CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

domingo, 3 de outubro de 2021

LITURGIA DESTA SEGUNDA - PELA CONVERSÃO DOS PECADORES E ALMAS DO PURGATÓRIO

 


Francisco de Assis, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pobre e desvalido. O Senhor, porém, o acolheu com amor.

Francisco nasceu na Itália em 1182 e lá faleceu em 1226. Uma versão da antífona da entrada nos oferece bela síntese da vida deste santo humilde, pobre, alegre e caridoso: “Francisco, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pequeno e pobre. O Senhor, porém, o acolheu para o seu serviço”. Cultivemos um coração franciscano, inteiramente voltado para a bondade, a beleza e a preservação da natureza.

Primeira Leitura: Jonas 1,1-2,1.11

Início da profecia de Jonas – 1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amati, e dizia: 2“Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive, e anuncia-lhe que sua perversidade subiu até a minha presença”. 3Jonas pôs-se a caminho a fim de fugir para Társis, longe da presença do Senhor; desceu a Jope e encontrou um navio com destino a Társis, adquiriu passagem e embarcou com os outros passageiros para essa cidade, para longe da presença do Senhor. 4Mas o Senhor mandou um vento violento sobre o mar, levantando uma grande tempestade, que ameaçava destruir o navio. 5Tomados de pavor, os marinheiros começaram a gritar, cada qual a seu deus, e a lançar ao mar a carga do navio para o aliviar. Jonas havia descido ao porão do navio, deitara-se e dormia a sono solto. 6O chefe do navio foi vê-lo e disse: “Como! Tu dormes? Levanta-te e reza ao teu deus; talvez ele se lembre de nós, e não morreremos”. 7Disseram entre si os marinheiros: “Vamos tirar a sorte, para saber por que nos acontece esta desgraça”. Lançaram a sorte, e esta caiu sobre Jonas. 8Disseram-lhe: “Explica-nos, por culpa de quem nos acontece esta desgraça? Qual é a tua ocupação e donde vens? Qual é a tua terra, de que povo és?” 9Ele respondeu: “Eu sou hebreu e temo o Senhor, Deus do céu, que fez o mar e a terra firme”. 10Aqueles homens ficaram possuídos de grande medo e disseram: “Como é que fizeste tal coisa?” Pelas palavras dele, acabavam de saber que estava fugindo da presença do Senhor. 11Disseram então: “Que faremos contigo, para acalmar o mar?” Pois o mar enfurecia-se cada vez mais. 12Respondeu Jonas: “Pegai-me e lançai-me ao mar, e o mar vos deixará em paz: eu sei que, por minha culpa, se desencadeou sobre vós esta grande borrasca”. 13Os marinheiros, à força de remar, tentavam voltar à terra, mas em vão, porque o mar cada vez mais se encapelava contra eles. 14Então invocaram o Senhor e rezaram: “Suplicamos-te, Senhor, não nos deixes morrer em paga pela vida deste homem, não faças cair sobre nós este sangue inocente; fizeste, Senhor, valer tua vontade”. 15Então, pegaram Jonas e atiraram-no ao mar; e cessou a fúria do mar. 16Invadiu esses homens um grande temor do Senhor, ofereceram-lhe sacrifícios e fizeram-lhe votos. 2,1Determinou o Senhor que um grande peixe viesse engolir Jonas; e ele ficou três dias no ventre do peixe. 11Então o Senhor fez o peixe vomitar Jonas na praia. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Jn 2

Retirastes minha vida do sepulcro, ó Senhor!

1. Do fundo do abismo, do ventre do peixe, † Jonas rezou ao Senhor, o seu Deus, / a seguinte oração. – R.

2. Na minha angústia clamei por socorro, † pedi vossa ajuda do mundo dos mortos / e vós me atendestes. – R.

3. Senhor, me lançastes no seio dos mares, † cercou-me a torrente, vossas ondas passaram / com furor sobre mim. – R.

4. Então, eu pensei: eu fui afastado † para longe de vós; nunca mais hei de ver / vosso templo sagrado. – R.

5. E quando minhas forças em mim acabavam, † do Senhor me lembrei, chegando até vós / a minha oração. – R.

Evangelho: Lucas 10,25-37

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu vos dou novo preceito: / que uns aos outros vos ameis, / como eu vos tenho amado (Jo 13,34). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 25um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” 27Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” 28Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. 29Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. 31Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’. E Jesus perguntou: 36“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”. – Palavra da salvação.


Evangelho: Lucas 10,25-37- Eu vos dou novo preceito: / que uns aos outros vos ameis, / como eu vos tenho amado (Jo 13,34).

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8 comentários:

  1. 1. Um mestre da Lei, portanto conhecedor do Antigo Testamento, tendo diante de si um filho de carpinteiro, que está ensinando e conduzindo as pessoas pela estrada da libertação, arroga-se de sua “sabedoria”, do seu “conhecimento”, para humilhar o Galileu diante dos Seus discípulos, de todos os presentes. A pergunta do mestre da lei contém o dado essencial da vida eterna como finalidade, mas somente para aqueles que viverem a verdade proclamada em Dt 6,4 e Lv 19,18. Jesus rebate a pergunta com outra pergunta: “Que está escrito na Lei? Como a lês? O mestre é forçado a citar os dois textos de Dt e Lv: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência” (Dt 6,4), isto é, amar com todo o encanto, com toda a vida, gastando-se totalmente por Deus e utilizando-se da inteligência para o mais profundo conhecimento do Senhor, ou seja, ser absolutamente voltado para Deus. Depois, “… e a teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Diante da resposta, Jesus se coloca além do alcance do mestre da lei, concordando com a resposta, mas acrescentando um importante “Faze isso e viverás”, isto é, a necessidade de não saber somente, mas colocar na prática do dia-a-dia, no cotidiano das relações familiares, comunitárias e com o mundo.

    2. O mestre da Lei quis justificar-se: “E quem é o meu próximo?”. Com essa pergunta, ele simplesmente demonstrou que seu entendimento de próximo era muito reduzido, pois, como todo bom judeu, próximo significa um parente, alguém da mesma comunidade ou do mesmo país e da mesma religião. Jesus percebe a limitação daquele que O interroga e dá-lhe a mais importante lição sobre o amor de Deus mediante a parábola do samaritano. Segundo Jesus, próximo não é aquele que faz parte da mesma família, do ciclo de amizade, da mesma comunidade, país ou religião. Não é a consaguinidade ou a mesma nacionalidade que caracterizam o próximo. Tal visão não passa de uma lógica própria a todas as nações. Não existe nada de novo nessa forma de ação. Próximo na lógica de Jesus é todo aquele necessitado e isso é universal; é todo aquele que necessita de atenção, de um abraço, de um conselho, de alimentação, saúde, educação e segurança; é também aquele que necessita de formação, conhecimento da verdade, de expectativas e de esperança. E ainda, para ser mais enfático, próximo é aquele que, diante do necessitado, coloca-se à disposição dele para o seu bem. Então, nesse caso, há, além do que necessita, uma exigência de fazer-se próximo.

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  2. 3. O mestre da lei entendeu o ensinamento novo. Entendeu que a Lei de Deus é Dom para a libertação do ser humano e que, para isso, exige homens e mulheres renovados, segundo Jesus Cristo, para serem autênticos instrumentos da INSTRUÇÃO DE DEUS. Aquele mestre, depois desse encontro com Cristo, conquistou uma nova forma, a mais perfeita de transmitir a TORAH, porque passou ao entendimento da essência da Lei de Deus. Fica claro, portanto, que não basta o conhecimento da Lei, mas também e, principalmente, o modo mais correto de aplicá-la, que não pode ser outro senão o do Salvador. Jesus Cristo é, em si mesmo, a legítima interpretação da Lei de Deus, sendo Ele mesmo o cumprimento dela.

    4. O próximo é “Aquele que usou de misericórdia…”. Não se trata de favorecimento em estado de pecado. Não é a mesma coisa que ter pena de quem peca e conservá-lo em seu pecado. Não significa dar direitos a pessoas em situação grave de afastamento de si e da comunhão com Deus, para não excluir o outro. Agir dessa forma é o mesmo que conservar na própria vida os ditames de um mundo que deseja ardentemente direitos, mas sem compromisso, sem responsabilidade e sem conversão. Ser misericordioso é agir salvando o outro. Como salvá-lo? Cuidando dele em suas necessitades tanto físicas quanto espiriturais. Quem ama a Deus não quer a desgraça nem para si nem para os outros. E não existe desgraça maior que o pecado. Quem luta pela conversão pessoal e dos demais está agindo em nome da mais importante expressão do amor de Deus. Então, cuidemos uns dos outros, façamos o bem, corrijamos os erros, mostremos o horizonte de Deus para quem necessita encontrar-se com Ele. Isso é misericórdia.

    Agora, vamos e façamos a mesma coisa!

    Um forte e carinhoso abraço

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  3. Mais uma vez estamos diante do uso de uma palavra que pode colocar o discípulo na contramão de sua identidade como discípulo. Trata-se da palavra "maior". Os discípulos perguntam: "Quem é o maior no Reino dos Céus?" A questão é que muitos podem interpretar essa pergunta como se eles estivessem interessados em algum posto de honra entre eles, ou mesmo haver uma hierarquia dos lugares mais importantes, mas não é bem assim. Quando eles colocam a expressão "Reino dos Céus" dão a entender que o termo "maior" aqui se refere à "grandeza espiritual". Certamente, estão pensando a vida de comunhão com Deus nos moldes da lógica dos postos de honra do "homem velho".

    Diante de tal pergunta, Jesus responde, exigindo duas coisas dos discípulos e de toda a Igreja: conversão e tornar-se como crianças. Converter-se quer dizer mudar de mentalidade, lançar por terra a mentalidade do "homem velho", pecador, seguidor de si mesmo e dos desejos e interesses do mundo, para entrar na mentalidade do Evangelho, na lógica trazida por Jesus Cristo. O homem que pensa com o mundo tem uma visão panorâmica da realidade e aponta somente os lugares belos, famosos e que enchem o seu prazer pessoal. Agora, há o convite a enxergar a realidade de si mesmo, do mundo e do outro a partir dele mesmo. O olhar convertido enxerga humildemente, desprovido de escoras, de seguranças humanas, de interesses mundanos, procura ser simples, pobre, desapegado de tudo e de todos, confiante. É aquele olhar que atinge o âmago, o mais profundo, a essência do outro ou mesmo de si mesmo. Esse é o olhar de uma criança, que confia no pai, joga-se sem medo nos seus braços e não quer saber dos desconhecidos, desprovidos de amizade com quem ela ama e por quem é amada.

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  4. Os discípulos não devem somente ser como as crianças, mas também cuidar dos desprovidos, dos humildes, dos sofredores da comunidade de fé; devem ser autênticos amigos do Mestre, seus mais eficazes instrumentos de bondade para com todos. Eles devem ser compreensivos, misericordiosos, solidários e disponíveis para com os "pequeninos" de Deus, aqueles que creem na mais profunda simplicidade de sua existência; que não têm poder nem direitos; que, na verdade, não são importantes para o jogo de interesse dominante do mundo. Esses pequeninos são as "pupilas de Jesus" e, obrigatoriamente, também dos seus discípulos, que, por sua vez, são também eles as mesmas "pupilas".

    Tornar-se como uma criança significa viver, no cotidiano, a realidade mesma do modo como Jesus viveu: sendo todo para o outro na mais profunda entrega de si mesmo; abaixando-se o máximo possível, a fim de que o outro seja elevado para a glória de Deus. Como Jesus, o discípulo prontifica-se no combate ao mal e na transformação interior dos pecadores. Além disso, o ser semelhante às crianças significa deixar-se envolver e conduzir pelo Espírito Santo, voltar-se totalmente para o Pai, gritar por Ele, confiar Nele, tê-Lo como única RAZÃO de vida e FORTALEZA diária, ser capaz de perceber o Seu amor, Sua presença e também SUA correção paterna. Significa, ainda, correr para os Seus braços tanto nos momentos de alegria quanto de tristeza, de segurança ou insegurança, de esperança ou desespero, pois o mais importante é a certeza de que o PAI é o TUDO de sua existência.

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  5. "O que vos parece?" O modo como Jesus educa difere muitíssimo daqueles que estamos acostumados a perceber nos que se dizem "mestres e doutores". Ele não força o outro a ter que pensar do jeito Dele. Pelo contrário, seu modo de ensinar conduz o ouvinte à reflexão, permite que o outro tenha a possibilidade de criar, a partir de seu próprio pensamento, um ambiente acolhedor àquelas palavras essenciais, ditas de modo fascinante. Aquele que ouve é quem se sente na obrigação de guerrear dentro de si mesmo, a fim de atingir aquilo pelo que foi tocado de modo extraordinário.

    Jesus revela o imenso interesse salvífico de Deus. A vinda de Jesus ao mundo é, concretamente, a resposta ao texto de hoje. Por meio do Filho, o Pai veio procurar sua criação, veio dizer a ela o quanto seu Amor é grande e que nunca desistirá do desejo de salvá-la, configurando-a ao Filho no Espírito Santo. Como na parábola do filho pródigo, aqui o texto demonstra a iniciativa misericordiosa da salvação, que Deus se preocupa com o seus e que os quer com Ele. O discípulo sabe que é um "mísero inseto", um nada, mas infinitamente amado e protegido por Deus. O texto é claro quando diz que a alegria de ter encontrado a ovelha que se perdeu é maior do que pelas noventa e nove salvas. Realmente Deus olha a mim e a vc, qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, rico ou pobre, santo ou pecador, feio ou bonito, sadio ou doente, desejando apenas uma coisa: que cada um se deixe encontrar por Ele.

    A ovelha desgarrada num primeiro momento acha que é livre, pode fazer tudo, comer em qualquer pasto, beber em qualquer fonte, tomar sol na hora que quiser, banhar-se quando bem entender, mas vem a noite, e aí passa, num segundo tempo, a se sentir sozinha, sem o pastor a lhe acariciar a testa, olhar um ferimento no casco, chamá-la pelo nome e permanecer ali, de guarda, protegendo-a. A solidão toma conta de sua vida, não está em casa, outros querem usá-la, ninguém a vê como ovelha do rebanho, mas como uma estranha naquele ambiente; não é acolhida, abraçada, mas tida quase como um câncer. Ali, ela está à mercê de todos, seu valor lançado por terra, sua dignidade escondida, seu futuro nas mãos do acaso ou de tiranos.

    Assim se encontram homens e mulheres que fogem do seu lar salvífico, que procuram viver o que pensam de qualquer modo, que acham que são donos de si mesmos, que optam por uma vida sem Deus. Mesmo nessa condição, Deus vem, com certeza, ao encontro de cada um. Não como um carrasco, não como um ditador, desrespeitando a liberdade que cada um possui, mas do jeito de Jesus Cristo: Fascinante nas palavras, Obediente na ação, Justo no objetivo, Servo na missão, Amigo da humanidade segundo sua vida na história e Misericordioso na atitude. Por meio do Verbo feito carne, o Pai não quer perder nenhum sequer dos seus pequeninos, de todos os que fizeram, fazem e farão opção de vida por Ele; não quer perder a obra de suas mãos. Ele não quer perder você.

    Um forte e carinhoso abraço.

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  6. Jesus está indo na direção de Jerusalém. Enquanto ensina ao povo, alguns fariseus querem apenas pô-lo à prova, querem apenas vê-lo desmoralizado diante de todos. Alguns ainda hoje agem da mesma forma como faziam esses fariseus: não escutam a Palavra de Deus, mas procuram, sentindo-se os donos do pensamento do Altíssimo, colocar armadilhas para quem verdadeiramente é servo da Palavra. Como sempre vão existir inimigos do bem, cabe ao discípulo de hoje, como fizera o de ontem, preparar-se bem, ser uma pessoa realmente de oração, estar atento à escuta da Palavra de Deus, ser verdadeiramente amigo ou amiga do Senhor em tudo, a fim de conceder aos interessados uma sempre mais profunda resposta da verdade.

    2. Alguns fariseus apresentam a Jesus o caso do divórcio, permitido por Moisés. Esse interesse manifesta um já intimamente aceito desejo de separação. Jesus dar uma resposta, mostrando a eles que a questão não está no que fez Moisés, mas no próprio povo, por causa de sua dureza de coração, incapaz de abrir-se totalmente a Deus. Como novo Moisés, Jesus revela-lhes a verdade do matrimônio de acordo com o pensamento inicial de Deus. Homem e mulher foram unidos por Deus, por isso não cabe ao homem separá-los. O matrimônio está dentro dos planos de Deus, é um projeto do Altíssimo. Ninguém deve pensar no matrimônio em vista de sua própria satisfação, pois, dessa forma, contrariaria um projeto que lhe é superior.

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  7. 3. Duas coisas são importante aqui: a unidade, estabelecida por Deus mesmo, tendo como fundamento o amor; e a questão do prazer. A realidade matrimonial, partindo da vontade de Deus, fundamenta-se exclusivamente no amor. Por isso mesmo, necessariamente tem de ser verdadeiro e aberto á vontade de Deus. Ou seja, amor, verdade e fé devem ser a base e o horizonte de todo relacionamento matrimonial. Somente a partir daí, a essência do matrimônio, como fidelidade, unidade e fecundidade pode ser vivida dignamente. O grande problema que se estabelece no universo matrimonial é a incapacidade de superação do próprio egoísmo e da falta de fé de muitos. A vida matrimonial torna-se, muitas vezes, um peso terrível, porque muitos querem somente realizar sua vida prazerosa, fazendo do outro um objeto de prazer contínuo e, ainda, escravizando o outro como se ele ou ela fossem puros objetos de prazer ou de desmandos doentios pessoais. A isso, some-se a questão da falta de fé, da incapacidade de renunciar a si mesmo, enxergando o mistério do amor de Deus, que se esvazia para o bem do outro.

    4. O casal precisa aprender a linguagem do amor, mas do amor como oblatividade, isto é, entrega de si mesmo para o bem do outro. O amor não é prazer sexual, não é sentimento, não é afeto, mas doação de si, entrega da própria vida, mesmo num contexto de inimizade. Ainda que não haja mais afeto, cabe a quem realmente tem fé, fazer-se um dom, a fim de conquistar o outro para a vida de comunhão consigo e com Deus. O amor ultrapassa os limites físicos, da presença corporal. Mesmo que não seja mais possível uma vida de comunhão física, quem ama deve continuar unido no vínculo estabelecido por Deus, porque ama verdadeiramente, porque tem fé, porque descobriu a dignidade do outro. Certamente, dessa forma, vive-se um deserto, um tremendo desafio, pois não é fácil estar com alguém quando não mais existe afeto, mas tudo se supera diante do mistério da cruz. O matrimônio exige convicção na reciprocidade do amor e absoluta entrega de si mesmo ao plano de Deus. O divórcio constitui um não a Deus e à dignidade humana.

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  8. 5. Os grandes perigos para a vida matrimonial: o egoísmo, a busca de si mesmo, desejo de separação, humilhação do outro, manifestação de superioridade, tratar o outro como coisa e, ainda mais, algo descartável, a ideologia de gênero, a não compreensão dos filhos como bênçãos de Deus e a famigerada ideologia de gênero. Somem-se a isso, a falta de fé, mentiras e desequilíbrios psicológicos em abundância na atualidade. Sem uma verdadeira conversão a Jesus Cristo, sem uma autêntica descoberta da dignidade do outro, sem o entendimento de si mesmo diante de Deus, todo matrimônio se transforma em estrada de sofrimento e destruição, podendo, em muitos casos, chegar ao fim pelo conjugicídio. É urgente descobrir o plano de Deus para o matrimônio, a realidade do homem e da mulher segundo Deus e colocar em prática o que Ele deseja. Antes ainda, é necessário que haja uma profunda evangelização, uma apresentação de Deus com amor, fervor e verdade.

    6. É preciso tomar o exemplo das crianças. Com relação a elas, o gesto repreensivo dos discípulos indica uma ação de proteção ao Mestre, para não ser importunado pelos pais daquelas crianças. Essa atitude é o reflexo da sociedade de Israel e de toda a Palestina; também é o reflexo de quem não consegue enxergar as pessoas em suas necessidades, nos seus valores e dignidade. Tal ação privilegia autoridades, pessoas de renome, posição social, homens e mulheres poderosos. Jesus fica indignado com essa atitude, porque um discípulo Seu jamais deve acatar uma mentalidade dentro dos padrões da mundanidade, que prescinde das crianças, dos pobres e daqueles de vida comum, não envolvidos em nada que lhes conceda fama e aplausos. Essa é a fisionomia do sistema econômico: os pobres, as crianças e os idosos são problemas, porque nada produzem, só consomem. O objetivo do sistema é o LUCRO. Quem só dá despesas é marginalizado.

    7. Jesus afirma que o Reino de Deus não pertence aos famosos, aos que são valorizados pelos homens, os que vivem de aplausos, de bajulações, de honras mundanas, de sucessos lucrativos, de quem tem muitos papéis sociais, de quem veste a máscara da simpatia e vive do politicamente correto e, ainda, apresenta-se como o "bom mocinho". O Reino de Deus pertence àqueles que são como as criancinhas, que lutam com simplicidade, que ainda não desempenham nada que os faça sofrer por coisas inúteis, que não têm a ambição desmedida do lucro desordenado, que são como os pobres, envolvidos apenas com o dia-a-dia de sua exis

    tência. O Reino de Deus pertence àqueles que se colocam, sem medo, à disposição da vontade de Deus, que são abertos ao Espírito de Deus e esperam somente do Senhor a sua recompensa.

    8. Jesus não quer ser protegido por A ou B, mas ser alcançado pela fé e pelo amor, pela simplicidade, honestidade e disponibilidade. Na verdade, Ele é quem nos alcança. Para Ele é abusivo qualquer espécie de apego ao fato de ele ser Mestre, pois para Ele o importante é que todos adiram à sua Pessoa. Adesão é a palavra chave. Aderir a Ele com todo o coração, com todas as forças e com toda a alma, deixando-se conduzir por Seu Espírito. Quem ainda não encontrou em Cristo o sentido de sua existência, a verdade de sua vida, é sinal de que ainda continua na lógica do mundo, na mentalidade dos que mandam.

    Um forte e carinhoso abraço.

    Evangelho do dia

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