CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos. São Paulo, na carta aos romanos, faz uma sequência interessante sobre a questão da escolha:

 


O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos. São Paulo, na carta aos romanos, faz uma sequência interessante sobre a questão da escolha: Deus conhece, predestina para ser conforme à imagem de seu Filho, chama, justifica e glorifica (cf. Rm 8,29-30). Então, a escolha faz parte de um todo que tende à glorificação do escolhido, isto é, tende à realização da vocação primeira de cada ser humano (GS 22,5). Quanto aos 72, Lc traz à memória um dado judaico importante na época: os judeus acreditam que quando se deu a promulgação da lei no Sinai, a quantidade de nações existentes correspondia a 70. Assim, enviar 72 discípulos seria como que enfatizar a universalidade da missão de Jesus. Também é importante notar que os 72 não formam um grupo qualquer, mas um autêntico discipulado de Jesus, ao lado dos apóstolos, para realizarem a missão mesma do Mestre.


 


2. O discípulo é alguém escolhido pelo Mestre, foi convidado por iniciativa do Senhor. Ele não se tornou o que escolheu por si somente, mas foi escolhido. A ele, Jesus concedeu a graça de realizar a sua mesma missão, ir às mesmas pessoas, usando seu poder curador e suas mesmas palavras, objetivando a mesma finalidade. Em outras palavras, o discípulo, tendo como honra ser discípulo, deve ser como seu Mestre, agindo segundo o Senhor. A condição do discípulo é a mesma do Mestre: mansidão, pobreza e pacificação; sua exigência é ser fiel, ser todo para Deus e para os mais necessitados, proclamar o Reino, não temer ser rejeitado, não abandonar, por motivo nenhum, o anúncio do Reino; e, por último, deve lançar-se totalmente nas mãos do Senhor. Não deve existir nada que impeça o discípulo de lutar pelo Reino de Deus. O mundo lhe é hostil, como as nações a Israel, o mesmo com relação à comunidade cristã inicial. O mundo quer destruir a fé cristã, mas o discípulo não teme esse mundo, um mundo de lobos vorazes. O discípulo combate, sendo ele mesmo luz na Luz, que é Jesus Cristo, sendo “ovelha”, pobre das riquezas do mundo, focado na missão salvífica, simples e cheio da graça de Deus para libertação dos necessitados.


 


3. Triste de quem rejeita um discípulo do Senhor, pois significa colocar em xeque a própria salvação, e é uma forma de rejeição ao próprio Jesus Cristo. Quem rejeita um discípulo, despreza aquele que ao discípulo se identifica. O discípulo é um oásis de Deus na terra, um horizonte para o mundo, uma esperança em meio a guerra, uma flor no deserto da vida, um consolo para todos. A presença de um enviado de Jesus Cristo é sinal da lembrança de Deus, do respeito que Ele tem para com os Seus, uma ação de bondade no meio da história. Abrir as portas aos discípulos, é abri-las à entrada do céu naquela casa. A recíproca também é verdadeira. O discípulo é disponível, desapegado, solidário, irmão e amigo de quem o recebe, é um dom para todos, faz-se presença de Deus onde se encontra.


 


4. Precisamos colocar-nos em oração, a fim de que Deus envie mais operários para sua Igreja, homens e mulheres fiéis, apaixonados pela salvação da humanidade, pessoas que não temam dar suas vidas pelo bem de todos. Sejam leigos, religiosos, sacerdotes: todos somos chamados a realizar a vontade de Deus no mundo, combatendo as trevas. Alguns dizem que hoje existe uma escassez tremenda de vocações, mas não acredito totalmente nisso. O que vejo, além do desinteresse de muitos, é a frieza de quem poderia ser um sinal autenticamente vocacional para o outro, pouca disponibilidade para se preparar sacerdotes felizes com o sacerdócio de Cristo, bem como na vida religiosa, homens e mulheres encantados com o Senhor a partir do testemunho recebido. As vocações estão bem aí, às portas, precisamos enxergá-las com mais atenção. Na verdade, nosso olhar se volta para o que mais nos interessa. Talvez outras coisas estejam sendo consideradas mais agradáveis, mais atraentes, mais significativas do que o próprio Senhor, o que indica um desastre espiritual tremendo. Diante disso, rezemos com mais fervor, encanto e intensidade, sejamos verdadeiros instrumentos nas mãos de Deus, para que Ele realize o que deseja na Igreja, em nós e para o mundo. Firmes em Deus, partamos para o meio dos lobos na certeza de que eles vão querer a morte para nós, mas, oferecendo a outra face, esforcemo-nos para matar neles aquilo que os torna lobos, a fim de que se tornem cordeiros amáveis, conscientes de pertencerem a Deus. Nossa luta, portanto, é gigantesca, mas venceremos se formos totalmente aliados do Salvador.


 


Um forte e carinhoso abraço.

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