OUTRO e é o fundamento da unidade exigida por Jesus para Seus discípulos. O que Jesus pede aqui significa permitir que a graça de Deus torne os discípulos totalmente voltados para o bem um do outro, completamente responsáveis uns pelos outros, tendo como base não somente a natureza humana, mas também, e de modo especial, o inclinar-se para o próximo, ser um dom para ele. Nesse sentido, há uma exigência para cada um, uma necessidade de abertura e receptividade, de amor, humildade, simplicidade e misericórdia, uma vez que, não sendo divinos, os discípulos precisam lidar com suas limitações e desafios nos relacionamentos e na construção da unidade.
3.“Eu lhes dei a tua palavra”. Não se trata de qualquer palavra, mas da Palavra identificada com a Verdade. Isso significa que somente por meio da PALAVRA VERDADEIRA, é que se dará a unidade entre si. Não haverá unidade onde não existir a verdade, e esta não estará onde o amor não se fizer presente, e este não estará onde o homem for apenas busca de si mesmo, desejo de realização individualista, apego aos próprios sonhos, como se sucedeu com Judas Iscariotes, o chamado “filho da perdição”, que não se abriu à palavra de Deus, a verdade do Senhor. Por isso, sem ambiente familiar (fundamentado na unidade), sem abertura à Palavra, sem, portanto, fazer-se dom, tornou-se obstáculo, pedra de tropeço para os outros e terror para si mesmo. O projeto de Jesus não encontrou lugar na mente de Judas Iscariotes, que preferiu continuar na lógica do mundo. Jesus quis que todos entendessem que não pertenciam ao mundo, que o mundo os odiava, mas que deveriam permanecer nele, livres do maligno e como luz na Luz. Os discípulos deveriam entender sua realidade nova e identificados com Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Por vontade mesma de Jesus, eles deveriam ser consagrados na verdade. E assim, sendo um pela palavra verdadeira, tinham condições de serem enviados ao mundo por Jesus, à semelhança do envio do Pai quanto ao Filho. Ou seja, a missão salvítica só deveria acontecer mediante a UNIDADE DOS CRISTÃOS na Verdade e na Palavra de Deus.
4.“Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”. Então, Jesus não mede esforços para ser todo para Seus discípulos, isto é, para toda Sua Igreja, e, mais ainda, por todos nós batizados. A consagração de Jesus tem em vista a nossa salvação e a missão que devemos desempenhar na história, mesmo que sejamos odiados pelo mundo, desprezados pela família ou “amigos”. A consagração de Jesus se dá por nossa causa. E isso é verdadeiro, porque fomos criados para a salvação, isto é, para a comunhão plena com Deus. Sendo assim, Aquele pelo qual tudo foi criado é o mesmo pelo qual tudo deverá ser salvo. A consagração de Jesus por nós exige que sejamos também nós consagrados na verdade. O que passa disso não vem de Deus. Não deve haver na mente e no coração dos discípulos outro interesse que não somente e absolutamente a verdade, que em essência é o próprio Verbo de Deus. É identificado com Cristo aquele que faz da verdade o seu chão, suas roupas, seu horizonte e finalidade de vida. E esse é o interesse maior de Jesus Cristo para Sua Igreja. Somente na Verdade, vivendo decididamente a Palavra, os discípulos poderão construir a Unidade querida por Deus e serem testemunhas da salvação para o mundo.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo

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