CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

CONHECER JESUS

Jo 1,47-51
1. “Jesus viu Natanael que vinha para ele…”. O destaque aqui, antes de tudo, vem para o verbo VER. Jesus viu, isto é, percebeu-o com profundidade, leu-o nas entrelinhas, manifestou pleno conhecimento sobre aquele homem. Em seguida, a expressão “vinha para ele”, indica já uma resposta, um interesse, uma vontade de também conhecer Aquele que já o conhecia. Cabia a Natanael tomar conhecimento de Jesus, experimentar a novidade a ele oferecida por Felipe e adentrar na Verdade que se lhe revelava naquele momento. O que dizer de Natanael? Homem verdadeiro, sincero, assim elogiado pelo próprio Jesus, escuta Filipe, mas questiona se pode sair coisa boa de Nazaré, que era apenas um povoado muito pobre e desconhecido dos mapas antigos. À semelhança de outros de sua época, ele pensava o Messias nascido na terra de Davi, precisamente em Belém da Judeia (Jo 7,41-42.52). O fato de ser nazareno já impunha uma certa desconfiança. Filipe apenas o convida: “vem ver!”.
2. Natanael perguntou a Jesus: “De onde me conheces?”. Essa pergunta exige uma resposta não sobre Natanael, mas sobre Jesus mesmo. Nela está presente um interesse pela definição da pessoa do Mestre. Jesus mostra que conhece Natanael por dentro e o conhece desde que ele começou a existir. Isso significa que mesmo antes do possível encontro do homem com Ele, da parte DELE esse encontro já se tornou possível porque Ele já veio ao encontro daqueles que estão no Seu projeto. A iniciativa de Jesus é demonstrada justamento na frase “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. Mais uma vez aparece o verbo VER, tendo o mesmo sentido do conhecimento. Como foi citada a figueira, sabe-se que o “figo” era símbolo de Israel (cf. Mq 4,4; Zc 3,10; 1Rs 5,5).
3. Natanael reconhece Jesus como o verdadeiro Messias: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. Tal reconhecimento vem do fato de Natanael ser um israelita autêntico, humilde, que é capaz de mudar suas próprias convicções para abraçar o pensamento de Deus e que está disposto a seguir a verdade, independentemente de qualquer imposição sócio- religiosa. Na verdade, quem encontra a verdade não deseja nem retornar ao caminho anterior nem desviar dela para novas estradas. E ainda se coloca na condição de servo, autêntico instrumento para a descoberta dessa mesma verdade, a fim de que todos participem da mesma alegria.
4. A confissão de Natanael é apenas um início, pois coisas maiores virão, por exemplo, a realização do sonho de Jacó (cf. Gn 28,10-22): “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. Quatro coisas são importantes nessa frase do Gn: em primeiro lugar o VERBO VER, que antes de tudo indica quem já possui a predisposição para o ALTO, isto é, para Deus. Em outras palavras, aquele ou aquela que buscam as coisas pertencentes ao Senhor. Em segundo lugar, vem a expressão “o céu aberto”, contrapondo o fechamento do paraíso, aparece aqui como possibilidade para aqueles que responderem ao chamado de Deus. Em terceiro lugar, os seres espirituais a serviço do FILHO DO HOMEM. Tais seres chamados anjos são por natureza espíritos e por força da missão, anjos. Eles estão a serviço do ÚNICO capaz de salvar a humanidade. Em quarto lugar, o FILHO DO HOMEM, interpretado no Evangelho como sendo Jesus, que é a ligação essencial entre Deus e os homens, o Caminho que conduz ao Pai, Aquele que exige de cada um querer encontrá-LO, experimentá-LO, condividir a mesma missão, testemunhá-LO e conduzir para Ele todos que se abrirem à vida nova do Mestre de Nazaré.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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