CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 30 de julho de 2016

HOMILIA DESTE DOMINGO

XVIII Domingo do Tempo Comum, 31 de julho de 2016
Lc 12,13-21
1. A primeira coisa que nos vem com esse texto é o pronome indefinido "alguém". Com ele, não se diz diretamente quem está querendo a parte que lhe cabe da herança, porque indica qualquer pessoa que esteja nessa mesma situação. No caso do homem rico da parábola, alguém preso em si mesmo, prudente quanto a si, mas desumano quanto a partilha dos bens. Tal rico, juntando tudo o que possuía, preparando seu futuro, acumulando tantas coisas, demonstra um homem sem família, vida social, enclausurado na redoma do seu egoísmo. É tudo que não deve ser um discípulo de Cristo. Quando ele morrer, seus bens vão servir para a discórdia, para outros que lutarão com a arma da avareza. No fim da vida, mesmo na mentalidade falida do mundo, todos dirão que tudo não passou de vaidade (cf. Ecle 2,21). Trabalhou talvez pensando em deixar uma herança, mas não se preocupou em formar homens e mulheres capazes de Deus, de amor, fraternidade e solidariedade. O resultado não poder ser outro: onde há o domínio do jogo de interesse, da cobiça, há também a discórdia, a guerra e a morte. Quem para si tudo edifica, desprezando aqueles que necessitam, tornar-se-á faminto eterno do essencial, mas não será saciado. Sua vida foi pura vaidade.
2. Jesus não se mete em questões que devem ser resolvidas pelos magistrados. Sua preocupação maior ultrapassa esse ponto, indo à raiz do problema: a avareza, mediante a qual milhares de pessoas destroem a própria vida e a dos demais de sua família. Avareza é palavra sempre moderna, sempre presente na vida de quem ainda não foi capaz de se encontrar verdadeiramente com Cristo. É uma palavra que denota uma fome insaciável pelos bens mundanos, pelo desejo de ter tudo e sempre mais. Um discípulo de Cristo deve combatê-la com todas as suas forças. Na verdade, um discípulo deve fazer morrer tudo aquilo que pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a COBIÇA, que é IDOLATRIA (cf. Cl 3,5).
3. "A vida de um homem não consiste na abundância de bens". Nós não fomos criados para viver neste mundo. Nossa realidade, mesmo humana, ultrapassa os limites do tempo. Uma vez batizados, fomos ressuscitados com Cristo (cf. Cl 3,1). Por isso, devemos esforçar-nos para alcançar as coisas do alto, devemos aspirar às coisas celestes (cf. Cl 3,1-3), devemos procurar, sem saudades do passado, viver em comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo. Deus nos criou para Ele, para vivermos a vida DELE, por meio de Jesus Cristo, que nos assumiu, deu-nos sua vida e fez-se alimento de vida eterna para nós. Fomos criados para Deus mesmo, para participarmos de sua natureza, como filhos no FILHO. Recebemos o Espírito Santo, que nos inseriu no Corpo de Cristo, que nos fez participantes de Deus, filhos no Filho e, continuamente, nos configura a Jesus mediante os sacramentos.
4. Como discípulos, devemos ser totalmente de Deus. Nosso tesouro é o próprio Cristo. Nosso futuro é Deus mesmo. Nossa preocupação é estarmos sempre voltados para Deus e para a humanidade, partilhando tudo o que tem para o bem de todos. O dinheiro, em nossas mãos, se somos realmente discípulos, é aplicado para a justiça. Devemos, nessa condição, ser ricos no amor, na verdade, na paz, na justiça, solidariedade, fraternidade e unidade; devemos ter o serviço como nossa maior manifestação de interesse, vendo no outro, convertido, nosso maior investimento. Essa é a palavra chave: investir em nós, segundo Deus, e no outro, a fim de que todos possamos participar dignamente do Reino de Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo



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