CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 22 de julho de 2021

HISTÓRIA DE PADRE CÍCERO - CURTA,COMPARTILHE, CLIQUE E SE INSCREVA NO CANAL CAMOCIM CEARÁ BLOG

 

Ceará, por parte paterna possuía ascendência portuguesa. Seu pai, Joaquim Romão Batista, era filho de Romão José Batista e Angélica Romana Batista. Seus antepassados paternos foram Francisca Pereira de Oliveira e o português Antonio José Batista e Melo, além de ser bisneto por parte de Francisca do português José Pereira Lima Aço.[4] Sua mãe foi Joaquina Ferreira Gastão, que depois mudou seu nome para Joaquina Vicência Romana, sendo conhecida como dona Quinô. Era filha do baiano José Ferreira Gastão e neta de Manoel Ferreira Gastão e Antônia Maria de Sousa, ambos baianos que emigraram para o Crato.[5] Ainda aos 6 anos, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.

Sabe-se que seu avô paterno, Romão José Batista, consta na lista dos patriotas de 1822 que em 1830 testemunharam a favor do lealista Joaquim Pinto Madeira, capitão do exército e futuro líder de uma revolta sertaneja de caráter religioso, reacionário, anti-liberal e restaurador que exigia, além da abolição da Constituição de 1824, o retorno do Antigo Regime português na figura do então deposto Pedro I.[6] Destaca-se nesta insurgência a liderança religiosa do então vigário de Jardim, o padre Antônio Manuel de Sousa, um dos percursores das políticas paternalistas no sertão cearense do Brasil-Império que acabaram sendo aproveitadas pelo próprio Padre Cícero sob égide dos coronéis.[7]

Infância e educação

Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade feito aos 12 anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales.[8]

Em 1860, foi matriculado no colégio do renomado padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras, na Paraíba. Aí pouco demorou, pois a inesperada morte de seu pai, vítima de cólera em 1862, obrigou-o a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras. A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família de tal sorte que, mais tarde, em 1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no Seminário da Prainha, em Fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno.[8]

Ordenação sacerdotal

Durante o período em que esteve no seminário, Cícero Romão era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas nas disciplinas relacionadas à oratória e eloquência.[9]

Cícero foi ordenado padre no dia 30 de novembro de 1870. Após sua ordenação, retornou ao Crato e, enquanto o bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.

Chegada a Tabuleiro Grande

 

Estátua do Padre Cícero na colina do Horto, em Juazeiro do Norte

No Natal de 1871, convidado pelo professor Simeão Correia de Macedo, o padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (numa fazenda localizada na povoação de Juazeiro, então pertencente à cidade do Crato), e ali celebrou a tradicional missa do galo.

O padre visitante, então aos 28 anos, estatura baixa, pele branca, cabelos louros, olhos azuis e voz modulada, impressionou os habitantes do lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses, exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava de volta, com bagagem e família, para fixar residência definitiva no Juazeiro.

Muitos livros[quais?] afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter passado horas a fio a confessar as pessoas do arraial, ele procurou descansar no quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento, quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu, conforme relatou aos amigos íntimos, Jesus Cristo e os doze apóstolos sentados à mesa, numa disposição que lembra a última Ceia, de Leonardo da Vinci. De repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo, virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: - E você, Padre Cícero, tome conta deles!

Apostolado

 

Imagem em Agrestina

Em sua incansável atividade pastoral, pregava o evangelho, aconselhava, dava confissões e visitava a comunidade. Nesse período ocorreu a grande seca no Nordeste brasileiro (1877-1879). Em breve conquistou a simpatia do povo, liderando a comunidade e moralizando os costumes "de pecado", como os excessos de bebedeira e a prostituição. Sua obra se expandiu e padre Cícero precisou recrutar mulheres solteiras e viúvas, organizando e exercendo sua autoridade sobre uma irmandade leiga, formada por beatas, que o ajudava nas atividades pastorais.[10]

No pequeno aglomerado de casas de taipa, com uma capelinha erigida pelo primeiro capelão-padre Pedro Ribeiro de Carvalho, em honra a Nossa Senhora das Dores, padroeira do lugar, ele tratou inicialmente de melhorar o aspecto da capelinha, adquirindo várias imagens com as esmolas dadas pelos fiéis.[11]

Depois, tocado pelo ardente desejo de conquistar o povo que lhe fora confiado por Deus, desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade.

Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e com a prostituição.

Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo capelão.

Para auxiliá-lo no trabalho pastoral, o padre Cícero resolveu, a exemplo do que fizera Padre Ibiapina, famoso missionário nordestino que morreu em 1883, recrutar mulheres solteiras e homens de boa vontade (dentre eles José Lourenço Gomes da Silva, futuro líder do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto).

Alegado milagre

Estátua do Padre Cícero na Serra do Quincuncá em Farias Brito

Em 1.º de março de 1889, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a hóstia ministrada pelo sacerdote à religiosa Maria de Araújo se transformou em sangue na boca da religiosa.[2] Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro. A pedido de padre Cícero a diocese formou uma comissão de padres e profissionais da área da saúde para investigar o suposto milagre. A comissão tinha como presidente o padre Clycério da Costa e como secretário o padre Francisco Ferreira Antero, contava, ainda, com a participação dos médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima, além do farmacêutico Joaquim Secundo Chaves. Em 13 de outubro de 1891, a comissão encerrou as pesquisas e chegou à conclusão de que não havia explicação natural para os fatos ocorridos, e que teria sido portanto um milagre.

Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas sim um embuste. Dom Joaquim se posicionou favorável ao segundo parecer e, com base nele, suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo, que viria a morrer em 1914, fosse enclausurada.

Em 1898, padre Cícero foi a Roma, onde se reuniu com o Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício, conseguindo sua absolvição. No entanto, ao retornar a Juazeiro, a decisão do Vaticano foi revista e padre Cícero teria sido excomungado, porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo Dom Fernando Panico sugerem que a excomunhão não chegou a ser aplicada de fato. O próprio papa Bento XVI, quando era cardeal, encomendou no ano de 2001 estudos e análises para debater no Vaticano a possibilidade de ser feita a reabilitação.[12]

No dia 31 de maio de 2006, Dom Fernando conduziu uma comitiva de religiosos, políticos e fiéis, e também enviou ao Vaticano a documentação técnica para a abertura do processo de reabilitação do padre Cícero.[12] Em 13 de dezembro de 2015, Padre Cícero recebeu perdão da Igreja Católica.[13]

O padre Cícero morreu em Juazeiro do Norte em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, encontrando-se sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na mesma cidade. FONTE: WIKIPÉDIA


Camocim Ceará Blog

Nenhuma visualização há 15 minutos
Novo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EXPRESSE O SEU PENSAMENTO AQUI.