CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

JESUS CRISTO PALAVRAS DE DEUS - PARTES INFINITAS

 "Eu vim para lançar fogo sobre a terra" - o fogo significa o juízo de Deus, no sentido de purificar e consumir (cf. Lc 17,29-30). Vê-se também a questão do Espírito Santo, que vem como que línguas de fogo (cf. Lc 3,16; At 2,3.19). Não cabe aqui a forma de pensar de alguns falsos cristãos que entendem o fogo como forma de destruição do “outro pecador”, daquele que não fez ainda uma escolha por Jesus. É a mesma lógica daqueles que queriam arrancar o jôio antes do momento da colheita. Nesse mentalidade, cabe um “dilúvio” de fogo, um dia para o fogo destruir tudo (cf. Sf 1,18; 3,8). O que se quer aqui não é a destruição das pessoas, mas do pecado, do mal que destrói o homem. O fogo que Jesus quis trazer é aquele que purifica e, ao mesmo tempo, salva. Entende-se por Sua Palavra, Sua Mensagem e Seu Espírito.

2. "Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra!" - aqui faz referência ao mergulho na morte do próprio Jesus (cf. Sl 124,4-5). Tal realidade indicará o banho de regeneração dos que nascem para Deus pelo batismo, para formar o novo povo de Deus (cf. At 1,5; 2,38; 2Pd 2,5-6). A morte de Jesus é um juízo de Deus para o mundo: é vitória que salva e condena. É salvação para todos os que se abriram ao amor de Deus; é condenação para os que não deram importância ao dom de Si mesmo para o bem deles, e ainda o abandonaram, desprezando-o como uma praga.

3. Jesus vem como um "fogo que devora, como uma torrente que transborda" (cf. Is 30,27-28.30), de modo que não se pode entender outra coisa senão o juízo de Deus para a humanidade. Desde a encarnação, a ação de Deus é decisiva para todos. Em si mesmo, o Filho de Deus julga o mundo. No seu esvaziamento, nas palavras proferidas, no modo como atende as pessoas, na sua forma de ser profeta, na morte e ressurreição. Toda a vida de Jesus Cristo exige uma escolha absoluta. Diante dele não se pode ficar "em cima do muro": ou se coloca a favor ou contra. Então, a morte de Jesus torna presente mais diretamente esse juízo de Deus, mostrando-o como que um fogo que devora.

4. Lendo dessa forma, percebemos porque a presença de Jesus indica claramente a divisão. Sendo Ele a paz, não pretende estabelecer no mundo uma paz de acordos políticos, de ausências de conflitos em nome da fama e do calar-se diante das injustiças do mundo, ou mesmo pra não ferir A ou B. A paz que Jesus carrega consigo é fruto de uma escolha decisiva e, por isso mesmo, absoluta, e Ele deve ser o escolhido. Não haverá paz verdadeira fora DELE. Nesse caso, a divisão não se dá por meio de jogo de interesse de uns contra os outros, mas por causa da Verdade, do Bem maior, da própria salvação. E isso não deve causar nem espanto nem medo. Muitos não querendo abraçar tal realidade criam problemas, afastam-se, talvez até mesmo isolando-se. Quem, de fato, teve um verdadeiro encontro com Jesus, não deseja voltar ao passado jamais. Em nome de Jesus, o que não é verdade é descartado. A escolha por Jesus permite ao homem enxergar o mundo com os olhos de Deus.
Os fariseus querem desmoralizar Jesus. Para isso propõem a questão da liceidade do repúdio à mulher (Dt 24,1). Além disso, eles tentam gerar um confronto entre Jesus e Moisés, posto que este permitiu o divórcio. Sendo Moisés a figura mais importante no judaísmo, então Jesus, facilmente, seria desprezado. Jesus, por sua vez, sai dessa armadilha e nela coloca-os, deixando-os no confronto com Moisés, quando afirma: "Moisés vos permitiu divorciar-se das vossas mulheres porque sois DUROS DE CORAÇÃO". Segundo Jesus, a permissão dada por Moisés tinha como motivo a incapacidade de entendimento dos homens de sua época. Ao dizer isso, Jesus está, de certo modo, ratificando a ignorância dos fariseus muitos séculos depois. Quer dizer, eles continuam incompreensíveis, desumanos, não convertidos, atados aos seus instintos e não à vontade de Deus. Por causa desse coração empedernido, continuam cegos diante do que Deus realmente deseja.

2. A eles, Jesus explica o que Deus estabeleceu desde o início: "Não lestes que no princípio o Criador os criou homem e mulher e disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois se tornarão um só ser? Assim não são mais dois, mas um. Pois bem, O HOMEM NÃO DEVE SEPARAR AQUILO QUE DEUS UNIU". Ou seja, a indissolubilidade não depende da vontade humana, mas da unidade estabelecida por Deus. Certamente, deve-se ter conhecimento da verdade desse casamento. Há motivos claros de casamentos não concretizados perante a Igreja, mesmo tendo sido celebrados com a assistências de ministros autorizados. O texto de Mt coloca um caso importante, que indica a possibilidade de um repúdio, quando se trata de πορνεια, traduzido como fornicação. Alguns traduzem como adultério, mas o termo grego para adultério é μοιχεια, de modo que não convém afirmar adultério como motivo para o divórcio com tanta facilidade, uma vez que se trata de um texto complexo. Jesus conclui, decididamente, segundo Sua autoridade pessoal, colocando, acima de tudo a vontade do Pai: "E eu vos digo: se alguém se divorcia da sua mulher por um outro motivo que não seja união ilegítima e esposa uma outra, é adúltero". 

3. E os que não se casam? Muitos acham, dentro do contexto de dureza do próprio coração, que não devem casar se é assim como Jesus fala. Em outras palavras, é como se só valesse casar se o homem pudesse fazer o que lhe interessasse somente, conservando a decisão da separação no seu poder, e não segundo a lei de Deus. Depois, para os que não são casados vem o peso dos apelidos. Era assim que eles tratavam Jesus, que era celibatário (célibe) e Seus discípulos não casados ou aqueles que largaram suas esposas para seguir o Mestre. O apelido usado em sentido pejorativo era "eunucos". Jesus responde, mostrando que existem três formas de eunucos: os que nascem já impotentes, os que se tornaram assim por intervenção cirúrgica e aqueles que se fazem eunucos (não fisicamente) por amor ao Reino dos céus. Nesse último caso, estão Jesus e seus discípulos. 

4. O texto conclui afirmando a importância dessas duas instituições: o casamento e a vida em virgindade por causa do Reino de Deus. Esta última surge como um autêntico ideal cristão na comunidade primitiva. A virgindade vai cada vez mais sendo vista como um verdadeiro sinal do Reino, um instrumento eficaz de evangelização e de entrega total a Deus. No capítulo sétimo da primeira carta aos Corinthios, Paulo enfatiza bem o valor da Virgindade consagrada. Na conclusão do texto, Mt mostra o grande passo na descoberta do valor do matrimônio e da realidade nova de se viver também a Virgindade consagrada, tendo como meta a salvação como objetivo maior.



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