CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

TODO O EVANGELHO DO MUNDO

 Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, permanece só; se, ao contrário, morre, produz muito fruto”. Diferentemente dos evangelhos sinóticos, que identificavam a semente com a Palavra de Deus (Mt 13,3-8.31-32; Mc 4,26-29), João a identifica com o próprio Jesus e, consequentemente, com Seus discípulos. Duas coisas devem ser observadas nessa afirmação: em primeiro lugar, o fato de a semente ou grão de trigo não cair na terra e não morrer, indicando quem faz opção por si mesmo, que não deseja fazer-se um dom, que não se motiva para uma doação de si em vista de um bem maior, que não quer se preocupar com nada externo a si, pois mais importante é cuidar de si mesmo. Em segundo lugar, o fato da morte, que, contrariando qualquer forma de mentalidade mundana, produz fruto. Neste caso, vê-se uma alusão à morte de Jesus e também dos Seus discípulos. Jesus será morto, mas não será o fim, pois Sua morte dará frutos, a começar de Si mesmo, que, na sua condição humana, será glorificado. Sua morte é esvaziamento total de Si e rendenção para a humanidade. A morte dos Seus discípulos será “semente de novos cristãos”.



2. “Quem ama sua vida vai perdê-la; quem, ao contrário, odeia sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna”. Amar aqui não significa dar valor, vendo-a no projeto de Deus, mas numa realidade de egoísmo, de apego pessoal, uma espécie de narcisismo. Odiar a própria vida não signica, por sua vez, desvalorizá-la, pelo contrário, significa tê-la em altíssimo grau de importância, mas na dependência de Deus, voltada para Deus e à disposição da vontade do Senhor. Odiar a vida, nesse contexto, é não ser apegado a si mesmo, não buscar tudo para si, mas colocar-se à disposição do desejo do Altíssimo. É, ainda, querer ser útil na prática do bem, não medir esforços para amar, ser verdadeiro, construir a paz e a justiça; é ser solidário, disponível, desapegado de si e fiel ao projeto do Pai por meio de Jesus Cristo; é ser voltado para o futuro de Deus, enfrentando a cruz sem desanimar.

3. O discípulo deve fazer de sua vida uma doação constante, uma milagre para o outro; deve ser um oásis no meio do deserto do mundo, um descanso para quem vive sobrecarregado, um consolo para quem chora, um horizonte para quem se encontra perdido, uma luz para os que vivem em trevas, um sal que, além de dar sabor e conservação, perde-se no alimento, permitindo que somente o sabor da comida apareça, uma esperança para os desanimados e um lugar de encontro salvífico.

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