CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

HOMILIA DE HOJE

Lc 9,51-56
1. Chegou o momento decisivo da salvação, o momento pascal da glorificação de Jesus Cristo. Completadas suas atividades e missão evangelizadora, agora Jesus deve seguir rumo à Jerusalém, lugar dos profetas e do cumprimento de tudo o que devia fazer. Jerusalém não é somente cidade geográfica, mas, especialmente, a cidade celeste, a meta para todos.
2. A missão de Jesus chega a uma conclusão mediante o sofrimento, rejeição, traição, humilhação e morte. Dessa forma, o evangelista vê a glorificação de Jesus (Lc 24,26), que sabia que isso tudo iria acontecer, inclusive preparou seus discípulos para esse momento (cf. Mt 16,21). Jesus estava consciente de que sua ação era obra divina para a salvação de todos.
3. Ele “endureceu Sua face” (εστηρισεν), isto é, tomou a firme decisão (...). Em outras palavras, Ele se lançou totalmente nas mãos do Pai, a fim de que sua obra fosse realizada completamente, pois o tempo de Deus tinha chegado. Ele que sempre foi todo do Pai, não mediu esforços para se entregar absolutamente. Sua decisão encontrou barreiras na Samaria, em Jerusalém e, antes, rejeitado pelos da própria família. É como se essas rejeições fossem uma preparação para a rejeição até a cruz. Ele que veio para acolher, salvando, foi rejeitado como um "bandido", um "malfeitor", uma "desgraça". Não foi acolhido por aqueles que ele estava acolhendo; ele que não necessitava e trazia o alimento salvífico, foi desprezado pelos famintos de sua graça. Não temer o sofrimento e a cruz é o primeiro sinal de uma vocação, de um verdadeiro chamado de Deus. Decidir-se por Deus é, na verdade, está consciente do tesouro infinito que abraça e da insignificância do que o mundo representa.
4. Diante da rejeição, os discípulos queriam agir com a lógica do poder, a partir da ideia de um messias contrário ao que estava no coração de Jesus, que veio ser o Messias Servo, não o do poder, da dominação, do prestígio e do sucesso; quiseram agir como fanáticos de uma ideia passada rejeitada pelo Mestre. Certamente, a rejeição dos samaritanos estava vinculada à possibilidade de Jesus, indo a Jerusalém, manter a lógica dos líderes de Israel. É importante lembrar que quando Jesus explicou à Samaritana o verdadeiro culto em "espírito e em verdade", houve total acolhida a Ele. De qualquer modo, a glória passa pela cruz, pela dor, pela morte. Quem teme a rejeição e a solidão ainda não entendeu o que significa ser um discípulo de Cristo (Bento XVI). Agir como discípulo significa antes de tudo ter paciência quanto ao tempo do outro. É difícil, mas Deus sabe a hora exata de cada um. Não significa, porém, não agir, mas, sem medo semear, cuidar e deixar que Deus colha. A alegria do discípulo é aquela de quem semeia na alegria de uma futura e excelente colheita.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo



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