CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 16 de junho de 2017

O ALIMENTO

Jo 6,51-58
1. “Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. Não se trata, portanto, de um alimento para as necessidades naturais. Diferentemente do maná, a Carne de Cristo é alimento para a vida eterna, para a vida de comunhão com Deus. A carne gloficada de Jesus é Eucaristia. Assim, tem-se um processo na compreensão do pão do céu, que passa do discurso da Pessoa à Eucaristia, sem deixar de ser a Pessoa que alimenta de Si mesma na Sua condição de “carne” glorificada. Esse é um momento crucial no entendimento da homilia de Jo 6. Ele traz consigo o tema da divindade, da carne, do pão do céu, que é a Pessoa de Jesus, que se faz Eucaristia, alimento de vida eterna.
2. “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?”. Esse discurso de Jesus não foi fácil para os judeus, que não comiam nem todo tipo de carne, quanto mais, nesse caso, tratando-se de carne humana. O canibalismo não fazia parte de suas refeições. Eles se sentiram, então, escandalizados com essas palavras de Jesus. Será que o Nazareno está mesmo falando sério? É realmente aquilo que eles estão entendendo? E quanto ao sangue, Lv 10,14 o condena vivamente como refeição. Agora, diante de Jesus, eles reagem vivamente.
3. Jesus, por Seu lado, insiste que Sua carne é comida e Seu sangue, uma bebida: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós”. Em outras palavras, alimentar-se da carne e do sangue de Jesus é condição necessária para se ter a vida em si, ter a vida eterna, ser ressuscitado no último dia, viver em Cristo e ser morada DELE e viver por causa DELE. Em suma, não será possível conquistar a vida eterna, a salvação sem escutar a Palavra de Deus, depois, sem aproximar-se DELE e, por último, sem DELE alimentar-se, “Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida”. Não é suficiente dar atenção só à palavra. É necessário vivenciar a palavra na direção do sacramento e este à luz daquela. A Eucaristia só pode ser alcançada pela escuta sincera da Palavra e pelo dom da fé.
4. O cap. 6 de Jo é uma grande e bela homilia sobre o sacramento da Eucaristia, evidenciando a necessidade de se aproximar de Jesus Cristo como o Enviado do Pai, a Palavra que é Deus com o Pai e está voltada para o Pai, Aquele que, de fato, se fez carne (enfatiza-se o termo “carne” em detrimento da palavra “homem”, entendendo carne como o homem todo na sua fragilidade), Aquele que, agora, oferece Sua “carne” e Seu “sangue” como alimento de vida salvífica, glorificada, ressuscitada. Nesse sentido, a Eucaristia não é uma demonstração mágica, não é um ritual simbólico em que, antes, o pão e o vinho finalizavam alimento material e agora, finaliza a salvação, ou que significava pão e vinho e, agora, significa corpo e sangue de Cristo, ou ainda, ser corpo e sangue de Cristo somente durante a Ceia. Não, não é assim. A Eucaristia é, verdadeira, real e substancialmente, juntamente com a alma e a divindade, o Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo (cf. Conc. de Trento, cânon 883).
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo




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