CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 29 de outubro de 2016

SE ENCONTRANDO COM DEUS

XXXI Domingo do Tempo Comum, 30 de outubro de 2016
Lc 19,1-10
1. No texto anterior, antes de chegar à cidade de Jericó, Jesus cura um cego, mesmo com as dificuldades impostas por muitos quanto à possibilidade de um encontro entre o cego e Jesus, que o liberta e permite que ele se transforme num proclamador das maravilhas de Deus. No texto acima, Jesus estava atravessando a cidade quando um chefe dos cobradores de impostos, muito rico, procura vê-Lo. Aqui também surgem algumas dificuldades: ele era muito baixo e a multidão o impedia de realizar seu objetivo. Então ele faz todo o esforço possível: corre, sobe numa figueira, humilha-se. Interessante observar todo o processo para a realização de um objetivo não tão complicado, pois viam Jesus, mas o caso de Zaqueu era diferente, pois o "ver" em Zaqueu fazia parte de uma abertura, algo novo que já estava sendo construído dentro dele. Esse "ver" significa "conhecer" e possibilidade de mudança de mentalidade, conversão. Tudo parece dizer o contrário, mas ele insiste. Subir aquela figueira pode ser um sinal de ter que passar pela cruz.
2. Jesus se posiciona debaixo da figueira. Ali mesmo poderia ter conversado com Zaqueu. O lugar era favorável, mas não perfeito. O encontro com Jesus deve acontecer, antes de tudo, no mais íntimo de nós. Por isso, o lugar mais adequado e mais importante seria a própria casa de Zaqueu, sua intimidade. Jesus olha pra cima e pede a Zaqueu pra descer da árvore, como se quisesse dizer: desce Zaqueu, pois nesta árvore ficarei eu para tua salvação. Não quero te ver crucificado, mas que tu me vejas crucificado por ti. Não quero que tu tenhas uma visão panorâmica de mim, desce, pois, vem ao meu encontro, pois também desci pra me encontrar contigo. Desce depressa, não perca tempo, chegou o momento da tua salvação: "Hoje eu devo ficar na tua casa". Jesus tomou a iniciativa da salvação. Enquanto esperava por Jesus, Zaqueu lembrava o povo de Deus na expectativa da chegada do Messias, mas quando desceu da árvore e com alegria recebeu Jesus, indicava os pecadores na alegria de ter encontrado o Salvador.
3. Os murmuradores, chamados "santos", ignoraram Jesus na casa do chefe dos cobradores de impostos, na casa de um pecador. Os puritanos acham que são os únicos dignos de Deus, vivem as normas, que são importantes, mas não são capazes de dar o passo na aplicação do significado da Lei para a libertação própria e do outro, e, por isso mesmo, causam dano ao bem salvífico do próximo. Fazem seus encontros fechados, não querem se contaminar com quem ainda não se encontrou com Deus, não desejam misturar-se com os desorientados do mundo. Assim esquecem de uma coisa muito clara no Evangelho: "Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Mt 28,19). Quem foi enviado? Hoje, quem é enviado? Certamente quem já se encontrou com Jesus Cristo, quem, possivelmente, já tem uma vida de santidade; quem, de fato, já assumiu o ser discípulo de Cristo; na verdade, todos os batizados. O santo precisa estar entre os pecadores como luz do mundo.
4. Zaqueu acolheu Jesus em sua casa, e, por Jesus, foi acolhido na salvação. Ambos se acolheram mutuamente, dando um ao outro aquilo que possuíam: Zaqueu entregou-se totalmente, restituindo tudo o que tinha roubado dos outros e ainda mais do que havia tirado deles; Jesus o declara filho de Abração, um participante da graça dos descendentes da promessa de salvífica por meio do mesmo Jesus Cristo, a descendência por excelência e cumpridor da promessa. A ação de Jesus demonstra claramente que todo mundo é pecador, que todos necessitam de sua acolhida e que deve ser acolhido no coração de cada um. A salvação é o encontro de duas escolhas: da escolha de Deus, como iniciativa, e da escolha do homem, como resposta.
5. E nós, também queremos ver Jesus hoje? Quais são os nossos maiores empecilhos para uma verdadeira conversão? Estamos dispostos a fazer todo o sacrifício possível por Ele? Até mesmo abraçar a cruz? Ainda temos a sensação de que somos "santos", desprezando os pecadores? Como somos? O que queremos? Estamos dispostos a seguir Jesus Cristo do jeito dele?
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo










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