CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 28 de outubro de 2017

PERDOAR PARA SER PERDOADO


Mt 22,34-40
Trata-se da quarta controvérsia entre Jesus e os líderes dos judeus. Nesse caso, a questão se coloca quanto à essência da Lei de Deus no Antigo Testamento, que Segundo o contexto de Jesus compreendia 365 proibições e 248 prescrições, totalizando 613 mandamentos. Pela quantidade e complexidade desses mandamentos, ficava difícil conhecê-los e colocá-los em prática. Então, os mestres judeus procuravam resumí-los em declarações breves, como Hilel, que resumiu a Lei, à semelhança da chamada regra de ouro de Jesus (cf. Mt 7,12): “O que não gostas não faças a ninguém. Essa é toda a Lei; o resto é comentário. Vai aprender”.
Os fariseus utilizavam a Lei a seu favor. Deixar tudo como está é uma forma de se manter tirando vantagem em tudo. Não querem perder o status quo, a posição cômoda do poder e da liderança vaidosa adquirida; não querem borrar uma imagem de “irrepreensibilidade”, de pureza, de santidade, como cumpridores apaixonados da Lei de Deus. Para eles, ser amigo de Deus é ser cumpridor da Lei, praticando as obras da Lei. O fato é que eles mesmos tinham grande dificuldade de saber qual dos Mandamentos era o mais importante, pois para a maioria, todas as instruções de Deus são de igual modo respeitadas. O problema que se estabelece, na verdade, é a mistura entre o que é de Deus (Os Mandamentos) e o que foi introduzido pelos homens (prescrições e proibições).
Quanto ao povo, este era impuro, pecador, ignorante, maldito (cf. Jo 7,49). Jesus estava no meio do povo, mas conhecia a Lei de Deus, conhecia o coração humano e sabia qual seria a melhor forma de salvar a todos, ricos e pobres, das cadeias pessoais e das armadilhas do pecado e do demônio. Para detonar Jesus diante do povo, os fariseus preparam uma armadilha para ele (perazein). A expressão usada no texto do evangelhos é a mesma utilizada na tentação de Jesus no deserto (cf. Mt 4,1), significando, segundo Mt, que os fariseus agem à semelhança do diabo. A falsidade desses líderes indica a máscara do inimigo de Jesus.
Jesus responde a eles servindo-se de dois importantes textos do Antigo Testamento, muito bem conhecido deles: Dt 6,5 e Lv 19,18. Com isso, Jesus afirma que toda a Sagrada Escritura se resume no “Amor a Deus absolutamente e ao próximo como a si mesmo”. Em outras palavras, Jesus revela a impossibilidade de se amar a Deus sem amor ao próximo. E, ainda, Ele quer dizer que o modo de ser dos fariseus está completamente errado quando se refere ao trato do povo de Deus, pois eles o trata, como vimos acima, na condição de maldito, impuro, pecador e ignorante. Para com esse povo, a atitude farisaica é de desprezo, ojeriza e difamação. Há como que uma inimizade da parte desses líderes para com a população. Então, Jesus mostra que não existem dois amores: um a Deus e outro ao próximo. Na verdade, do jeito que se ama a Deus deve-se amar o próximo, que é a medida do amor a Deus. Ninguém é fiel a Deus, desprezando o outro seu irmão.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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