CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 27 de junho de 2017

A DEUS O QUE É DE DEUS

Mt 7,6.12-14
1. “Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem”. Trata-se de um dito enigmático de Jesus, mas que faz referência aos que estão despreparados para compreender o anúncio do Evangelho. Isso não quer dizer que se deva negar o Evangelho às pessoas de modo geral, não é isso, mas àqueles que se prontificam somente a zombar da fé e, até mesmo, agir de modo violento contra os missionários. Os “cães e porcos”, aqui, são todos os que se prontificam em permanecer contrários à Palavra de Deus e, ainda, se colocando de modo indiferente à riqueza que lhes é anunciada. Pode-se, ainda, pensar na celebração eucarística e nos sacramentos que não devem ser aplicados a quem não os entende nem muito menos a quem faz pouco caso deles. Convém lembrar que para os porcos a coisa mais importante é a lama. Infelizmente, muitos ainda, ou por ignorância ou por inimizade mesmo a Deus, preferem a lama aos tesouros divinos.
2. “Tudo o quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas”. O Antigo Testamento já conhece esse ensinamento, pois em Tb 4,15 está escrito: “Não faças a ninguém o que não queres que te façam”. Jesus, de modo positivo, afirma essa necessidade moral para todos os Seus discípulos, isto é, para toda Sua Igreja. O que se quer afirmar é a necessidade de comunhão com Deus a partir de uma vida toda voltada para o bem do próximo. Aqui se interligam o desejo de Jesus de que todos sejam perfeitos como o Pai é perfeito (Mt 5,48), a vivência do Reino de Deus e o mandamento de amar o próximo como Jesus amou a todos. A Lei de Deus se resume em amá-LO absolutamente e ao próximo por causa DELE também de modo absoluto.
3. “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!”. Em Lc 13,24 se diz: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão”. Em Mt, trata-se da porta da cidade e do caminho que a ela se dirige. Em Lc, evidencia-se a porta pela qual se deve atravessar para poder chegar à sala do banquete. Para isso, é necessária uma firme decisão. Mt, por sua vez, focaliza os desafios, as dificuldades, a fadiga, a dureza e o incômodo do seguimento obediente à mensagem da salvação por meio de Jesus Cristo.
4. Não é fácil seguir a lógica de Cristo. Não é fácil largar o dinamismo instintivo para viver segundo os ditames da fé e da razão. O mundo inteiro está aí para provar isso. Por que é tão difícil alguém se converter? Por que somos lentos na mudança de vida? Certamente, porque não queremos largar o que nos é mais prazeroso e mais fascinante segundo o prazer exigido pela carne. Amar alguém que corresponde no amor é muito fácil, mas amar o inimigo é, segundo a lógica da carne, impossível, um terrível incômodo, uma dureza tremenda. Pois bem, é justamente essa lógica da carne, que deseja tudo pra si e nada para os outros, que não pensa no bem do outro, mas no próprio, que não é capaz de lutar por aqueles que são inimigos, que deve ser destruída diante da novidade trazida por Jesus. O grande desafio é poder tirar a mente da realidade do instinto e colocá-la na realidade da inteligência aberta à ação de Deus, deixando-se guiar pelos ditames do Espírito de Deus, isto é, colocar-se à disposição da vontade de Deus. Quão estreita é essa porta! Não existe outra melhor! Quão difícil é esse caminho! Também não existe outro mais importante! “Eu sou o Caminho…” disse Jesus, não existe outro que possa conduzir à plenitude. Amar o próximo, do jeito de Jesus, é o cumprimento perfeito da Lei, é, também, o maior desafio, é uma fadiga muitas vezes, mas é também o esbelecimento do Reino de Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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