CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

MÃE TOMA CONTA DE NÓS

Lc 1,46-56
1. “Minha alma glorifica ao Senhor”. O “cântico de Maria” é, na verdade, tirado do Antigo Testamento, uma parte de 1Sm 2,1-11 e alguns versículos de salmos. Para muitos biblistas, trata-se de um canto composto depois da Ressurreição de Jesus, atribuido, primeiramente, à “virgem” Israel, segundo sua condição de pobreza, humilhação e desprezo por parte de outras nações. Quando os primeiros cristãos perceberam que Jesus era, realmente, o Messias esperado, não tiveram dúvidas da ação divina em magnificar a “virgem” Israel, que seria para sempre chamada “bem-aventurada. Lc, à luz do Espírito de Deus, compreendeu que se tratava de um canto totalmente voltado para a realidade da “Virgem” (1,27), Mãe do Messias, pela qual Deus se fez presença no mundo. Em Lc não há possibilidade de ser Mãe do Glorioso Deus se não for plenamente revestida da mesma glória.
2. Não se trata apenas de um cântico de agradecimento, mas também e, especialmente, de um hino altamente revelador da ação de Deus em favor dos mais simples e da exigência da condição de servo por parte de quem se coloca à disposição da vontade do Senhor. Esse hino mostra a vitória e a alegria do humilde aberto à ação de Deus, a realização do poder do Senhor em favor da humanidade sofredora e a presença de Deus na história. E nos lábios da Virgem Maria, serva do Senhor, ele encontrou seu maior significado e expressão, tendo em vista que ela é sinal da Nova e Eterna Aliança, totalmente disponível à vontade do Pai, absolutamente DELE e PEQUENINA, a mais pura, singela, simples e humilde das criaturas de Deus. Lc enxergou de imediato essa realidade, vendo em Maria a mais pequenina serva do Senhor.
3. Maria não se fez o que se tornou, mas tornou-se o que Deus quis que ela fosse. Foi feita dom de Deus para nós, serva obediente, fiel, simples e humilde, “porta aberta ao paraíso”, templo, sacrário vivo do Verbo Eterno feito carne. Por seu lado, deixou-se conduzir pela vontade do Amado Deus, seu encanto, sua razão de ser, sua felicidade. Em nenhum momento deixou-se envolver pelos “encantos” do mundo e suas ilusões, mas, pelo contrário, ao se lançar totalmente no Plano de Deus, quis para o mundo o melhor, aquilo que somente Deus poderia oferecer, que somente o Céu tem pra dar: a salvação. Maria viveu no mundo, mas não permitiu que o mundo vivesse dentro dela, usou do mundo, mas não se deixou usar por ele, andou no mundo, mas não deixou que o mundo fizesse estrada na sua alma, morou no mundo, mas não permitiu que o mundo habitasse nela. Todo o seu ser pertencia absolutamente a Deus.
E nós, somos capazes de proclamar que somos um encanto para Deus? Somos cristãos alegres? Temos fé realmente? Maria, por ser a mãe do Senhor, é bem vinda a nossa casa? Temos dúvidas quanto a sua importância na Igreja? Temos consciência de que estamos no mundo, mas não devemos ter o mundo dentro de nós? O mundo ainda nos domina? Somos, de fato, totalmente de Deus? O que somos verdadeiramente?
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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