Dança da Onça
A dança da onça é típica dos Bororo, no Mato Grosso, e se trata de um ritual de passagem de um jovem rapaz para a vida adulta.
Nessa dança, o rapaz é enaltecido por ter supostamente matado uma onça sem ajuda de outros caçadores.
Assim, ele se veste com a pele da onça e usa uma máscara para encarnar o espírito do animal.
Seus movimentos são pulos e batidas de pés, acompanhados pelos outros da tribo.
Dança dos praiás
O povo Pankararu, localizado no estado de Pernambuco, tem como costume realizar a dança dos praiás, que integra um ritual sagrado maior.
Na ocasião, o dançarino usa uma vestimenta complexa de palha e uma máscara ritualística que cobre o rosto.
É uma dança que ocorre de forma circular ou em fileiras e tem o canto como importante linguagem que a acompanha.
Dança Jacundá
Uma dança originada dos povos indígenas da Amazônia é o Jacundá. Essa manifestação acontece de forma circular, em que homens e mulheres participam de mãos dadas e uma pessoa fica no centro da roda tentando sair.
Quando consegue se libertar, quem a deixou escapar toma seu lugar.
O processo é feito ao som de uma cantiga que se repete, produzindo um tipo de “mantra”.
Dança Cateretê
Também conhecida como Catira, essa dança é atualmente realizada no interior de São Paulo e faz parte da cultura sertaneja.
Sua origem carrega elementos indígenas, mas também africanos e europeus, sendo fruto de uma mistura das diversas culturas presentes no solo brasileiro.
Inicialmente praticada apenas por homens, hoje também recebe mulheres no grupo.
A disposição é feita em fileiras, onde um de frente para o outro faz movimentos de batidas comas mãos e os pés, numa espécie de sapateado.
Características das Danças Africanas
As danças africanas tradicionais são realizadas em ocasiões importantes. Destacam-se as cerimônias em rituais de passagem, nascimento, casamento, morte, colheita, guerra, alegria, tristeza, doenças e agradecimentos.
Apesar de o continente africano ter uma grande extensão com diversos países e culturas diferentes, podemos destacar como pontos comuns na dança da maioria dos povos africanos:
- a organização em círculos, semicírculos ou fileiras;
- a participação de todos, independente da idade ou escala social na comunidade;
- o acompanhamento de música produzida pelo som de instrumentos de percussão e batuques de tambores.
A partir do estilo de dança africano evoluíram ritmos hoje bastante conhecidos pelo brasileiro, como a capoeira e o próprio samba.
Dança Africana e Religião
Na visão da maioria dos povos africanos, a dança é uma importante fonte de conexão religiosa. Nela, o corpo é o instrumento de ligação com o mundo dos espíritos.
Há a crença de que, dependendo do ritual, a dança deve ser executada com os pés descalços para promover a ligação do espírito com a terra.
O ritmo é considerado elemento de passagem para o mundo espiritual para onde o participante é levado após um transe.
Tipos de Danças Africanas
Entre os muitos ritmos de origem africana, podem ser destacados: o ahouach, o guedra, o schikatt, a gnawa, a kizomba e o semba.
Ahouach
A coreografia é executada com o sacolejo dos corpos de bailarinos que carregam pesadas joias talhadas em pedra e âmbar.
O acompanhamento é feito por instrumentos como flautas e tambores confeccionados em pele de cabra. Em geral, é executada no centro e no sul da África.
Guedra
O guedra é realizado pelo “Povo Azul” do deserto do Saara. Essa manifestação cultural engloba as populações da Mauritânia, Marrocos e Egito.
Essa é uma dança ritualística em que as pessoas movimentam-se em agradecimento aos elementos da natureza: terra, ar, água e fogo. É caracterizada pelo toque de tambores a embalar bailarinos trajados de azul e branco.
Schikatt
Também de origem marroquina, o schikatt é semelhante à dança flamenca. Nesse ritmo, os bailarinos revelam movimentos com influência oriental e árabe.
Adornadas de véus coloridos que cobrem todo o corpo, as bailarinas também se cobrem de joias enquanto balançam sob o som de palmas e instrumentos de percussão. Essa é a dança erótica da mulher do Marrocos.
O gnawa é uma dança ritualística que marca a passagem de um mundo para outro.
Vestidos de branco, os bailarinos simulam a presença do deus Hadra, que é trazido para a Terra. Sob o som de tambores e palmas, são executados movimentos acrobáticos.
Kizomba
O kizomba é um estilo de dança originário nos anos 80 em Angola. Frequentemente é confundido com o zouk, outro gênero musical e de dança.
Está entre os ritmos que mais demonstram a dinâmica intercultural das danças africanas. Ganhou adeptos no Brasil e, principalmente em Portugal, com várias academias de dança especializadas em ensinar o ritmo aos europeus.
Essa dança celebra a felicidade e a confraternização e espalhou-se por todo o continente africano. Exibindo movimentos suaves e rítmicos, é cantada em crioulo e português.
Também de origem angolana, o semba é dançado em pares e tem a finalidade de divertir.
É dançado em festas e confraternizações, onde os bailarinos se colocam em pares e executam passos marcados por sensualidade e malabarismo.
Danças afro-brasileiras
No Brasil, a influência da cultura africana é enorme, por conta da vinda forçada de milhares de africanos que vieram ao Brasil para serem escravizados.
Dessa forma, foram criados diversos gêneros musicais e estilos de dança no país com grande influência africana. Alguns deles são:
- Capoeira: mistura música, dança, luta e jogo;
- Congada: que possui caráter religioso;
- Jongo: ritmo que teve bastante influência na criação do samba;
- Maracatu: muito presente na região nordeste do Brasil;
- Samba de roda: surgida na Bahia, no século XVII, hoje é integra o Patrimônio Imaterial da Humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
EXPRESSE O SEU PENSAMENTO AQUI.