CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

PARÁBOLAS DE JESUS EXPLICADAS POR UM TEÓLOGO - PARTE 3 - PADRE J.E

 


Lc 11,27-28


“Enquanto ele assim falava, certa mulher levantou a voz do meio da multidão e disse-lhe: ‘Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!’ Ele, porém, respondeu: ‘Felizes, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam’”. 

A Bem-Aventurança “Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram” é correta na vida da Virgem Maria, mas exige algo mais na vida daqueles que a professam. Jesus sabia já do valor e da beleza de vida nova operados na sua mãe, sabia da humildade daquela serva à disposição da Vontade de Deus, sabia da vida doada, oblativa da amada do Pai. Então, não havia novidade na frase daquela mulher do meio da multidão quanto à Virgem Mãe. Por outro lado, aquela mulher estava encantada com o próprio Jesus Cristo, envolvida com seus ensinamentos, com um pessoa jamais vista, com palavras jamais ensinadas, com uma autoridade totalmente diferenciada, pois ele falava com autoridade, curava as pessoas, libertava-as do maligno, falava aos corações, preocupava-se com todos, fazia-se presente no meio de todos e dos mais necessitados. Então, aquela mulher não resistiu e falou o que lhe veio ao coração.

Jesus, sem negar a expressão viva daquela mulher, a bem-aventurança saída de seus lábios, faz uma observação extremamente importante: “Felizes, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam”. Pois bem, Jesus deixa claro que os bem-aventurados são todos aqueles que obedecem à Vontade de Deus, que põem em práticas seus Mandamentos, que vivem segundo o desejo do Senhor, que se fazem servos de sua Palavra. Jesus mesmo fazia da Vontade do Pai o seu alimento cotidiano (cf. Jo 4,34). Toda sua vida era voltada para o Pai. Como ninguém vai ao Pai por outro caminho senão por Jesus mesmo (Jo 14,6), significa que o segredo da conquista da felicidade eterna é viver do jeito do Filho de Deus, agindo em absoluta obediência ao Pai. 

Para os que sentem dificuldade com a Virgem Maria, Jesus não teve uma reação de quem teme uma derrota pessoal para ela. Não passa pela cabeça do evangelista querer corrigir ideias dos tempos atuais contra a Mãe de Jesus. No diálogo de Jesus, Maria é ainda mais colocada como um autêntico sinal humano de possibilidade para todos que querem, realmente, sair da ilusão de uma salvação pelas próprias escolhas, pelas próprias forças, para se lançarem numa total entrega de si mesmos à Vontade do Senhor. Ela, sim, é bendita porque, pela vontade de Deus, foi preparada para essa realidade, mas também bendita porque colocou-se absolutamente à disposição da Vontade Divina: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). O anjo Gabriel a chama de “plena da Graça” (Lc 1,27); Isabel a chama de “bendita entre as mulheres” (Lc 1,42); e o magnificat anuncia que “todas as gerações a chamarão de bem-aventurada” (Lc 1,48). O evangelista não mede suas palavras ao falar sobre a Mãe do seu Mestre como bendita, aquele que escutava e guardava tudo no silência do seu coração (cf. Lc 2,19.51).


Lc 1,26-38

1. A Galileia, um lugar sem expressão, não ortodoxo precisamente, região não valorizada, cenário da desconhecida Nazaré. É a região dos pobres, dos marginalizados, daqueles sem crédito e sem voz. Nesse ambiente encontra-se Maria, pobre, mas aberta à iniciativa de Deus, ao seu chamado. Ela inaugura o novo tempo dos pobres como amados de Deus. Sendo ela dessa região, foi conhecida, preparada, predestinada e escolhida para ser a Mãe do Senhor. Deus escolheu o que o mundo continua rejeitando, para transformar num tesouro para Si mesmo. Por meio dessa pequenina, "A MENINA DE NAZARÉ", Deus entrou na história, participando dela como um igual, assumindo a nossa carne, a nossa realidade, certamente sem o pecado, mas assumindo os nossos para nos salvar. 

2. Maria se tornou a kecharitoméne, isto é, a plena de graça, "plena do amor benévolo de Deus". Em Maria não havia brecha para o pecado. Ela é a INIMIGA da Serpente (cf. Gn 3,15). Ela não possui ligação nenhuma com o mal, todo o seu ser pertence exclusivamente a Deus, que a criou toda para Si para que ela pudesse ser toda para o bem da humanidade. Somente quem é todo pode se tornar todo para a salvação dos homens. Maria é um tesouro de Deus, amado por Ele, preparado para Seu Projeto salvífico e para ser sinal da ação libertadora. Deus a quis como Sua ARCA, como SEU TEMPLO, não feito por mãos humanas (cf. Is 66,1-2; At 7,48), como a Arca da Nova e Eterna Aliança, a Portadora de Cristo e do Espírito, a "MÃE DO MEU SENHOR" (Lc 1,43). 

3. A virgindade de Maria, totalmente consagrada a Deus, tornou-se um sinal autêntico da divindade de Jesus. Sendo toda de Deus, seus interesses voltam-se exclusivamente para Ele, de modo que s. Agostinho afirmará que Maria era virgem tanto por não ter conhecido homem quanto por opção pessoal. Daí por que ela solicitar uma explicação sobre como conceber aquele filho. De fato, nela o Filho de Deus tornar-se-á carne, um de nós, por ação do Espírito Santo. Justamente hoje, a Igreja celebra a entrada do Salvador na nossa história, o dia em que a humanidade reencontra seu futuro e a condição de sua realização. Diante da opção de Maria, o anjo deixa claro que a obra de Deus nela não contará com a participação de homem e que isso não é impossível para Deus, que permitiu a geração a Isabel, uma anciã estéril. Lc esclarece que o menino Jesus, na Sua condição humana, foi criado diretamente por Deus, como fez com Adão, mas não utilizando a terra, e sim um ser humano pleno de Sua graça, uma MULHER, aquela que não tem comunicação com a SERPENTE, que não se ilude com o mal, a INIMIGA da SERPENTE. Lc indica, portanto, a NOVA CRIAÇÃO, o novo início, o novo ÉDEN. 

4. A pobreza de Maria, bem como sua fé e abertura total à vontade de Deus, permitiram à Virgem de SER O MAIS PRECIOSO LUGAR DO MAIS IMPORTANTE ENCONTRO DE DEUS COM A HUMANIDADE. Maria, diferentemente de Eva, não dialogava com a Serpente, não se deixou atrair pelas tentações do mundo, não buscou a si mesmo nem duvidou de Deus. Pelo contrário, colocou-se absolutamete à disposição do Senhor. Maria não é fechamento da graça, mas abertura para Deus; não é contradição, mas clareza; não está no início da historia do pecado, mas da graça divina; não encabeça uma humanidade pecadora, mas uma realidade nova de discípulos, feitos filhos no Filho; não é Eva, mas Ave; não é uma vergonha, mas a Kecharitomene, a plena de Deus; não está escondida por causa do pecado, mas de braços abertos para receber o Salvador; não foi expulsa do Jardim, mas tornou-se porta para ele; não é lugar de separação, mas de encontro salvífico.




Lc 11,5-13

1. A oração confiante consegue, oportuna ou inoportunamente, o bem desejado. De fato, no caso do amigo citado no texto, existe uma verdadeira amolação, porque o outro já estava dormindo e que, pela estrura montada para a dormida, os filhos deitados na frente e por último o pai, segundo o costume em Israel, provocaria todo um descoforto daquele amigo ter que passar por sobre todos os filhos até chegar a porta. Além disso, também pelo fato de já se encontrar em repouso merecido. Pois bem, o amigo necessitado amola, confia e consegue. Com isso, Jesus nos revela que o Pai está sempre disposto a nos conceder aquilo de que necessitamos, mas espera nossa humildade em pedir-lhe sempre. O grande segredo se encontra na forma confiante e perseverante da oração: pedir na certeza de receber. 

2. O amigo incomodado sinaliza para a verdade de que nunca se deve negar um bem quando dele alguém tem necessidade. Por mais complicada que seja a situação, o bem está acima de tudo. Nesse caso, vem a figura do Pai, que está sempre à disposição dos seus filhos em suas necessidades, concedendo-lhes mais do que eles desejam: o Espírito Santo, único capaz de preencher o homem na sua totalidade. 

3. A grande necessidade do homem é a comunhão com Deus, realizada somente por ação do Espírito Santo. Mediante a presença do Espírito Santo, a oração do discípulo não se torna ação mágica, jogo de interesse, busca por si mesmo, interesse materialista, fórmula morta, mas expressão de total abertura à ação da livre vontade do Pai, por Jesus Cristo. Orar no Espírito é deixar-se guiar por Ele, colocar-se à disposição da vontade do Pai, fascinar-se pela verdade, que é Cristo, e tornar-se testemunha fiel, confiante e perseverante para o outro semelhante. 


Lc 11,1-4

1. Jesus está sempre em oração. Toda a sua vida é voltada para o Pai. Em momentos decisivos, Lc mostra Jesus em oração, como por exemplo: Lc 3,21: momento importante do seu batismo; Lc 6,12: passa a noite toda em oração antes de escolher os seus apóstolos; Lc 9,29: reza antes da transfiguração; Lc 11,1: reza antes de ensinar o Pai Nosso; Lc 9,18-22: está em oração antes de perguntar quem ele é para os discípulos; Lc 22,31-32: ora por Pedro; Lc 10,21: Jesus exulta no Espírito Santo; Lc 22,41: reza no monte das oliveiras antes de se entregar à morte; e Lc 23,34.36: reza na cruz.

2. O "Pai Nosso", ensinado por Jesus, revela sua própria vida de oração e modo mesmo como Ele rezava. Em Mt e Lc, o "Pai Nosso" se apresenta em contextos diferentes e com algumas variantes. Por exemplo, em Mt o contexto é aquele do Monte, onde Jesus ensina sobre a Justiça e sobre a vontade de Deus (Mt 6,9-13); em Lc, o contexto é o de sua caminhada para Jerusalém. Quanto às variantes, Mt apresenta sete (7) petições; e Lc apenas cinco (5). Mt está preocupado com a formação dos cristãos vindos do judaísmo; Lc, por sua vez, volta-se para os gregos convertidos ao cristianismo. Tanto Mt quanto Lc revelam a importância dessa oração na vida da Igreja já no seu início.

3. O "Pai Nosso" é a oração dos discípulos de Jesus. Eles aprenderam com o Mestre a serem pessoas de oração, rezando também do mesmo jeito e com o mesmo objetivo. Quando rezam o "Pai Nosso", enfatizam: primeiro: a atuação do projeto do Pai, o seu Nome e o seu Reino; segundo: dão relevância à própria necessidade: de pão, de perdão e de força para não cair em tentação. Assim como Jesus, o discípulo se volta para o Pai. Em Mt "Pai Nosso", em Lc somente "Pai". Os discípulo deve viver voltado totalmente para o Pai, por meio de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Toda sua vida deve ser trinitária. O Pai do Filho Amado tornou-SE, por meio do mesmo Filho, por ação do Espírito Santo, também Pai NOSSO. O ABBÁ (papai) de Jesus (Lc 22,42; 23,34.46; Gl 4,6) é agora também o ABBÁ do discípulo, constituindo uma forma nova de se colocar diante de Deus em confiança e liberdade.

4. Que nós possamos rezar o "Pai Nosso", colocando-nos à disposição da vontade do Pai, reconhecendo-O como o tudo da nossa existência, confiando absolutamente em seu projeto salvífico e enfatizando sua iniciativa livre para o estabelecimento do seu Reino. E ainda, sermos conscientes da nossa missão de instrumentos do Senhor, a fim de que Seu projeto se realiza através da nossa resposta também livre. Para isso, como seres de extrema necessidade, coloquemo-nos com humildade à sua inteira disposição, a fim de que Ele nos conceda a graça do pão de cada dia, da libertação do pecado e da fidelidade a Ele no combate ao mal.

Lc 10,38-42

1. Esse texto não quer, em seu sentido primeiro, falar de hospitalidade nem de vida contemplativa e ativa dos consagrados. Se bem que é possível refletir pessoalmente sobre esses temas. Alguém pode pensar no valor da hospitalidade a partir do gesto de Marta e também na ação missionária ou mesmo no trabalho. Outro pode explorar o fato da oração contemplativa, ficando a sós com Jesus. Tudo isso é válido, faz bem e edifica. 

2. Marta e Maria são amigas de Jesus. A partir delas, Lc quer nos mostrar como deve ser o discípulo de Jesus. Mas antes, uns dados importantes. Analisemos os verbos e expresses com relação à Marta: recebeu-o, estava ocupada, não te importas, deixe-me sozinha, manda que ela venha me ajudar. Marta, de fato recebeu Jesus na sua casa, mas dá a impressão de que ela gostaria de que Ele e Maria se voltassem para ela. É como se seus afazeres fossem mais importantes. Na verdade são importantes, mas não em absoluto. É como se Marta não fosse uma discípula de verdade, pois estava voltada para ela mesma. As ocupações consumiam a atenção dela. Já os verbos com relação à Maria: sentar e escutar. A atenção de Maria era outra. Sua preocupação estava em ficar com Jesus, aprender dele, dar tempo a Ele em sua vida. O mais importante para ela, segundo o texto, era poder ouvir o Mestre. Aqui está a condição do discípulo. Um detalhe importante é que ela não reclamou de Marta a Jesus, um sinal de que ela estava em paz consigo mesma. 

3. Jesus, quanto à Marta, não nega o fato de sua dedicação ao trabalho, mas procura mostrar-lhe a existência de um grande perigo: ela, estando preocupada e agitada por muitas coisas, certamente não encontrará tempo para ser uma verdadeira discípula e, como faziam os fariseus, envolvidos com tantos minuciosos mandamentos, já não sabiam qual era realmente o necessário. Marta já não se encontra nem encontra o seu Senhor, mesmo sabendo de sua importância e amizade. Mas não basta saber, é preciso viver. Em Jo 11,19-27, quando Marta toma conhecimento da chegada de Jesus, quatro dias depois da morte de Lázaro, vai ao encontro DELE, pois Jesus estava a uma certa distãncia, e fala-LHE com frases de efeito do farisaísmo, como: “o que pedires a Deus, ele te concederá” e “eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. Os fariseus acreditavam na ressurreição. Também é verdade que Marte tinha muita confiança em Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Essa frase, colocada nos lábios de Marta, manifesta algo mais em Jesus. Por que Lázaro não teria morrido? O próprio Jesus responde: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” A resposta de Jesus revela a necessidade de aprofundamento na fé de Marta. Ela realmente necessitava desse ensinamento novo, precisava mergulhar mais profundamente no mistério Jesus Cristo, o Messias verdadeiro. 

4. Quanto à Maria, ela encontrou o necessário. Se bem que o grande risco é não desenvolver, por outro lado, a dimensão missionária da fé, ou mesmo não querer mais fazer outras atividades, tornando-se um parasita da fé, quando não é isso que Jesus deseja. Maria se apresenta como o autêntico discípulo que, antes de qualquer atividade, de qualquer obrigação, primeiro senta para escutar o Senhor, para aprender com Ele. Diferentemente de Marta, quando Maria vai ao encontro de Jesus, não questiona nada, apenas ajoelha-se e o acolhe, sinal de quem já vivia como discípula. O importante é que Marta e Maria, uma mais cedo e outra mais tarde, tornaram-se discípulas autênticas, modelos para toda a Igreja. Marta descobriu que Jesus é tudo. Na verdade, para o discípulo só Jesus Cristo é necessário. É a partir de Cristo, que o discípulo desempenhará suas atividades no mundo. Toda ação missionária brota de um verdadeiro encontro com Cristo, de uma profunda amizade com Ele e de uma autêntica vida voltada para Ele. Qualquer coisa que comprometa essa intimidade deve ser profligada, isto é, lançada por terra. 




Lc 10,25-37


1. Um mestre da Lei, portanto conhecedor do Antigo Testamento, tendo diante de si um filho de carpinteiro, que está ensinando e conduzindo as pessoas pela estrada da libertação, arroga-se de sua “sabedoria”, do seu “conhecimento”, para humilhar o Galileu diante dos Seus discípulos, de todos os presentes. A pergunta do mestre da lei contém o dado essencial da vida eterna como finalidade, mas somente para aqueles que viverem a verdade proclamada em Dt 6,4 e Lv 19,18. Jesus rebate a pergunta com outra pergunta: “Que está escrito na Lei? Como a lês? O mestre é forçado a citar os dois texto de Dt e Lv: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência” (Dt 6,4), isto é, amar com todo o encanto, com toda a vida, gastando-se totalmente por Deus e utilizando-se da inteligência para o mais profundo conhecimento do Senhor, ou seja, ser absolutamente voltado para Deus. Depois, “… e a teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Diante da resposta, Jesus se coloca além do alcance do mestre da lei, concordando com a resposta, mas acrescentando um importante “Faze isso e viverás”, isto é, a necessidade de não saber somente, mas colocar na prática do dia-a-dia, no cotidiano das relações familiares, comunitárias e com o mundo. 


2. O mestre da Lei quis justificar-se: “E quem é o meu próximo?”. Com essa pergunta, ele simplesmente demonstrou que seu entendimento de próximo era muito reduzido, pois, como todo bom judeu, próximo significa um parente, alguém da mesma comunidade ou do mesmo país e da mesma religião. Jesus percebe a limitação daquele que O interroga e dá-lhe a mais importante lição sobre o amor de Deus mediante a parábola do samaritano. Segundo Jesus, próximo não aquele que faz parte da mesma família, do ciclo de amizade, da mesma comunidade, país ou religião. Não é a consaguinidade ou a mesma nacionalidade que caracterizam o próximo. Tal visão não passa de uma lógica própria a todas as nações. Não existe nada de novo nessa forma de ação. Próximo na lógica de Jesus é todo aquele necessitado e isso é universal; é todo aquele que necessita de atenção, de um abraço, de um conselho, de alimentação, saúde, educação e segurança; é também aquele que necessita de formação, conhecimento da verdade, de expectativas e de esperança. E ainda, para ser mais enfático, próximo é aquele que, diante do necessitado, coloca-se à disposição dele para o seu bem. Então, nesse caso, há uma exigência de fazer-se próximo.


3. O mestre da lei entendeu o ensinamento novo. Entendeu que a Lei de Deus é Dom para a libertação do ser humano e que, para isso, exige homens e mulheres renovados, segundo Jesus Cristo, para serem autênticos instrumentos da INSTRUÇÃO DE DEUS. Aquele mestre, depois desse encontro com Cristo, conquistou uma nova forma, a mais perfeita de transmitir a TORAH, porque passou ao entendimento da essência da Lei de Deus. Fica claro, portanto, que não basta o conhecimento da Lei, mas também e, principalmente, o modo mais correto de aplicá-la, que não pode ser outro senão o do Salvador. Jesus Cristo é, em si mesmo, a legítima interpretação da Lei de Deus, sendo Ele mesmo o cumprimento dela. 

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