CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 3 de março de 2018

O FILHO PRÓDIGO E MUITO MAIS

Lc 15,1-3.11-32 - O filho pródigo
1. Esse capítulo está estruturado em três importantes parábolas: da ovelha perdida, da moeda também perdida e a do filho pródigo ou também chamada do pai e os dois filhos. Hoje, a liturgia traz apenas a última delas. Lc procura mostrar a bondade do Pai, a atitude do filho mais velho e a realidade de quem se afasta de Deus. Por outro lado, revela um Deus misericordioso, capaz de superar os erros do filho e conceder-lhe uma vida nova, uma vida ressuscitada. Essa parábola vem, justamente, a pós um confronto com os mestres da lei. Jesus dá atenção aos publicanos e pecadores e, por isso mesmo, é criticado.
2. Convém notar que são os publicanos e pecadores que se aproximam de Jesus para escutá-lo. A escuta da Palavra de Deus é o começo do discipulado, é o início do seguimento, é o desabrochar de uma nova esperança e o princípio de uma vida nova. Certamente, Jesus não quer valorizar a vida no pecado, pois o pecado pertence ao príncipe deste mundo, mas apontar a abertura dos pecadores à Palavra de salvação. Parar para escutar Jesus significa encontrar NELE algo novo, muito mais que isso: encontrar NELE o verdadeiro sentido, a razão absoluta da vida, a luz para se ver a Deus e a própria dignidade humana. De fato, escutando Jesus Cristo, o homem descobre a Deus, a si mesmo e sua vocação.
3. Por outro lado, os fariseus e os mestres da Lei estavam ali não para escutar Jesus, para aprender algo novo, ser discípulos DELE, mas para criticá-lo, observá-lo. Essa é a posição de quem se acha pronto, que já compreende tudo, do orgulhoso que a única coisa que conhece é o afago próprio e dos outros ao orgulho pessoal. A atitude de tais representantes do povo de Deus demonstra o quanto eles estão distantes das promessas do Senhor, como se afastaram do sentido da própria Lei, como se tornaram cegos diante do Messias do Pai. Fechados em si mesmos, assoberbados dos encargos pessoais, mas distantes de sua miséria, da realidade mesma de Deus e do bem que devem fazer para com os outros. Eles são justos aos próprio olhos, são santos para si mesmos, mas não para Deus. Não se consideram pecadores e, por isso mesmo, não podem enxergar Aquele que traz a salvação. Esse é o caso do filho mais velho, que, mesmo estando com o pai, não conseguia voltar-se para ele, pois para ele bastavam simplesmente o aconchego e a segurança da casa, o conforto e a comodidade em nome do pai.
4. Os céus se alegram com o pecador convertido, com quem descobriu a beleza da graça de Deus em sua existência. Deus faz festa para aquele ou aquela que toma, agora mesmo, a decisão de ser somente dele, reconhecendo-se pecador, pecadora, mas abrindo-se completamente à bondade do Senhor, deixando-se guiar pelo Espírito de Deus, permitindo ser encontrado ou encontrada por Deus. Foi o caso do filho pródigo, que, mesmo não estando completamente convertido, gostaria de ter o que comer, satisfazer-se com dignidade, pois o que vivia, como consequencia de seus erros, o tornava indigno, desumanizado, menor do que os porcos, uma vez que não podia sequer comer da lavagem oferecida aos porcos, animais impuros. Ele se encontrava no fundo do poço, numa situação infâmia. Ao voltar para casa, encontra o pai, que foi por ele desprezado. O pai o estava esperando, porque nunca deixou de amar aquele filho, nunca esqueceu dele, sempre o acompanhava no seu coração. Ao abraçar o filho, colocar o anel no seu dedo e fazer a festa, o pai concede aquele filho muito mais do que ele tinha antes, pois o faz reviver. Mediante a ação do pai, o filho realmente não quis mais a casa e sim o próprio pai misericordioso.
5. E o filho mais velho, o que lhe aconteceu? A parábola não explica. Apenas duas coisas: a primeira diz respeito à espera de Deus pela conversão dos líderes judaicos; a segunda, que cada um de nós possa se colocar na parábola e descobrir com quem se identifica. Dessa forma, no dia-a-dia, poderá dar continuidade ao que Jesus deseja.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo


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