CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

FELIZ NATAL: DEUS NOS MANDA O SEU FILHO PARA NOS SALVAR

Eis o significado do verdadeiro Messias e, ao mesmo tempo, uma profunda ligação entre a infância DELE e Sua morte e ressurreição. O eixo central do texto se encontra em Lc 2,11: “… hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor”. Quando cita a cidade, faz referência ao fato de ter sido colocado na descendência de Davi; em seguida, trata não de qualquer messias, mas daquele que morreu e ressuscitou, que venceu a morte e ressurgiu vitorioso sobre o pecado e a antiga Serpente, sendo Ele o Ungido e Senhor. Em outras palavras, Lc escreveu já acreditando no senhorio de Jesus, na Sua divindade e na Sua missão salvífica. Diante do evangelista, estavam presentes a infância, a vida, a morte e a ressurreição do Filho de Deus.
2. Na sua narração teológica, Lc enfatiza as intenções dos poderosos, trazendo dados e personagens históricos, para justificar o objetivo por ele traçado no entendimento da infância do Messias Salvador. César Augusto, imperador romano, Quirino, governador da Síria, e o recenseamento indicam que o mundo possui interesse pelos bens e a exploração dos mais fracos, mediante a taxa de impostos absurdos. No caso do recenseamento, era uma forma de não deixar ninguém de fora do quadro de cobranças. O mundo desde sempre ama o dinheiro e o que ele possibilita. Do lado contrário, estava o verdadeiro Rei, que não fez opção pelas estradas transitadas pelos poderosos, mas pelos pequenos e pobres, a começar pela escolha daquela que se tornou Sua mãe e também daquele que foi chamado para ser Seu pai adotivo. Eram pessoas pobres, simples e humildes. Maria e José participavam da mesma vida comum das demais pessoas; exerciam as mesmas obrigações civis; eram tão humanos como os demais; mas com uma vocação sublime: serem os pais do Salvador do mundo. Maria, a mãe por excelência, a escolhida; José, o pai adotivo, escolhido como guardião, protetor, responsável por Maria e pelo menino, e para dar-lhe a descendência davídica. Cada um a seu modo tornou-se portador da salvação, da grande alegria, da chegada do Messias, da Boa Nova.
3. O Messias Salvador, o Emanuel, o Filho Eterno do Pai, o Verbo de Deus, nasceu como um mendigo, um peregrino, um rejeitado, sem teto, sem terra, sem dinheiro, sem fama, sem um nome forte, dado por uma família de peso na sociedade. Nasceu na estrada, enquanto seus pais estavam indo de Nazaré a Belém para o recenseamento, e foi colocado numa manjedoura; nasceu entre os pobres de tudo. No Seu nascimento, desprezou o caminho dos dominadores e exploradores, para ficar com os sofredores e miseráveis; Ele fez opção pelos rejeitados de um mundo cheio de si e de pecado. Um exemplo forte é o do anúncio da chegada DELE aos pastores. Suas vestes eram faixas e não panos de linho fino; sua cama não foi um berço de ouro ou mesmo de madeira feito para esse fim, mas um coxo de animais, lugar de alimentação para os bichos. Essa ação de Maria ao enfaixar seu filho e colocá-lo na manjedoura lembra também os instantes finais de Jesus conosco quando foi enfaixado para ser colocado no túmulo. Certamente, sua condição indicava que Ele assumiu o homem na sua extrema miséria; ele quis assumir o homem totalmente. Se por um lado, o Verbo feito carne assim agia, por outro, o homem, pelo qual o Filho de Deus se encarnou, rejeitou-o, não cedendo ao Messias nem mesmo um lugar para nascer; é sabido que os hotéis pertencem a quem tem poder de algum modo; não são para Aquele que não tem onde reclinar a cabeça; além disso, os “lares humanos” cabem somente aqueles que jogam semelhantemente.
4. Além dos seus pais, seus primeiros visitantes foram alguns pastores, homens considerados perigosos e desprezíveis. Isso nos faz lembrar quando ele está na cruz, cercado por ladrões. No começo, cercado por pastores, e no final, por ladrões. Assim, o início da vida de Jesus conosco se apresenta ligado ao seu fim aqui na terra; são esses pastores que recebem, por primeiro, o anúncio da salvação, a Boa Notícia da presença de Deus. O ladrão também recebeu de Jesus a notícia de que o paraíso estava aberto para ele. Com isso, o texto revela que o Messias está para os desamparados, os rejeitados, para todos aqueles que, apesar dos sofrimentos impostos pelos poderosos do mundo, ainda lutam com fidelidade, amor e verdade em busca do Reino de Deus.
5. Enquanto a humanidade não oferecia nada para cuidar do menino, o anjo de Deus a envolvia com a Luz da Glória do Senhor. Aqueles pastores representavam a humanidade fragilizada, pecadora, sem rumo, desorientada, cega, escrava de si mesma e das amarras de Satanás. A glória de Deus os envolve e mostra-lhes o seu futuro, a sua salvação, quando lhes mostra o Salvador, que não é um simples enviado de Deus, mas o próprio Senhor. Deus mesmo veio visitar o seu povo; Ele mesmo veio ser um de nós; Ele mesmo quis falar de igual para igual, de homem para homem; quis ser chamado de irmão, amigo; quis sentir o que sentimos, nossa fragilidade, nossas limitações, menos aquilo que nos desumaniza, que é o pecado. Tudo aquilo que é humano, Ele assumiu para redimir.
6. Juntemos nossa voz à voz dos anjos, das cortes celestes, formando o mais belo coro já existente, para cantarmos hoje a chegada do nosso verdadeiro Senhor e Libertador, a Luz que brilhou, brilha e brilhará para sempre, Jesus Cristo, o “Conselheiro admirável” (mais sábio que Salomão), “Deus forte” (mais forte que Davi, pois não se trata de um simples homem, mas Deus feito carne, 100% Deus e 100% homem), “Pai do tempos futuros” (o líder mais perfeito de todos os tempos, mais confiante, mais humilde e mais totalmente voltado para o Pai; portanto, mais que Moisés, os juízes e os profetas; Ele conduzirá o povo à vida eterna), “Príncipe da paz” (como dom para a humanidade, conduzirá todos à justiça, à compreensão, ao perdão e à descoberta do outro como sendo irmão e dom de Deus. Ele, também, como a Graça de Deus manifestada na história, trazendo a salvação, “nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade…”; Ele nos resgata de toda maldade e nos purifica para Si, tornando-nos um povo que lhe pertença e que deve se dedicar a prática do bem; Ele que é “nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (cf. Tt 2,11-14).
Um forte e carinhoso abraço.Feliz  Natal.
Padre José Erinaldo 
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