Raul Seixas
nasceu em Salvador em 1945, portanto é da mesma geração que definiu a
tropicália: Betânia, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa entre
tantos outros. Mas Raul, ao contrário destes, teve em sua infância um
maior contato e assimilação do rock and roll já que era vizinho e amigo
de filhos de famílias americanas que trabalhavam para o consulado
americano na Bahia.
Foi por isso
que se tornou-se fã ardoroso de Elvis Presley, fundando aos 14 anos um
fã-clube brasileiro do cantor. Engana-se porém quem pensa que Raul
renegou a cultura brasileira adotando o rock and roll; ele odiava a
bossa nova, mas, como todos sabemos, acrescentou ao seu rock elementos
de música nordestina como o baião, xaxado, música brega.
Aluno relapso
-repetiu várias vezes a segunda série ginasial- apesar de muito
inteligente e leitor voraz, rapidamente se cansou da escola decidindo
pela profissionalização como músico. Em 1962 em meio ao movimento bossa
nova que explodia no Brasil, Raul montou sua primeira banda, Os
Relâmpagos do Rock, que mais tarde mudou seu nome para The Panthers e
finalmente Raulzito e os Panteras. Pela formação do grupo passaram entre
outros além de Raul (vocal e guitarra), Thildo Gama, Pedrinho
(guitarra), Mariano Lanat (baixo), Carleba (bateria). Logo abandonou a
faculdade de direito.
Já como
Raulzito e os Panteras gravaram um compacto que foi distribuído para
rádios com duas músicas (sendo uma versão de Elvis Presley).
Apresentavam-se em clubes e algumas vezes em rádio e TV. Assim começaram
a ficar famosos como expressão local do movimento Jovem Guarda da época
-liderado por Roberto Carlos, Jerry Adriani, Erasmo Carlos, Wanderléa,
etc, por sua vez versões brasileiras de sucessos dos Beatles-.
Com o apoio de
Jerry Adriani o grupo saiu em turnê pelo Brasil com os Panteras -abrindo
os shows do primeiro- e em 1968 gravou o seu primeiro LP que não
alcançou nenhuma repercussão a nível nacional. Por isso Raul voltou para
Salvador possivelmente pretendendo abandonar a música. Raul saiu da
Bahia novamente para tentar carreira de produtor na CBS onde produziu e
compôs para Jerry Adriani, Renato e Seus Blue Caps, Trio Ternura, Sérgio
Sampaio, entre outros astros da época. Perdeu este emprego por produzir
e gastar dinheiro sem conhecimento dos seus superiores na prensagem de
seu segundo LP, Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta Sessão das
Dez.
Em 1972
alcançou a tão desejada repercussão nacional classificando duas músicas
no Festival Internacional da Canção, evento de grande repercussão
montado anualmente pela Rede Globo, um concurso de músicas. Raul
participou com Let Me Sing Let Me Sing (que chegou às finais) e Eu Sou
Eu Nicuri é o Diabo. A boa aceitação lhe valeu seu primeiro contrato com
uma gravadora, a Philips Phonogram onde lançou um compacto de Let Me
Sing Let Me Sing e o LP coletânea de covers 24 Maiores Sucessos da Era
do Rock que nem tinha o nome de Raul. O segundo compacto, Ouro de Tolo,
foi o seu primeiro grande sucesso, uma música com letra quase
autobiográfica, mas também um deboche com a ditadura e o milagre
econômico.
Foto:Wikipédia
Leia mais em: Breve biografia do Raul - - Metamorfose Digital http://www.mdig.com.br/
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