CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

CONVERTER-SE PARA VIVER A VERDADE

22/07/2016

Sexta-feira, 22 de julho de 2016

Jo 20,1-2.11-18

1. Maria Madalena, representando aqueles que ainda não entenderam, que não alcançaram o dom da fé, sai "bem de madrugada", ainda é "escuro", vê o "túmulo", mas não entra nele, e se desespera. Nela ainda está a busca pelo cadáver, a madrugada e o escuro são sinais da ausência da luz, da vida, da novidade da fé. Não existe uma adesão a Jesus VIVO. Apesar de ser madrugada, tendo Jesus já ressuscitado, ela não foi capaz de VÊ esse mistério. Ela foi no DOMNGO, no primeiro dia da semana, que agora indica o dia da nova criação, da nova história, da vitória sobre a morte, o pecado e Diabo; dia da Ressurreição, portanto, dia do Senhor, o dia plenitude do Sábado; o dia da nova humanidade, de quem encontrou o Senhor. Ela chora ainda preocupada com o desaparecimento do corpo de Jesus. Ela não estava ali com a visão da fé, mas repleta dos bons sentimentos afetivos, no contexto de uma visão puramente humana. Mesmo com a presença dos anjos, ela continuava cega para a realidade nova da ressurreição. O sentimento de amizade ultrapassa-lhe naquele momento, não lhe dando condições de avançar como uma discípula. Um discípulo não procura um cadáver, não se regozija com um morto. É característico de quem se torna discípulo viver pela fé, envolvido na experiência e também na busca do VIVENTE, Jesus Cristo Ressuscitado.

2. Maria Madalena passa por um itinerário de fé. Num primeiro momento, ela ainda se apega aos laços humanos; depois, é convidada a ver com mais precisão os acontecimentos; por último, tem um encontro com Ressuscitado e, então, atinge uma profunda clareza na fé. Quando Jesus toma a iniciativa e chama-a pelo nome, Maria não somente tem a impressão de ter visto o sinal e manifestado sua fé, mas, além disso, ela expressa "Vi o Senhor", uma expressão típica da Igreja primitiva. O Senhor é Jesus glorioso, ressuscitado, vitorioso, presente no meio deles. As aparições de Jesus constituem o segundo sinal da historicidade de Sua Ressurreição.

3. Maria não pode tocar Jesus. Naquele momento, antes de subir ao Pai, Jesus não se deixa tocar porque é preciso subir ao Pai para poder vir ao encontro dos seus e, ainda, porque o modo como Maria se aproximou não correspondia à visão da fé exigida pela ressurreição. Jesus agora deve ser tocado de modo novo, pois se encontra num MODO NOVO, mesmo sendo a mesma pessoa, mesma identidade, portanto, mas num estado de glória, alcançado somente pela fé. É diferente, por exemplo, o modo do toque na cena com Tomé, uma vez que este não procurava os laços afetivos do passado, mas justamente a descoberta da fé no Senhorio de Cristo ressuscitado. Maria era tentada a voltar a experiência anterior, daí porque, no seu itinerário, Jesus exigir uma nova forma de relacionamento, fundamentado exclusivamente na FÉ.

4. A Ressurreição de Jesus não é uma invenção subjetiva dos Seus discípulos. Não foram os discípulos que decidiram continuar com Jesus, inventando uma mentira para se colocar à disposição dela. Não foram eles que um dia descobriram que foram mudados como homens e deveriam passar isso a outras pessoas. Impossível agir dessa forma! Eles temiam os chefes dos judeus e o poder de Roma. Além do mais, Jesus foi suspenso no madeiro como um maldito de Javé, segundo o Sinédrio. Seus discípulos foram covardes, fracos, traidores claros em Judas Iscariotes e em Pedro, bem como nos demais que decidiram seguir a vidinha de sempre, desiludidos e já sem alegria. A Ressurreição é algo extremamente superior à capacidade humana, aconteceu em Deus mesmo, sendo, portanto, historicamente provada pelo túmulo vazio, pelas aparições do próprio Jesus e pelo testemunho da Sagrada Escritura. É um fato objetivo em Jesus, que, na sua humanidade, foi glorificado para nos glorificar. Certamente, em cada discípulo e discípulo foi um fato subjetivo, pois para isso, Jesus apareceu-lhes, confirmando-os na fé.

5. A iniciativa da fé na ressurreição não partiu dos discípulos, mas de Jesus mesmo. Ele veio ao encontro de todos, deu-lhes o Seu Espírito Santo e os enviou em missão. Os discípulos não se encorajaram, mas foram encorajados pela verdade da ressurreição, pelo próprio Ressuscitado. Somente a presença de Jesus Ressuscitado, mediante o dom do Espírito Santo, poderia destruir o medo existente nos discípulos, torná-los apaixonados pelo Senhor e pela missão, corajosos combatedores dos males do mundo, sem medo, enfrentando o Sinédrio e Roma, largando tudo que possuíam, até mesmo a criação de uma família, por causa da missão evangelizadora. Somente Jesus Ressuscitado pôde, de fato, fazer com que Seus discípulos fossem capazes, inclusive, de dar suas vidas pela causa do Reino de Deus.

Um forte e carinhoso abraço.

Pe. José Erinaldo

20/07/2016

Quarta-feira, 20 de julho de 2016

Mt 13,1-9

1. Mt escreve às comunidades da Síria e do norte da Palestina, onde se encontravam dois grandes problemas: as lideranças judaicas contrárias a Jesus e o desânimo dos cristãos diante dos graves desafios da missão num mundo indiferente à Palavra de Deus. Mt procura esclarecê-las e estimulá-las no ministerio, reaproximá-las da vocação cristã e do primeio amor, e da responsabilidade de cada um diante do mistério da cruz, para se alcançar a salvação dos perseguidores; e ainda evidencia a presença do reino de Deus em atividade constante, atuando como uma simples semente, mas que tende à glória. Tal semente lançada no coração do homem, a fim de que ele faça sua parte, como terreno fecundado, respondendo à ação do Senhor em sua vida para seu bem e o bem de toda a humanidade.

2. No texto de hoje, o acento cai sobre a semente, que é a Palavra de Deus. Ela deve ser semeada no mundo inteiro, mesmo que os terrenos sejam de má qualidade. Um exemplo disso, é a terra de Israel, um território impróprio para o plantio ou mesmo a semeadura. Lá, é comum lançar a semente estando ainda a terra despreparada, ou seja, completamente tomada de matos, mas mesmo assim, o semeador lança a semente, sabendo de todos os riscos, podendo ou não colher algum fruto mais tarde. Assim deve proceder a comunidade cristã. Sua preocupação não deve se concentrar na colheita, na transformação imediata da humanidade, numa resposta rápida ao anúncio feito. Em muitos casos isso é possível, mas em muitos outros, tudo parece não dar certo. Aí bate o desânimo. O semeador deve ter apenas uma preocupação: semear sem medo e confiante no poder de Deus.

3. Aquele que semeia deve, antes de tudo, não escolher o lugar onde a semente será lançada nem querer forçar o crescimento da semente nos corações. O semeador deve ser uma pessoa de profunda vida de oração, de conhecimento da Palavra de Deus e de conhecimento da realidade humana; alguém simples, humilde, paciente, desapegado, disponível, obediente e decidido. Deve ser alguém que creia de verdade, que entenda sua vida como um dom e viva a vida como um dom de Deus, e tenha como alicerce de sua existência a verdade. Dessa forma, terá como preocupação uma mais cuidadosa missão evangelizadora, procurando ser mais autêntico e mais eficaz na semeadura da Palavra, desapegado dos frutos e apegado ao exercício digno de sua missão, deixando a Deus a responsabilidade da força motora do desabrochar e do desenvolvimento da planta, bem como a colheita dos frutos. O semeador deve ser fiel e verdadeiro, amar e viver na alegria da resposta a Deus, semeando no coração de todos os homens, sem exceção, pois seu interesse é a salvação de todos, deixando-os livres para darem frutos ou não, muitos ou poucos frutos, mas que cada um seja livre na resposta ao chamado salvífico de Deus.

Um forte e carinhoso abraço.

Pe. José Erinaldo
Escrito por Pe. José Erinaldo às 10h51
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19/07/2016

Terça-feira, 19 de julho de 2016

Mt 12,46-50

1. Os discípulos constituem a nova família de Jesus. Aqui não cabe a reflexão daqueles que vêem no texto um desprezo à Virgem Maria como Mãe. Essa não é a posição do evangelista. O contexto desse texto não é fácil porque há uma direta rejeição a Jesus por parte dos líderes judaicos, que andaram espalhando ser Jesus possuído pelo mal, e também por parte de parentes seus, que, pelo fato de nem serem profundos na fé nem no conhecimento de Jesus, e, além disso, influenciados pelos líderes de Israel, foram incapazes de enxergar NELE a presença de Deus. Eles foram incapazes de entender o mistério do Deus encarnado, um mistério desprezado por muitos, mesmo depois da vitória Jesus ressuscitado.

2. Quanto à Virgem Maria, se queremos aprofundar o que disse Jesus, ninguém, depois de Jesus, foi mais obediente à vontade do Senhor do que Sua Mãe. Sendo assim, duplamente Maria seria Mãe: uma por ser de fato, naturalmente mãe por vontade de Deus, outra, pelo fato de fazer totalmente a vontade do Senhor. Então, em ambos os casos, Maria está ligada a Jesus: tanto nos laçoes consaguíneos quanto no âmbito da fé. Quem procura esse tipo de reflexão, prescidindo de Maria, diminuindo-a, sinaliza para uma espécie de inimizade com a Igreja Católica e, ao mesmo tempo, para uma certa deturpação do texto Sagrado. É triste quando isso acontece! A Palavra de Deus não pode ser usada para jogos de interesse pessoais, mas entendida segundo o mesmo Espírito que a inspiriou e aplicada no seu verdadeiro objetivo querido pelo próprio Deus. Essa deturpação da Palavra infelizmente existe por parte dos irreponsáveis heréticos de todos os tempos.

3. Aqui trata-se de uma família que tem como fundamento a vontade de Deus. Jesus não veio ao mundo para ser mais um membro familiar, para viver preso à mentalidade dos laços consaguíneos, para ser um grande homem na história. Pelo contrário, veio para realizar a salvação de todos. Ele é o Salvador, aquele pelo qual não somente tudo foi criado, mas também aquele pelo qual toda a criação foi salva. Ele é o Verbo de Deus, o Filho eterno, o Caminho, a Verdade e a Vida; Ele é Deus com o Pai. Sua vinda, portanto, constitui o tempo novo da nova familiaridade, que, não negando a importância da consanguinidade, tem seu fundamento na FÉ, como adesão total à sua pessoa e à sua obra.

4. Jesus foi rejeitado pelas instituições de sua época. De fato, na sociedade e na religião Jesus não encontrou familiaridade nenhuma. Tudo para Ele foi desafio, rejeição e indiferença dos líderes judaicos, desprezo pelo projeto que Ele apresentava, negação de toda sua pessoa até a morte. Em outras palavras, Ele não foi amado pelos da mesma nacionalidade e religião, nem por muitos dos seus parentes. Ele tinha consciência de sua identidade, da missão a ele confiada e do Reino que anunciava e que estava presente nele. Em nenhum momento prescindiu do projeto do Pai por causa de laços sociais, religiosos ou mesmo de sangue. Diante disso, constituiu discípulos, pessoas que formariam Sua nova família, o novo povo de Deus, a Sua Igreja, uma família fundamentada na obediência à vontade do Pai, dedicada à missão salvífica e totalmente entregue à prática do amor, tendo a Verdade como fundamento e a Vida como objetivo supremo.

Um forte e carinhoso abraço.

Pe. José Erinaldo

18/07/2016

Segunda-feira, 18 de julho de 2016

Mt 12,38-42 (Mc 8, 11-13; Lc 11,29-32)

1. Mateus enfatiza a presença de mestres da Lei e fariseus e são eles que dizem a Jesus que querem ver um sinal. Marcos, por sua vez, cita apenas os fariseus discutindo com Jesus e querendo pô-lo à prova. Lucas, sem falar da presença de fariseus e mestres da Lei, afirma a presença das multidões, e a elas, Jesus começou a falar. O texto de Mt é o mais longo, e o de Mc, o mais curto. Mt assinala para uma geração “má e adúltera”, e Lc, para uma geração “má”. Os três textos formam um todo (O EVANGELHO), pois afirmam a presença de mestres da Lei e fariseus, além das multidões em torno a Jesus e as limitações que os atormentavam, bem como o desinteresse pelo Salvador.

2. "Esta geração é uma geração má e adúltera". Poderíamos nos perguntar por que é má e adúltera esta geração. Talvez alguns começassem a responder pelo que presencia no dia-a-dia, como violência, discórdia, divisões, apegos desordenados, vícios, desvalorição do outro, desrespeito à dignidade das pessoas, terrorismo, tortura, exploração das pessoas, etc. Talvez possamos avançar mais profundamente, vendo as causas, como por exemplo: o próprio pecado, destruidor dos nossos sonhos, do desejo de Deus em nós; a nossa indiferença à vontade de Deus, à sua Palavra, ao seu apelo de conversão; a nossa persistência no erro, nos nossos vícios; o nosso apego ao nosso "mundinho", ao nosso "universo pessoal", às nossas vaidades; o medo de se lançar verdadeiramente em Deus. Esta geração é má e adúltera porque REJEITA DEUS LITERALMENTE; é uma geração idólatra. Seus olhos não conseguem mais ver as maravilhas do Senhor, já não conseguem sentir mais o seu apelo da salvação, não têm mais encanto para com as coisas do alto. E pedem sinais. Para quê? Por quê?

3. Jesus mesmo é o sinal; é Deus conosco, é o Reino de Deus presente entre nós; traz por meio de SI a nossa salvação. Ele mesmo é o nosso "Caminho, Verdade e Vida". Em SI, está o juízo definitivo para todos os seres humanos, fora dele não há salvação. Ele é maior que qualquer outro profeta, pois todos existiram em função dele, para ele, como promessas apontadas na direção dele, que é a plenitude da Lei e dos profetas. Não se pode alcançar plenitude por outro caminho. Na verdade, nem existe plenitude para quem não escolhe o Filho de Deus. Nós fomos criados para a comunhão com Deus e essa só pode acontecer por meio de Jesus Cristo, que nos dá o seu Espírito Santo, o qual nos configura a Cristo para a glória de Deus Pai.

4. Por meio de Jesus Cristo, somos chamados à conversão. Precisamos descobrir em Cristo o verdadeiro sinal do Pai. O Verbo se fez carne (mistério do esvaziamento de Deus), assumiu-nos, carregou sobre si nossos pecados, morreu por nós (ponto forte do esvaziamento) e, por nós, ressuscitou. Quer dizer: toda sua vida foi entrega de SI mesmo por nós, todo para o Pai e para nós, amando-nos de modo total, querendo somente o bem maior para nossa existência: a nossa salvação. De que outro sinal necessitamos? Por que somos tão cegos e tão ingratos? Por que somos tão indiferentes às coisas de Deus e tão abertos às do mundo e do demônio? Por quê?

Um forte e carinhoso abraço.

Pe. José Erinaldo

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