E nos demos conta do que era importante, e então uma enfermeira se tornou mais indispensável que um jogador de futebol, e um hospital se tornou mais urgente que um míssil. As luzes foram apagadas nos estádios, os filmes pararam de ser filmados, as missas e os encontros em massa. E então, no mundo, houve tempo para refletir sozinho, e esperar em casa que todos chegassem para se reunirem em frente as fogueiras, mesas, cadeiras de balanço, redes e contar histórias quase esquecidas.
Três gotículas de ranho no ar nos levaram a cuidar dos nossos anciães, a valorizar a ciência acima da economia, nos disseram que não apenas os indigentes trazem pragas, que nossa pirâmide de valores estava invertida, que a vida sempre veio primeiro e que as outras coisas eram acessórios.
Não há lugar seguro, na mente de todos nós cabem todos, e começamos a desejar o bem ao próximo, precisamos que se mantenha seguro, que não fique doente, que viva muito, que seja feliz, e junto com uma paranóia fervida em desinfetante, nos damos conta que se eu tenho água e ele de mais distante não, minha vida está em risco.
Voltamos a ser uma aldeia, a solidariedade se tinge de medo e com o risco de nos perdermos isoladamente, há apenas uma alternativa: sermos melhores juntos.
Direto das redes sociais.
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