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Salmo Responsorial: 22(23)
Evangelho: Mateus 16,13-19 CONVERTEI-VOS E CREDE
Primeira Leitura: 1 Pedro 5,1-4
Salmo Responsorial: 24(25)
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus.- Evangelho: Marcos 1,12-15
Leitura: Gênesis 9,8-15
1 Pedro 3,18-22
PELA CONVERSÃO DO MUNDO - Evangelho: Lucas 5,27-32
Salmo Responsorial: 85(86)
Isaías 58,9-14 - Leitura do livro do profeta
Leitura: Isaías 58,1-9
Salmo Responsorial: 50(51)
Salve, Cristo, luz da vida, / companheiro na partilha! - Evangelho: Mateus 9,14-15
Leitura: Deuteronômio 30,15-20
Salmo Responsorial: 1
Glória a vós, Senhor Jesus, / primogênito dentre os mortos!
Jesus Cristo, sois bendito, / sois o ungido de Deus Pai! - Evangelho: Mateus 6,1-6.16-18
Salmo Responsorial: 50(51)
Joel 2,12-18- Leitura da profecia
2 Coríntios 5,20-6,2 - Leitura da segunda carta do Ap. Paulo
Gênesis 6,5-8; 7,1-5.10 - Leitura do livro
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra - Evangelho: Marcos 8,14-21
Salmo Responsorial: 28(29)
A ORAÇÃO DO SENHOR: «PAI NOSSO»
2759.
«Um dia, estava Jesus em oração, em certo lugar. Quando acabou,
disse-lhe um dos seus discípulos: "Senhor, ensina-nos a orar, como João
Baptista também ensinou os seus discípulos"» (Lc 11, 1). Foi em
resposta a este pedido que o Senhor confiou aos seus discípulos e à sua
Igreja a oração cristã fundamental. São Lucas apresenta-nos um texto
breve dessa oração (cinco petições)(1); São Mateus, uma versão mais
desenvolvida (sete petições) (2). A tradição litúrgica da Igreja reteve o
texto de São Mateus (Mt 6, 9-13):
Pai Nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.
2760. Bem cedo o uso litúrgico concluiu a
oração do Senhor por uma doxologia. Na Didakê: «Porque Vosso é o poder e
a glória, pelos séculos» (3). A esta doxologia, as Constituições
Apostólicas acrescentam no princípio: «o Reino» (4), e essa é a fórmula
que se usa em nossos dias na oração ecuménica. A tradição bizantina
acrescenta, depois de «a glória»: «Pai, Filho e Espírito Santo». O
Missal Romano amplia a última petição (5) na perspectiva explícita da
«expectativa da bem-aventurada esperança» (6) e da vinda de Jesus Cristo
nosso Senhor, seguindo-se a aclamação da assembleia que retoma a
doxologia das Constituições Apostólicas.
«O RESUMO DE TODO O EVANGELHO»
2761.
«A oração dominical é verdadeiramente o resumo de todo o Evangelho»(7).
«Depois de o Senhor nos ter legado esta fórmula de oração, acrescentou "Pedi e recebereis" (Jo 16,
24). Cada um pode, portanto, dirigir ao céu diversas orações segundo as
suas necessidades, mas começando sempre pela oração do Senhor, que
continua a ser a oração fundamental» (8).
I. No centro da Sagrada Escritura
2762.
Depois de ter mostrado como os Salmos são o alimento principal da
oração cristã e convergem para as petições do Pai-nosso, Santo Agostinho
conclui:
«Percorrei todas as orações que existem na Sagrada Escritura;
não creio que possais encontrar uma só que não esteja incluída e
compendiada nesta oração dominical» (9).
2763. Todas as Escrituras (a Lei, os
Profetas e os Salmos) se cumpriram em Cristo (10). O Evangelho é esta
«boa-nova». O seu primeiro anúncio está resumido por São Mateus no
sermão da montanha (11). Ora a oração do Pai-nosso está no centro deste
anúncio. E é neste contexto que se elucida cada uma das petições da
oração legada pelo Senhor:
«A oração dominical é a mais perfeita das orações [...].
Nela, não só pedimos tudo quanto podemos rectamente desejar, mas também
segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração, não só
nos ensina a pedir, mas também plasma todos os nossos afectos» (12).
2764. O sermão da montanha é doutrina de
vida e a oração dominical é prece; mas num e noutra, o Espírito do
Senhor dá uma forma nova aos nossos desejos, a esses movimentos
interiores que animam a nossa vida. Jesus ensina-nos a vida nova com as
suas palavras e ensina-nos a pedi-la pela oração. Da rectidão da nossa
oração dependerá a da nossa vida n' Ele.
II. «A oração do Senhor»
2765.
A expressão tradicional «oração dominical» (isto é, «oração do Senhor»)
significa que a prece dirigida ao nosso Pai nos foi ensinada e legada
pelo Senhor Jesus. Tal oração, que nos vem de Jesus, é verdadeiramente
única: é «do Senhor». Efectivamente, por um lado, nas palavras desta
oração o Filho Único dá-nos as palavras que o Pai Lhe deu (13): Ele é o
mestre da nossa oração. Por outro lado, sendo o Verbo encarnado, Ele
conhece no seu coração de homem as necessidades dos seus irmãos e irmãs
humanos e revela-no-las: Ele é o modelo da nossa oração.
2766. Mas
Jesus não nos deixa uma fórmula para ser repetida maquinalmente (14).
Como em toda a oração vocal, é pela Palavra de Deus que o Espírito Santo
ensina os filhos de Deus a orar ao seu Pai. Jesus dá-nos, não somente
as palavras da nossa oração filial, mas também, ao mesmo tempo, o
Espírito pelo qual elas se tornam em nós «espírito e vida» (Jo 6,
63). Mais ainda: a prova e a possibilidade da nossa oração filial é que
o Pai «enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: "Abbá! ó Pai!"» (Gl 4,
6). Uma vez que a nossa oração traduz os nossos desejos diante do Pai, é
ainda «Aquele que sonda os corações», o Pai, que «conhece o desejo do
Espírito, porque é de acordo com Deus que o Espírito intercede pelos
santos» (Rm 8, 27). A oração ao nosso Pai insere-se na missão misteriosa do Filho e do Espírito.
III. A oração da Igreja
2767.
Esta dádiva indissociável das palavras do Senhor e do Espírito Santo
que lhes dá vida no coração dos crentes foi recebida e vivida pela
Igreja desde as origens. As primeiras comunidades rezavam a oração do
Senhor «três vezes por dia» (15), em vez das «dezoito bênçãos» usadas
pela piedade judaica.
2768. Segundo a Tradição apostólica, a oração do Senhor está essencialmente radicada na oração litúrgica:
O Senhor «ensina-nos a fazer a nossa oração em comum por
todos os nossos irmãos. Porque Ele não diz «meu Pai» que estás nos céus,
mas sim nosso Pai, para que a nossa oração seja, numa só alma, por todo o corpo da Igreja» (16).
Em todas as tradições litúrgicas, a
oração do Senhor é parte integrante das «horas» principais do Ofício
Divino. Mas é sobretudo nos três sacramentos da iniciação cristã que o
seu carácter eclesial aparece com evidência:
2769. No Baptismo e na Confirmação, a entrega («traditio») da
oração do Senhor significa o novo nascimento para a vida divina. Uma
vez que a oração cristã consiste em falar a Deus com a própria Palavra
de Deus, aqueles que são «regenerados [...] pela palavra do Deus vivo» (1 Pe 1,
23) aprendem a invocar o seu Pai com a única palavra que Ele escuta
sempre. E podem fazê-lo a partir de então, porque o selo da unção do
Espírito Santo foi gravado indelevelmente no seu coração, nos seus
ouvidos, nos seus lábios, em todo o seu ser filial. É por isso que a
maior parte dos comentários patrísticos ao Pai-nosso são dirigidos aos
catecúmenos e aos neófitos. Quando a Igreja reza a oração do Senhor, é
sempre o povo dos «recém-nascidos» que ora e alcança misericórdia (17).
2770. Na liturgia eucarística, a
oração do Senhor aparece como a oração de toda a Igreja. Ali se revela o
seu sentido pleno e a sua eficácia. Situada entre a anáfora (oração
eucarística) e a liturgia da comunhão, recapitula, por um lado, todas as
petições e intercessões expressas no movimento da epiclese; e por
outro, bate à porta do festim do Reino que a Comunhão sacramental vai
antecipar.
2771. Na Eucaristia, a oração do Senhor manifesta também o carácter escatológico das
suas petições. É a oração própria dos «últimos tempos», dos tempos da
salvação que começaram com a efusão do Espírito Santo e terminarão com o
regresso do Senhor. Os pedidos que fazemos ao nosso Pai, diferentemente
das orações da Antiga Aliança, apoiam-se no mistério da salvação já
realizada, duma vez para sempre, em Cristo crucificado e ressuscitado.
2772.
Desta fé inabalável brota a esperança que suscita cada uma das sete
petições. Estas exprimem os gemidos do tempo presente, este tempo da
paciência e da espera, durante o qual «ainda não se manifestou o que
havemos de ser» (1 Jo 3, 2)(18). A Eucaristia e o Pai-nosso tendem para a vinda do Senhor, «até que Ele venha!» (1 Cor 11, 26).
Resumindo:
2773.
Em resposta ao pedido dos seus discípulos («Senhor, ensina-nos a orar»:
Lc 11, 1), Jesus confia-lhes a oração cristã fundamental do
«Pai-nosso».
2774. «A Oração Dominical é verdadeiramente o resumo de todo o Evangelho» (19), «a mais perfeita das orações» (20). Está no centro da Sagrada Escritura.
2775. É chamada «Oração Dominical», porque nos vem do Senhor Jesus, mestre e modelo da nossa oração.
2776.
A Oração Dominical é a oração da Igreja por excelência. Faz parte
integrante das «horas» principais do Ofício Divino e dos sacramentos da
iniciação cristã: Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Integrada na
Eucaristia, manifesta o carácter «escatológico» das suas petições, na
esperança do Senhor, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26).
Pai Nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.
«Percorrei todas as orações que existem na Sagrada Escritura; não creio que possais encontrar uma só que não esteja incluída e compendiada nesta oração dominical» (9).
«A oração dominical é a mais perfeita das orações [...]. Nela, não só pedimos tudo quanto podemos rectamente desejar, mas também segundo a ordem em que convém desejá-lo. De modo que esta oração, não só nos ensina a pedir, mas também plasma todos os nossos afectos» (12).
O Senhor «ensina-nos a fazer a nossa oração em comum por todos os nossos irmãos. Porque Ele não diz «meu Pai» que estás nos céus, mas sim nosso Pai, para que a nossa oração seja, numa só alma, por todo o corpo da Igreja» (16).
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