CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 6 de junho de 2020

Deus amou tanto o mundo, que nos deu o seu Filho unigênito

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que NELE crer, mas tenha a vida eterna". A criação é obra do amor de Deus e existe para Deus mesmo. Tudo foi criado pelo amor e para o amor, para a comunhão eterna. Apesar de ser fruto do amor, o homem disse não à vida com Deus, optando por si mesmo. Largou o Criador e abraçou a criatura, tornou-se idólatra. Deus não abandonou sua criatura. Por amor, o Pai entregou Seu Filho Unigênito, o Seu Amado, permitindo-lhe a morte, a fim de que não morra aquele que NELE crê, aquele que pecou, que se tornou digno de morte. Por meio de Jesus Cristo, o Pai dá ao homem a possibilidade de uma vida nova, a vida eterna, para a qual foi feito.
2. "Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo". A condenação não é uma punição de Deus, mas uma consequência para aquele que não se voltar para o seu Criador, que não fizer uma opção radical por Deus, que colocar sua vida acima de tudo, que valorizar mais os seus interesses do que a vontade de Deus, que se tornou idólatra. Aquele que aderir a Jesus Cristo, pondo sua vida à disposição do bem maior para si e para todos conquistará a vida eterna. Convém ressaltar que o desejo de Deus é a salvação do homem. Para que isso pudesse acontecer, não mediu esforços, enviando-nos o próprio Filho, que ao ser suspenso num madeiro concretizou o sinal da serpente de bronze no deserto. Lá olhavam para o “alto”, mirando a serpente; aqui, olham para o “alto”, mirando Jesus Cristo. Em ambos os momentos, necessário se fez o olhar, mais precisamente o ver. É sabido que para ver bem é preciso, antes de tudo, ser interiormente livre, ter amor à verdade e à justiça, e ainda ter uma vida segundo os Mandamentos do Senhor, uma vida reta conforme a vontade de Deus.
3. "Quem não crê será condenado". Então, a fé é essencial e decisiva no julgamento. Cabe ao homem acolhê-la como dom de Deus ou, ao contrário, rejeitá-la. A medida do julgamento final é o Filho de Deus. Rejeitá-lo significa dizer NÃO à salvação oferecida pelo Pai. Acolhê-lo significa a Ele aderir de todo coração, com toda alma e com todas as forças, tendo-o como ÚNICO, Senhor e razão de vida. Quem O abraça, segue por Ele, que é o Caminho que conduz à Verdade e à Vida. Além disso, é necessário aproximar-se de Jesus não somente vendo-o como dom, mas também podendo enxergar a cruz como glória e vitória. A partir daí, dar um passo na direção compreensiva do julgamento, que, segundo João, não será num futuro longícuo, mas agora, na atual experiência do homem. João aponta para o fato de que não é tanto Deus o julgador, e sim o próprio homem, pelas escolhas que faz na vida. A fé, portanto exigirá reconhecimento e acolhida do dom de Deus na experiência de cada um.
4. Fomos criados para a salvação, que é obra do Pai, pelo Filho no Espírito Santo. O que foi criado por obra trinitária, trinitariamente é salvo. O Novo Testamento nos oferece alguns sinais claros desse mistério: a Encarnação do Verbo (o Pai, por obra do Espírito Santo, envia Seu Filho); o Batismo (o Filho na água, o sinal do Espírito na pomba e a voz do Pai); as tentações (“se és Filho de Deus…”); a oração de Jesus, que exulta no Espírito e clama ao Pai; a Cruz (o Pai entrega o Filho, que se entrega, e o Espírito que se deixa entregar); e a Ressurreição (o Pai derrama Seu Espírito sobre Seu Filho). Também nos capítulos 16 e 17 de Jo fica clara a indicação trinitária: Jo 16,7: “… se eu não for (para o Pai), o Paráclito não virá”; em Jo 17,11.22: “… assim como nós somos um”. Em Mt 28,19, temos a formula batismal claramente trinitária: “… batizai em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Em 2Cor 13,13, São Paulo diz: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo”. Pois bem, além desses textos, encontramos aqueles que fazem referência a Jesus Cristo como sendo Deus: Jo 1,1.18; 5,35; 8,24.27.58; 13,19; 18,5-6; 20,28; Rm 9,5; Tt 2,13; 2Pd 1,1; 1Jo 5,20.
5. No Antigo Testamento, segundo os Padres da Igreja, Gn 1,26 é um sinal trinitário: “Façamos o homem segundo nossa imagem e semelhança”. Trata-se de um plural magestático, mas que não deixa de ser significativo dentro do contexto de Israel que jamais quis imaginar Deus como sendo três pessoas. Um outro texto que se deve levar a sério é o da visita dos três anjos a Abraão nos carvalhos de Mambré (cf. Gn 18,1-10). Inclusive Rublev inspirou-se nessa cena para pintar seu ícone famoso sobre a Trindade. O fato é que a Revelação de Deus vai passando por etapas até Jesus Cristo, que é a Revelação absoluta de Deus. A partir da Ressurreição, mediante o envio do Espírito Santo, coube a Igreja, à luz do mesmo Espírito, aprofundar sua fé para evitar desvios que colocavam em risco justamente a salvação pela qual Jesus deu Sua vida. Ter clareza quanto a Verdade e ensiná-la dignamente é caminho de salvação. Qualquer erro vivido e ensinado conduz à condenação. Daí também ser necessária a ação do Espírito de Deus, o Espírito da Verdade na vida da Igreja. Para que não haja desvios, faz-se necessário o dom da fé, a vivência da verdade, do amor e da liberdade de filho de Deus. Assim procedendo, conquistaremos a comunhão com o Deus comunhão.
Para quem deseja aprofundar:
1. O que em Deus é um: a Natureza, Essência ou Substância.
2. O que em Deus é dois: as Processões: por Geração (Filho); por Espiração (Espírito).
3. O que em Deus é três: as Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
4. O que em Deus é quatro: as Relações: Paternidade, Filiação, Espiração ativa e Espiração Passiva.
5. O que em Deus é cinco: Inascibilidade, paternidade, filiação, espiração ativa e espiração passiva.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo

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