CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

domingo, 10 de outubro de 2021

MISSA DO DOMINGO -Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir?

 




Senhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em vós encontra-se o perdão, Deus de Israel (Sl 129,3s).

Acolhamos na liturgia as exigências do seguimento de Jesus, que nos dirige um olhar de amor e nos pede a sabedoria de fazer opção decisiva pelo Reino. Porque Deus é bom, ele nos ajuda a discernir os pensamentos e intenções do nosso coração, de modo que, livres do apego às riquezas, escolhamos sempre o caminho da caridade e da solidariedade.

Primeira Leitura: Sabedoria 7,7-11

Leitura do livro da Sabedoria – 7“Orei, e foi-me dada a prudência; supliquei, e veio a mim o espírito da sabedoria. 8Preferi a sabedoria aos cetros e tronos e, em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; 9a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e, diante dela, a prata será como a lama. 10Amei-a mais que a saúde e a beleza e quis possuí-la mais que a luz, pois o esplendor que dela irradia não se apaga. 11Todos os bens me vieram com ela, pois uma riqueza incalculável está em suas mãos.” – Palavra do Senhor. 

Salmo Responsorial: 89(90)
Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor, / e exultaremos de alegria!

1. Ensinai-nos a contar os nossos dias / e dai ao nosso coração sabedoria! / Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? / Tende piedade e compaixão de vossos servos! – R.

2. Saciai-nos de manhã com vosso amor, / e exultaremos de alegria todo o dia! / Alegrai-nos pelos dias que sofremos, / pelos anos que passamos na desgraça! – R.

3. Manifestai a vossa obra a vossos servos, / e a seus filhos revelai a vossa glória! / Que a bondade do Senhor e nosso Deus † repouse sobre nós e nos conduza! / Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho. – R.

Segunda Leitura: Hebreus 4,12-13
Leitura da carta aos Hebreus – 12A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. 13E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas. – Palavra do Senhor.
Evangelho: Marcos 10,17-30 ou 17-27

[A forma breve está entre colchetes.]

Aleluia, aleluia, aleluia.

Felizes os pobres em espírito, / porque deles é o Reino dos céus (Mt 5,3). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – [Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” 18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” 20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” 22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24Os discípulos se admiravam com essas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.] 28Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições -, e, no mundo futuro, a vida eterna”. – Palavra da salvação.  

https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/10-domingo-2/#.YWHVq99v_IU



3 comentários:

  1. Jesus realiza milagres e exorcismos como sinais da presença do Reino de Deus. Tais sinais indicam novos tempos para a humanidade, pois Deus se fez presente no meio de nós, como um de nós, falando conosco como a amigos. Jesus Cristo revela que o Reino de Deus é libertação total do homem, e o próprio Cristo é a nossa libertação. O Reino de Deus é Jesus mesmo agindo para nossa salvação.

    2. O Reino de Deus, em Jesus, elimina o reino de satanás, dando liberdade ao homem. Jesus trás consigo a vitória final. A força do mal é derrotada pela força do bem (cf. Is 49,24-25). As doenças e os demônios são expulsos pelo poder de Deus em Jesus, que é o homem mais forte, o vencedor da batalha final (cf. Lc 11,22). É importante frisar que Jesus Cristo é aquele pelo qual tudo foi criado; também é aquele pelo qual tudo foi salvo. Não existe nem criação nem salvação sem que não seja por meio DELE. Por Ele se dá a criação; por Ele se dá a libertação do que foi criado. Não existe salvação fora dele.

    3. O homem é chamado a uma profunda tomada de decisão: ou com Jesus ou sem Jesus. A escolha do homem determinará seu futuro de salvação ou de condenação; de liberdade ou de prisão. A presença de Jesus Cristo é a realidade definitiva para o futuro da humanidade. Ao escolher Cristo, o homem alcança o futuro pensado por Deus para ele: tornar-se filho no Filho, ser participante da própria vida de Deus; ao negar Cristo, o homem continuará sob o domínio de Satanás em estado cada vez pior até atingir a anulação de si mesmo pelo demônio. O homem se encontra em Deus, descobre-se e se humaniza através de Jesus Cristo, o homem perfeito; negando Cristo, o homem nunca saberá quem é e se animalizará cada vez mais.

    4. Aquele que se tornou livre do mal deve manter-se atento, vigilante o tempo todo. Somente em Jesus, ele poderá vencer sempre; não pode descuidar-se. O cristão vive em luta constante contra o mal, os olhos fixos em Cristo, perseverante na escolha feita, decidido no bem que tem de realizar, vigilante com relação a si mesmo. Nunca deve esquecer que o Satanás já foi vencido com a cruz de Cristo, mas ele é feroz, ilusionista, mentiroso e enganador. O cristão atento estará sempre pronto para o combate e vencerá mediante uma adesão total a Cristo em todos os instantes de sua vida.

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  2. 1. “Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?” Quais são as devidas exigências para a conquista da vida com Deus? O texto acima nos apresenta três coisas sobre as quais devemos pensar e tomar uma decisão: a primeira diz respeito à pergunta de “alguém”: “Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eternal?”. Antes de tudo, convém assinalar que esse alguém, não tendo nome, é qualquer um que tenha o desejo da conquista da vida segundo Deus; aquele ou aquela que deseja ir mais além, que sente o desejo de Deus dentro dele ou dela e coloca-se a caminho, mas necessitando, ao mesmo tempo, de uma verdadeira orientação. Depois, o adjetivo “bom”, aplicado somente a Deus, pois faz referência a essência mesma de Deus, que é a bondade, a verdade e a vida. As coisas e as pessoas podem ser vistas como boas, mas na relação com o Criador, que é o BOM e que, por isso mesmo, faz tudo bom ou muito bom. Em seguida, o termo “mestre”, usado aqui, com a finalidade de revelar a verdadeira estrada da salvação. Nesse caso, ao chamar Jesus de “Bom Mestre”, o texto aponta para Sua condição divina, inclusive com o gesto do ajoelhar-se desse “alguém”.

    2. O segundo ponto é das exigências para se tornar um discípulo de Jesus. Necessário se faz a prática dos Mandamentos do Senhor. Interessante porque o texto não cita os Mandamentos referentes a Deus, mas tão somente ao próximo. Isso não quer dizer que Jesus está abandonando alguns mandamentos, mas agindo de tal forma como se quisesse dizer que os Mandamentos ligados a Deus só podem ser vividos se Seus discípulos colocarem em prática o bem do próximo. Voltar-se para Deus, negligenciando o próximo, é falsa religião, é subjetivismo, individualismo e, também, fanatismo. No amor ao próximo, revelamos o amor por Deus simultaneamente. Os discípulos necessitam voltar-se para o Senhor não somente pela fé, mas também e de modo preciso, por meio do exercício da caridade e da defesa da vida. Num todo de vida dedicada, encontram-se características, como disponibilidade, solidariedade e fraternidade, virtudes indispensáveis na vida de fé.

    3. “Jesus olhou para ele com amor…”. No terceiro ponto, próprio do texto de Mc, base dos dois primeiros, encontra-se o despojamento total. Jesus exige entrega absoluta, decisão firme e plena. Antes de apontar a última exigência, Jesus fita aquele que dele se aproximou, ama-o sem reservas. O verbo “Fitar” é o mesmo que olhar para o outro com muita atenção, priorizá-lo, levá-lo em conta, lê-lo por dentro. Jesus o ama, quer dizer, encontra nele reta intenção, desejo sincero, o contrário dos fariseus hipócritas, vontade de vitória, justiça perante a Lei, poi strata-se de um judeu autêntico, mas, ao mesmo tempo, percebe sua fraqueza. É nesse momento que Jesus manifesta sua exigência mais profunda: “Vai, vende o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me!”. O que Jesus quer ultrapassa a lógica do mundo, nem parece desse mundo, é algo absolutamente inusitado na história. É o mesmo que Ele exige para Seus discípulos. Importante salientar que Jesus, mesmo conhecendo as fraquezas do outro, não o abandona em Seu coração, não o julga, mas o ama. Ou seja, o modo de evangelizar, de realizar a missão salvífica só pode acontecer quando o amor estiver no centro, fazendo a ligação entre um e outro. A Palavra anunciada não chegará ao coração do outro se não for conduzida pelo amor, necessário na missão evangelizadora. Se o outro não der ouvidos ao anúncio feito, pelo menos guardará em sua mente a forma amorosa da ação de quem a ele proclamou a Palavra e isso contará no seu futuro.

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  3. 4. Como é possível renunciar uma vida toda de luta, as conquistas pessoais, os próprios sonhos, a riqueza adquirida somente para seguir um “mestre”, alguém que consegue com suas ideias não somente envolver uma plateia, mas, de fato, ruir todo o “império” da lógica tirânica do mundo. Abate-se o coração do homem diante da proposta de Jesus, entristece-se o coração apegado ao mundo material. Somente por meio de uma grande fé, de algo extremamente superior a tudo, o homem terá condições de fazer tal câmbio. Aqui está a grande exigência para quem deseja ser discípulo: ser capaz de crer em Jesus não somente como um Mestre, um Guia espiritual, um grande homem, o maior dos profetas, mas muito mais que isso, é necessário crer NELE como Senhor, um com o Pai e com o Espírito Santo. Essa fé só se tornou possível com a Ressurreição. Ajudar o próximo é importante, mas é preciso fazê-lo crendo absolutamente no Senhorio de Jesus, na Sua divindade.

    5. Nesse texto, depois de Jesus falar da dificuldade de quem tem tudo entrar no reino dos céus, vem a reflexão de Pedro: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Estaria Pedro pensando na realidade espiritual e desértica da vida doada? Certamente não, mas estava ali lançando-se no horizonte do Mestre de Nazaré. Ele e os demais, com suas imperfeições, sem maturidade na fé, rudes, foram capazes de largar realmente o que tinham. É verdade que não era tanta coisa assim, mas era o tudo deles. Pedro talvez quisesse se assegurar diante de Deus, talvez manifestar sua realidade de estar perto do Salvador. O fato é que, independentemente de sua atitute, coloucou-se ao lado do Senhor, voltado para Ele.

    6. “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, POR CAUSA DE MIM E DO EVANGELHO, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a VIDA ETRNA. Jesus estabelece que aquele ou aquela que largam os laços materiais, inclusive da família, receberá uma nova realidade, a vida eterna, e uma nova família, estruturada nos valores do evangelho, como fraternidade e partilha dos bens, bem como cem vezes mais o que renunciou. Em outras palavras, receberá em abundância! Mas Ele acrescenta: receberá tudo isso, mas com perseguição. Será perseguido pelos gananciosos, por aqueles que sacraficam tudo o que possuem para ter mais ainda, para satisfazer todos os seus desejos e promessas, seja eles empresários, latifundiários e, principalmente, politicos corruptos. O discípulo deve estar preparado para um mundo hostíl à verdade, ao amor e à vida.

    7. Nas renúncias citadas por Jesus, Ele intruduz também o pai, mas ao receber cem vezes mais não cita novamente o pai terreno. Certamente, a maior riqueza para quem O segue é a conquista da comunhão com o Seu Pai, o Pai eterno, o Pai da nova família, Aquele que é Pai ao criar, ao educar na verdade e na esperança, e, acima de tudo, ao amar até ao ponto de entregar o Filho eterno como vítima de expiação pelo bem de todos. Somente fará parte dessa nova realidade quem é capaz de se desamarrar de todos os laços mundanos, dos apegos da vida, de tudo aquilo que o priva da verdadeira liberdade de filho de Deus; viverá como cristão, quem não se submeter à lógica do dinheiro, do lucro, dos bens mundanos, dos envolvimentos afetivos desordenados. Verdadeiro cristão será aquele ou aquela que aderir absolutamente a Cristo, fundamentando toda sua vida no Evangelho, fazendo-se um verdadeiro dom, no desprendimento de tudo para o bem de todos.

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