A novidade desperta sempre a curiosidade. Certamente, alguns se deixam conduzir pelo novo; outros se satisfazem, mas ficam nisso mesmo; outros ainda, alegram-se, mas apenas a concebem como mais um evento na história; outros, enfim, não lhe dão nenhum valor. A verdade é que, no caso de Jesus, mediante suas palavras de sabedoria, os milagres por Ele realizados, seu modo humano e divino de atender as pessoas, sua autoridade no ensinamento, e sua própria pessoa, encantava a quem dele se aproximava. Nele, os anseios de Israel encontraram a concretização do futuro esperado. De fato, Ele era aquele para o qual a promessa conduzia.
2. Num segundo momento, Jesus anuncia a Paixão. Mais uma vez Jesus toca nesse assunto de morte e isso desconcerta os que são apegados, primeiramente à ideia de um messias glorioso, depois, às novidades do poder, do nome, da fama, do sucesso. Morrer é sinal de fraqueza, derrota, fim de uma esperança. Se muitos estavam vendo em Jesus a realização da promessa do Antigo Testamento, então vê-lo agora dizendo que vai se entregar à morte é concebido como traição, uma vez que eles acreditaram num Jesus glorioso, triunfalista, poderoso, capaz de combater contra o imperador romano e expulsar todo seu domínio em Israel; seria Ele o senhor do mundo conhecido, tornaria Israel um império jamais visto e incapaz de ser destruído. Afirmar que vai morrer é o mesmo que dizer que não é nada, que não passa de um fracassado. De fato, nem os seus discípulos entendiam, pois partilhavam das mesmas ideias do seu tempo. Um forte sinal disso é Judas Iscariotes, que por causa de seu objetivo, nunca se converteu a Jesus, nunca mudou de opinião e lutava sempre em favor da revelação de um Messias político, poderoso e triunfalista. Na verdade, de modo especial os discípulos, caberia a eles fazer a ligação entre Dn 7,13 (de onde se pode tirar uma imagem de Jesus como transcendente e celestial) e Is 53,8 (Jesus como "Servo"). As duas imagens estão inseridas até mesmo na realidade histórica de Jesus: uma de modo visível, outra pelos sinais.
3. Somente à luz do Espírito Santo, depois da Ressurreição de Jesus, os discípulos foram capazes de compreender o significado de Jesus Servo e, ao mesmo tempo, ser celestial, mais precisamente SENHOR. A experiência que eles tiveram com Jesus foi muito forte, de tal modo que, mesmo sendo covardes diante da cruz, com a ressurreição, desistiram de suas "vidinhas" e voltaram para o Mestre e se lançaram absolutamente em sua missão, sem medo da cruz, da perseguição e de tudo o que lhes poderia acontecer. Entenderam que antes de chegar à glória, necessitam passar pela cruz, que não existe ressurreição sem paixão, sem dor. Talvez hoje muitos queiram a glória antes do sofrimento, da luta constante, mas isso é só fantasia, ilusão de quem ainda não encontrou a verdade e não está preocupado com o bem de fato. Para se chegar ao topo de uma montanha é necessário escalá-la. Coragem, essa é a palavra para quem quer vencer; esperança, a palavra de quem quer continuar.
Um forte e carinhoso abraço.
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