CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

LITURGIA DA QUINTA - SENHOR TENDE PIEDADE DE NÓS - CONVERTE-NOS E SALVA-NOS

 


 


Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre (Lc 1,28.42).

Esta memória foi instituída pelo papa São Pio 5º, no século 16. A oração do rosário foi definida pelo papa São Paulo 6º como “um resumo de todo o Evangelho… Por ela, a repetição da ave-maria em forma de ladainha torna-se incessante louvor a Cristo”. Somos convidados a meditar, com o auxílio do rosário, sobre os mistérios da vida de Maria e do Senhor Jesus.

Primeira Leitura: Atos 1,12-14
Leitura dos Atos dos Apóstolos – Depois que Jesus subiu ao céu, 12os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. 13Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão zelota e Judas, filho de Tiago. 14Todos eles perseveravam na oração em comum junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus. – Palavra do Senhor.
 
Salmo Responsorial: Lc 1
O Poderoso fez por mim maravilhas, / e santo é o seu nome!

1. A minha alma engrandece ao Senhor, / e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador. – R.

2. Pois ele viu a pequenez de sua serva, / desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. / O Poderoso fez por mim maravilhas / e santo é o seu nome! – R.

3. Seu amor, de geração em geração, / chega a todos os que o respeitam. / Demonstrou o poder de seu braço, / dispersou os orgulhosos. – R.

4. Derrubou os poderosos de seus tronos / e os humildes exaltou. / De bens saciou os famintos / e despediu, sem nada, os ricos. – R.

5. Acolheu Israel, seu servidor, / fiel ao seu amor, / como havia prometido aos nossos pais, / em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. – R.

 
Evangelho: Lucas 1,26-38
Aleluia, aleluia, aleluia.

Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; / és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28) – R.

Proclamação do  Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. – Palavra da salvação.

Reflexão:https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/#.YV4_M99v_IU

5 comentários:

  1. Esse texto não quer, em seu sentido primeiro, falar de hospitalidade nem de vida contemplativa e ativa dos consagrados. Se bem que é possível refletir pessoalmente sobre esses temas. Alguém pode pensar no valor da hospitalidade a partir do gesto de Marta e também na ação missionária ou mesmo no trabalho. Outro pode explorar o fato da oração contemplativa, ficando a sós com Jesus. Tudo isso é válido, faz bem e edifica.

    2. Marta e Maria são amigas de Jesus. A partir delas, Lc quer nos mostrar como deve ser o discípulo de Jesus. Mas antes, uns dados importantes. Analisemos os verbos e expressões com relação à Marta: recebeu-o, estava ocupada, não te importas, deixe-me sozinha, manda que ela venha me ajudar. Marta, de fato recebeu Jesus na sua casa, mas dá a impressão de que ela gostaria de que Ele e Maria se voltassem para ela. É como se seus afazeres fossem mais importantes. Na verdade são importantes, mas não em absoluto. É como se Marta não fosse uma discípula de verdade, pois estava voltada para ela mesma. As ocupações consumiam a atenção dela. Já os verbos com relação à Maria: sentar e escutar. A atenção de Maria era outra. Sua preocupação estava em ficar com Jesus, aprender dele, dar tempo a Ele em sua vida. O mais importante para ela, segundo o texto, era poder ouvir o Mestre. Aqui está a condição do discípulo. Um detalhe importante é que ela não reclamou de Marta a Jesus, um sinal de que ela estava em paz consigo mesma.

    3. Jesus, quanto à Marta, não nega o fato de sua dedicação ao trabalho, mas procura mostrar-lhe a existência de um grande perigo: ela, estando preocupada e agitada por muitas coisas, certamente não encontrará tempo para ser uma verdadeira discípula e, como faziam os fariseus, envolvidos com tantos minuciosos mandamentos, já não sabiam qual era realmente o necessário. Marta já não se encontra nem encontra o seu Senhor, mesmo sabendo de sua importância e amizade. Mas não basta saber, é preciso viver. Em Jo 11,19-27, quando Marta toma conhecimento da chegada de Jesus, quatro dias depois da morte de Lázaro, vai ao encontro DELE, pois Jesus estava a uma certa distãncia, e fala-LHE com frases de efeito do farisaísmo, como: “o que pedires a Deus, ele te concederá” e “eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. Os fariseus acreditavam na ressurreição. Também é verdade que Marta tinha muita confiança em Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Essa frase, colocada nos lábios de Marta, manifesta algo mais em Jesus. Por que Lázaro não teria morrido? O próprio Jesus responde: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” A resposta de Jesus revela a necessidade de aprofundamento na fé de Marta. Ela realmente necessitava desse ensinamento novo, precisava mergulhar mais profundamente no mistério Jesus Cristo, o Messias verdadeiro.

    4. Quanto à Maria, ela encontrou o necessário. Se bem que o grande risco é não desenvolver, por outro lado, a dimensão missionária da fé, ou mesmo não querer mais fazer outras atividades, tornando-se um parasita da fé, quando não é isso que Jesus deseja. Maria se apresenta como o autêntico discípulo que, antes de qualquer atividade, de qualquer obrigação, primeiro senta para escutar o Senhor, para aprender com Ele. Diferentemente de Marta, quando Maria vai ao encontro de Jesus, não questiona nada, apenas ajoelha-se e o acolhe, sinal de quem já vivia como discípula. O importante é que Marta e Maria, uma mais cedo e outra mais tarde, tornaram-se discípulas autênticas, modelos para toda a Igreja. Marta descobriu que Jesus é tudo. Na verdade, para o discípulo só Jesus Cristo é necessário. É a partir de Cristo, que o discípulo desempenhará suas atividades no mundo. Toda ação missionária brota de um verdadeiro encontro com Cristo, de uma profunda amizade com Ele e de uma autêntica vida voltada para Ele. Qualquer coisa que comprometa essa intimidade deve ser profligada, isto é, lançada por terra.

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  2. Jesus está sempre em oração. Toda a sua vida é voltada para o Pai. Em momentos decisivos, Lc mostra Jesus em oração, como por exemplo: Lc 3,21: momento importante do seu batismo; Lc 6,12: passa a noite toda em oração antes de escolher os seus apóstolos; Lc 9,29: reza antes da transfiguração; Lc 11,1: reza antes de ensinar o Pai Nosso; Lc 9,18-22: está em oração antes de perguntar quem ele é para os discípulos; Lc 22,31-32: ora por Pedro; Lc 10,21: Jesus exulta no Espírito Santo; Lc 22,41: reza no monte das oliveiras antes de se entregar à morte; e Lc 23,34.36: reza na cruz.

    2. O "Pai Nosso", ensinado por Jesus, revela sua própria vida de oração e o modo mesmo como Ele rezava. Em Mt e Lc, o "Pai Nosso" se apresenta em contextos diferentes e com algumas variantes. Por exemplo, em Mt o contexto é aquele do Monte, onde Jesus ensina sobre a Justiça e sobre a vontade de Deus (Mt 6,9-13); em Lc, o contexto é o de sua caminhada para Jerusalém. Quanto às variantes, Mt apresenta sete (7) petições; e Lc apenas cinco (5). Mt está preocupado com a formação dos cristãos vindos do judaísmo; Lc, por sua vez, volta-se para os gregos convertidos ao cristianismo. Tanto Mt quanto Lc revelam a importância dessa oração na vida da Igreja já no seu início.

    3. O "Pai Nosso" é a oração dos discípulos de Jesus. Eles aprenderam com o Mestre a serem pessoas de oração, rezando também do mesmo jeito e com o mesmo objetivo. Quando rezam o "Pai Nosso", enfatizam: primeiro: a atuação do projeto do Pai, o seu Nome e o seu Reino; segundo: dão relevância à própria necessidade: de pão, de perdão e de força para não cair em tentação. Assim como Jesus, o discípulo se volta para o Pai. Em Mt "Pai Nosso", em Lc somente "Pai". Os discípulos devem viver voltados totalmente para o Pai, por meio de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Toda a vida deles deve ser trinitária. O Pai do Filho Amado tornou-SE, por meio do mesmo Filho, por ação do Espírito Santo, também Pai NOSSO. O ABBÁ (papai) de Jesus (Lc 22,42; 23,34.46; Gl 4,6) é agora também o ABBÁ do discípulo, constituindo uma forma nova de se colocar diante de Deus em confiança e liberdade.

    4. Nós, agora, podemos rezar o "Pai Nosso", colocando-nos à disposição da vontade do Pai, reconhecendo-O como o tudo da nossa existência, confiando absolutamente em seu projeto salvífico e enfatizando sua iniciativa livre para o estabelecimento do seu Reino. E ainda, somos conscientes da nossa missão de instrumentos do Senhor, a fim de que Seu projeto se realize através da nossa resposta também livre. Para isso, como seres de extrema necessidade, colocamo-nos com humildade à sua inteira disposição, a fim de que Ele nos conceda a graça do pão de cada dia, da libertação do pecado e da fidelidade a Ele no combate ao mal.

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  3. A liturgia de hoje nos faz perceber a ligação estabelecida entre Jesus e a promessa feita a Davi. Em Cristo se dá a concretização do desejo de Deus em estabelecer o verdadeiro reinado, uma aliança indissolúvel. O texto de Lucas coloca-nos às portas do nascimento do nosso Salvador, marcando, assim, a entrada do Verbo Eterno em nossa história segundo a nossa natureza. Trata-se do começo concreto de nossa salvação por meio da ANUNCIAÇÃO DO SENHOR. O Verbo se fará carne e habitará entre nós (cf. Jo 1,14). O céu se fará presente em nossa história. O Pai está agindo silenciosamente e de modo imperceptível aos olhos do mal; Seu Filho assumirá a novidade de ser um ser humano permanecendo o que é segundo a divindade. O Verbo de Deus além de 100% Deus, torna-se-á 100% um de nós.

    Para que tudo isso aconteça, Deus divinizará Maria, isto é, santificá-la-á, ligando-a estreitamente ao Filho. Historicamente, tal ligação trouxe riscos: Maria poderia ter sido apedrejada e, com ela, o Salvador do mundo. Jesus e Maria estão ligados Um ao Outro desde “quando” o Pai “pensou” em enviar o Seu Filho; estão unidos na promessa; na maternidade; na vida pública e também aos pés da cruz. Maria é o tesouro de Jesus, que, no momento final, entregou-a não a qualquer um, pois não se trata de qualquer coisa a ser entregue de qualquer jeito, mas ao DISÍPULO AMADO. Maria é a BENDITA, mãe do BENDITO, é a Bem-Aventurada, e todas as gerações hão de proclamar essa verdade. Em outras palavras, ela está com o Filho também no Paraíso. A morte não tem o poder de conservar em suas “garras” aquela que foi absolutamente santificada para ser a Mãe, o Templo, o Sacrário do Altíssimo.

    Lucas não tem dúvida da realização do projeto de Deus por meio de Jesus Cristo. Também é claro para ele que a obra da salvação é, antes de tudo, iniciativa de Deus, que prepara Seu próprio “lugar” na história e o Templo para a concretização de Sua presença salvadora. Todo voltado para Cristo e a partir DELE, Lucas faz uma releitura do Antigo Testamento e encontra indicações diretas a Cristo, profecias e promessas que somente em Jesus podem ser realizadas, como, por exemplo, Ele na condição de descendente de Davi, a realeza eterna e a filiação divina: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza” (2Sm 7,12a). Literalmente, o autor sagrado se referia a um filho biológico de Davi, mas espiritualmente, a profecia não era para Salomão, mas para o Filho de Deus. Um dado importanto é justamente não se tratar de uma realeza política, mas religiosa, no âmbito da interioridade humana por ação do Espírito Santo. Assim, Lucas frisa alguns pontos indicativos dessa realidade messiânica: “prometida em casamento a um homem chamado José” (descendente de Davi); “alegra-te, cheia de graça” (o alegra-te diz respeito, especialmente, à alegria messiânica); “será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (referência clara à proficia de Natã). E o salmista confirma: “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, / e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. / Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,/ de geração em geração garantirei o teu reinado! Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, / sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’/ Guardarei eternamente para ele a minha graça/ e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel” (Sl 88,4-5.27.29).

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  4. “Como se fará isso, …?”. Lucas responde que tudo acontecerá por ação do Espírito Santo. Somente no Espírito, o Verbo do Pai se fará filho de Davi, terá seu próprio Templo a partir do qual criará novos céus e nova terra. Deus escolheu a PEQUENINA entre os homens, afirmando não querer templo de mãos humanas, mas um ser humano edificado segundo Sua vontade e Sua graça para ser sinal do Reino querido por Ele na história. A pequenina de Deus, toda DELE, traz em si, por graça divina, o sinal da vida abraçada por Jesus, que quis viver como SERVO. Ela a serva do SERVO para a vida do mundo pensado por Deus. Se o mundo quer saber que tipo de Arca Deus quis e que Templo O comporta, então precisa olhar Maria, pois vendo-a, é possível comtemplar o poder admirável de Deus.

    A Galileia, um lugar sem expressão, não ortodoxo precisamente, região não valorizada, cenário da desconhecida Nazaré. É a região dos pobres, dos marginalizados, daqueles sem crédito e sem voz. Nesse ambiente encontra-se Maria, pobre, mas aberta à iniciativa de Deus, ao seu chamado. Ela inaugura o novo tempo dos pobres como amados de Deus. Sendo ela dessa região, foi conhecida, preparada, predestinada e escolhida para ser a Mãe do Senhor. Deus escolheu o que o mundo continua rejeitando, para transformar num tesouro para Si mesmo. Por meio dessa pequenina, "A MENINA DE NAZARÉ", Deus entrou na história, participando dela como um igual, assumindo a nossa carne, a nossa realidade, certamente sem o pecado, mas assumindo os nossos para nos salvar.

    Maria se tornou a kecharitoméne, isto é, a AGRACIADA em sentido pleno, "plena do amor benévolo de Deus". Em Maria não havia brecha para o pecado. Ela é a INIMIGA da Serpente (cf. Gn 3,15). Ela não possui ligação nenhuma com o mal, todo o seu ser pertence exclusivamente a Deus, que a criou toda para Si para que ela pudesse ser toda para o bem da humanidade. Somente quem é todo pode se colocar de modo total para a salvação dos homens. Maria é um tesouro de Deus, amado por Ele, preparado para Seu Projeto salvífico e para ser sinal da ação libertadora. Deus a quis como Sua ARCA, como SEU TEMPLO, não feito por mãos humanas (cf. Is 66,1-2; At 7,48), como a Arca da Nova e Eterna Aliança, a Portadora de Cristo e do Espírito, a "MÃE DO MEU SENHOR" (Lc 1,43).

    A virgindade de Maria, totalmente consagrada a Deus, tornou-se um sinal autêntico da divindade de Jesus. Sendo toda de Deus, seus interesses voltam-se exclusivamente para Ele, de modo que s. Agostinho afirmará que Maria era virgem tanto por não ter conhecido homem quanto por opção pessoal. Daí por que ela solicitou uma explicação sobre como conceber aquele filho. De fato, nela o Filho de Deus tornar-se-á carne, um de nós, por ação do Espírito Santo. Justamente nesse tempo favorável, a Igreja celebra a entrada do Salvador na nossa história, o dia em que a humanidade reencontra seu futuro e a condição de sua realização. Diante da opção de Maria, o anjo deixa claro que a obra de Deus nela não contará com a participação de homem e que isso não é impossível para Deus, que permitiu a geração a Isabel, uma anciã estéril. Lc esclarece que o menino Jesus, na Sua condição humana, foi criado diretamente por Deus, como fez com Adão, mas não utilizando a terra, e sim um ser humano pleno de Sua graça, uma MULHER, aquela que não tem comunicação com a SERPENTE, que não se ilude com o mal, a INIMIGA da SERPENTE. Lc indica, portanto, a NOVA CRIAÇÃO, o novo início, o novo ÉDEN.

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  5. A pobreza de Maria, bem como sua fé e abertura total à vontade de Deus, permitiram à Virgem de SER O MAIS PRECIOSO LUGAR DO MAIS IMPORTANTE ENCONTRO DE DEUS COM A HUMANIDADE. Maria, diferentemente de Eva, não dialogava com a Serpente, não se deixou atrair pelas tentações do mundo, não buscou a si mesma nem duvidou de Deus. Pelo contrário, colocou-se absolutamete à disposição do Senhor. Maria não é fechamento da graça, mas abertura para Deus; não é contradição, mas clareza; não está no início da historia do pecado, mas da graça divina, que entra na história de modo pessoal; não encabeça uma humanidade pecadora, mas uma realidade nova de discípulos, feitos filhos no Filho; não é Eva, mas Ave; não é uma vergonha, mas a Kecharitomene, a plena de Deus; não está escondida por causa do pecado, mas de braços abertos para receber o Salvador; não foi expulsa do Jardim, mas tornou-se porta para ele; não é lugar de separação, mas de encontro salvífico.

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