CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 25 de março de 2017

HOMILIA DO DOMINGO


IV Domingo da Quaresma, 26 de março de 2017
Jo 9,1-41
1. “Ao passar, ele viu um homem, cego de nascença”. João narra o sexto sinal de Jesus e que foi inserido no contexto da festa das Tendas e a festa da Dedicação, lembrando o tempo que o povo de Deus passou no deserto, tempos especial marcado pelo simbolismo da água e da luz, que devem trazer purificação e iluminação. Pois bem, Jesus está sempre passando: “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3,20). Ele quer fazer parte da nossa vida e tornar-nos participantes da vida DELE. Não interessa o lugar ao qual pertencemos, Ele nos quer para Ele. Diferentemente dos homens desse mundo, Ele nos vê, enxerga nossa vida e o mais profundo de nossa alma. Vai além das aparências, mostrando que se preocupa mesmo com o interior de cada um de nós e com nossos desafios. As aparências indicam superficialidade, terreno vaidoso, ambiente frágil e, por isso mesmo, sem futuro e também enganador. Quando Samuel vai escolher o futuro rei de Israel na casa de Jessé, antes de tudo, apega-se justamente à aparência, ao que se mostra mais alto e forte, mas Deus rejeita tal condição humana, que não servirá para Seus propósitos. É justamente o último, que nem sequer estava presente, que não era levado a sério pelos humanamente valorizados, aquele que Deus escolhe. Pois é, Deus não pensa como os homens (cf. Is 55,8-9). É por isso que, alguém, não nominado, cego de nascença, desprezado no seu contexto, não passou despercebido diante de Jesus. Naquele homem está representada toda a humanidade sem Deus, que vive só para si, que ama os banquetes, as ilusões da vida mundana, que explora os outros semelhantes, que maltrata os animais, que despreza a própria carne, que não se importante com o futuro dos demais, que usa de tudo sem medo das graves consequências, porque são presas ao imediatismo em tudo. Ao mesmo tempo, o homem cego indica a situação de quem vive numa cegueira estimulada pela situação corrupta das instituições político-econômicas e também religiosas. Homens e mulheres escravos do sistema, dos cabrestos fabricados pelas satisfações de governantes sem escrúpulos e desumanos. Naquele cego está a humanidade sofredora, desprezada, desvalorizada e sem futuro, uma humanidade sem rumo, sem proteção e sem dignidade. Jesus o enxergou, viu nele um ser humano, um discípulo, alguém especial, que poderia se tornar um arauto do Evangelho. Tomou a iniciativa de ir ao seu encontro, como fê-lo, vindo ao mundo, entrando na nossa história, fez lama com Sua saliva, indicando uma nova criação, e o mandou para se lavar na piscina de Siloé (enviado), sinal de que Ele é a Água da Vida Nova (as bênçãos veem agora através do Messias Jesus Cristo). Uma nova história se iniciou na vida daquele homem até então considerado pecador, mas que servia de sinal para a manifestação Divina e de Sua ação libertadora na história.


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