CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

FOGO SOBRE A TERRA

Lc 12,49-53
1. "Eu vim para lançar fogo sobre a terra" - o fogo significa o juízo de Deus, no sentido de purificar e consumir (cf. Lc 17,29-30). Vê-se também a questão do Espírito Santo, que vem como que línguas de fogo (cf. Lc 3,16; At 2,3.19). Não cabe aqui a forma de pensar de alguns falsos cristãos que entendem o fogo como forma de destruição do “outro pecador”, daquele que não fez ainda uma escolha por Jesus. É a mesma lógica daqueles que queriam arrancar o jôio antes do momento da colheita. Nesse mentalidade, cabe um “dilúvio” de fogo, um dia para o fogo destruir tudo (cf. Sf 1,18; 3,8). O que se quer aqui não é a destruição das pessoas, mas do pecado, do mal que destrói o homem. O fogo que Jesus quis trazer é aquele que purifica e, ao mesmo tempo, salva. Entende-se por Sua Palavra, Sua Mensagem e Seu Espírito.
2. "Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra!" - aqui faz referência ao mergulho na morte do próprio Jesus (cf. Sl 124,4-5). Tal realidade indicará o banho de regeneração dos que nascem para Deus pelo batismo, para formar o novo povo de Deus (cf. At 1,5; 2,38; 2Pd 2,5-6). A morte de Jesus é um juízo de Deus para o mundo: é vitória que salva e condena. É salvação para todos os que se abriram ao amor de Deus; é condenação para os que não deram importância ao dom de Si mesmo para o bem deles, e ainda o abandonaram, desprezando-o como uma praga.
3. Jesus vem como um "fogo que devora, como uma torrente que transborda" (cf. Is 30,27-28.30), de modo que não se pode entender outra coisa senão o juízo de Deus para a humanidade. Desde a encarnação, a ação de Deus é decisiva para todos. Em si mesmo, o Filho de Deus julga o mundo. No seu esvaziamento, nas palavras proferidas, no modo como atende as pessoas, na sua forma de ser profeta, na morte e ressurreição. Toda a vida de Jesus Cristo exige uma escolha absoluta. Diante dele não se pode ficar "em cima do muro": ou se coloca a favor ou contra. Então, a morte de Jesus torna presente mais diretamente esse juízo de Deus, mostrando-o como que um fogo que devora.
4. Lendo dessa forma, percebemos porque a presença de Jesus indica claramente a divisão. Sendo Ele a paz, não pretende estabelecer no mundo uma paz de acordos políticos, de ausências de conflitos em nome da fama e do calar-se diante das injustiças do mundo, ou mesmo pra não ferir A ou B. A paz que Jesus carrega consigo é fruto de uma escolha decisiva e, por isso mesmo, absoluta, e Ele deve ser o escolhido. Não haverá paz verdadeira fora DELE. Nesse caso, a divisão não se dá por meio de jogo de interesse de uns contra os outros, mas por causa da Verdade, do Bem maior, da própria salvação. E isso não deve causar nem espanto nem medo. Muitos não querendo abraçar tal realidade criam problemas, afastam-se, talvez até mesmo isolando-se. Quem, de fato, teve um verdadeiro encontro com Jesus, não deseja voltar ao passado jamais. Em nome de Jesus, o que não é verdade é descartado. A escolha por Jesus permite ao homem enxergar o mundo com os olhos de Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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