CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O SENHOR NOS OBSERVA

Lc 21,1-4 (Mc 12,38-44)
1. Jesus rompe com essa elite religiosa dominante, envolvida com a mentalidade do mundo. Para Jesus, os escribas “gostam de andar com roupas compridas, de ser cumprimentados nas praças; gostam dos primeiros lugares nas sinagogas e dos lugares de honra nos banquetes; devoram as casas das viúvas e simulam longas orações”. Eles são dignos de uma condenação severa, são interesseiros, covardes, corruptos, enganadores e exploradores. Certamente nem todos são assim, mas uma grande maioria agia dessa forma. Alguns são sinceros (cf. 12,34). Jesus prepara Seus discípulos para não se tornarem do mesmo jeito: hipócritas e vaidosos; que não ostentem grandezas humanas nem manifestações hipócritas de religiosidade, pois a condenação será com severidade (Is 1,17).
2. Os ricos não doavam de coração, mas por vaidade. Em cada oferta de um rico, havia uma demonstração de poder e elevação vaidosa até o máximo de si mesmo. Eles estão inseridos na mesma realidade de hipocrisia e vaidade dos demais. São fiéis, creem, participam das atividades, mas têm o coração distante do essencial, do verdadeiro sentido da Lei de Deus e do dom que devem ser para todos. No caso deles, a fé passou a ser usada como lugar de apresentação pessoal, ostentação e busca de glórias. Eles confiavam em si mesmos e acreditavam que podiam comprar a salvação.
3. A viúva não tem para quem aparecer. Tudo que possui é ofertado. Ao doar tudo, demonstra que totalmente se entrega à providência divina. Sua oferta é vista por Jesus. É apenas um detalhe, mas percebido por Ele, que não deixa escapar o mínimo possível de um gesto de bondade, solidariedade e doação de si. Aquela viúva tornou-se uma lição para os discípulos e um sinal de confiança em Deus. O gesto da entrega reflete o próprio Jesus, que foi todo para o Pai e todo para a humanidade. Toda sua vida foi um dom de si, uma busca pelo outro, um estar aqui simplesmente para salvar, ao ponto de abraçar a morte de cruz.
4. Os discípulos são convidados a não imitarem os escribas hipócritas e vaidosos, cheios da lógica do mundo e vazios de obediência à vontade de Deus. Também não devem imitar os ricos avarentos, ostentadores e iludidos com a tentativa da compra do dom salvífico de Deus. Pelo contrário, devem fazer como a viúva de Sarepta (1Rs 17,10-16), que, no limite de sua existência, sabendo que iria morrer de fome, ainda sim foi solidária com o profeta Elias, foi capaz de, mesmo no fim, colocar-se absolutamente à disposição da vontade de Deus. Também como Abraão, que no limite máximo da entrega do seu único filho à morte e, ainda mais, por meio de suas mãos, foi capaz de obedecer exclusivamente a Deus. Em ambos os casos, Deus os abençoou abundantemente, não permitindo o trágico, mas dando-lhes bens em plenitude. O próprio Jesus, no limite máximo de Sua existência na terra, foi capaz de ser todo para o Pai, que O ressuscitou, concedendo a vitória para todos os Seus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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