Ex-presidente e sua esposa são enquadrados pela PF em
corrupção e lavagem de dinheiro por aceitarem reforma
feita por empreiteira investigada por desvios de dinheiro
da Petrobras
Foto: Fernando Frazão / Divulgação
A Polícia Federal indiciou, nesta sexta-feira, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em inquérito que investiga a posse
de um tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral
paulista. A informação foi confirmada a Zero Hora por um dos
investigadores do caso.
A investigação apura se reforma realizada no tríplex foi
feita a pedido do ex-presidente ou seus familiares. A PF
concluiu que sim - Lula seria o verdadeiro dono do tríplex,
algo que ele nega com veemência. Ele foi indiciado por
corrupção e lavagem de dinheiro. Além dele, foi indiciada
também sua mulher, Marisa Letícia. A PF calcula que as
obras e a armazenagem de bens do casal, bancadas pela
OAS, custaram R$ 2,4 milhões.
Essa é a primeira vez que Lula é indiciado na Operação
Lava-Jato. O apartamento triplo no Guarujá foi adquirido
pela OAS e foi reformado pela empreiteira, acusada de
corrupção na Petrobrás. O responsável pelas obras foi o
engenheiro Paulo Gordilho, que teria participado da reforma
da cozinha do tríplex e de outro imóvel que a PF também
acredita pertencer a Lula, um sítio em Atibaia (SP). Lula nega
conhecer Gordilho.
O inquérito foi concluído pelo delegado Márcio Anselmo.
Conforme a PF, Lula teria recebido "benesses" das
empreiteiras que formaram um cartel para ganhar contratos
da Petrobras. Entre elas, Odebrecht e OAS. Os dirigentes
dessas duas empresas tentam firmar acordo de colaboração
premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
Foi para investigar os fatos ligados ao triplex e também ao
sítio que Lula foi alvo de condução coercitiva, no dia 4 de
março, durante a 24ª fase da Lava Jato, batizada de
Operação Aletheia. A condução de Lula foi encarada quase
como uma "detenção" por parte dos partidários do
ex-presidente, cujos advogados fizeram reclamação formal
junto à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo
tratamento dispensado a Lula.O indiciamento de Lula, no
momento, se resume ao triplex. O caso do sítio em Atibaia
permanece em investigação. Outro caso em que Lula é
investigado pela Lava-Jato é o da empresa de palestras
L.I.L.S. A PF suspeita que o ex-presidente não realizou
algumas palestras, mas foi pago pelas empreiteiras, como
compensação a favores recebidos durante o governo.
Os indiciados:
Lula - corrupção passiva, falsidade ideológica, lavagem de
dinheiro;
Marisa Letícia- corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
Léo Pinheiro - corrupção ativa, falsidade ideológica e
Marisa Letícia- corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
Léo Pinheiro - corrupção ativa, falsidade ideológica e
lavagem de dinheiro;
Paulo Gordilho - corrupção ativa e lavagem de dinheiro;
Paulo Okamotto - corrupção passiva, falsidade ideológica e
Paulo Gordilho - corrupção ativa e lavagem de dinheiro;
Paulo Okamotto - corrupção passiva, falsidade ideológica e
lavagem de capitais.
Zero Hora não conseguiu contato com os advogados dos
indiciados.
À Folha de S. Paulo Lula la sempre negou que tenha sido
favorecido ilicitamente por empreiteiras. Os advogados
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira alegam que
Lula "não praticou qualquer ato ilegal antes, durante ou
após o seu mandato e por isso não teme qualquer
investigação".
O Sol Diário
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