Economistas de instituições financeiras passaram a ver a
economia estagnada neste ano, ao mesmo tempo em que elevaram pela
quinta semana seguida a projeção para a inflação, para mais de 7% pela
primeira vez, deixando inalterada a perspectiva para a Selic ao final de
2015.
Pesquisa Focus do Banco Central (BC) divulgada nesta
segunda-feira mostrou que a estimativa para a expansão do Produto
Interno Bruto em 2015 caiu a apenas 0,03%, contra 0,13% no levantamento
anterior, quinta vez seguida de deterioração da projeção.
Para 2016, a projeção também foi reduzida, a 1,50%, 0,04
ponto percentual a menos do que no levantamento anterior. Em relação a
2014, os economistas consultados mantiveram a perspectiva de expansão de
0,10%.
Já a estimativa para a alta do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 chegou a 7,01%, contra 6,99% na
pesquisa anterior, depois que o Banco Central avaliou que os avanços no
combate à inflação ainda não foram suficientes.
A meta oficial é de 4,5%, com margem de 2 pontos
percentuais. A última vez que a inflação oficial brasileira ficou acima
de 7% foi em 2004, quando o IPCA subiu 7,60%.
Na semana passada, o BC elevou com força sua estimativa
da alta dos preços administrados em 2015, para 9,3%, através da ata do
Comitê de Política Monetária (Copom), embora considere que o cenário de
convergência da inflação para o centro da meta em 2016 se fortaleceu.
A alta dos preços administrados é uma das maiores fontes
de pressão neste ano, e no Focus a estimativa subiu a 9%, contra 8,70%
anteriormente.
Para o final de 2016, a projeção para o IPCA foi mantida em 5,60%, com avanço de 5,80% dos administrados.
Juros
A pesquisa mostrou ainda que os agentes consultados não mudaram a perspectiva para a Selic neste ano, e mantêm a projeção de nova elevação de 0,25 ponto percentual em março, com a taxa básica de juros encerrando 2015 a 12,50%.
Em janeiro o BC manteve o ritmo e elevou a Selic em 0,50
ponto percentual, a 12,25% ao ano e, de modo geral, após a ata parte
dos especialistas ainda acredita que a entidade monetária deixou a porta
aberta sobre seus próximos passos na condução da política monetária.
Para o final de 2016, a perspectiva da Selic no Focus também não mudou, permanecendo em 11,50%.
Já o Top-5 de médio prazo, com os economistas que mais
acertam as projeções, continua vendo a Selic a 13% ao final deste ano, e
a 11,75% no fim de 2016.
REUTERS / TERRA
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