CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 27 de maio de 2017

HOMILIA DO DOMINGO


VII Domingo da Páscoa, 28 de maio de 2017 - Ascensão do Senhor
Mt 28,16-20
1. A ascensão de Jesus é a Sua entrada gloriosa no céu, Seu retorno vitorioso à casa do Pai, Sua exaltação como Senhor e Dominador do homem e da criação, garantia da ressurreição para todos os que se converterem. Sentado à direita do Pai (Hb 1,3.13), tem a senhoria sobre todas as coisas ou pessoas (Hb 2,7-9; 8,1; 19,12s; 12,2); elevado, Ele plenifica todas as coisas (Ef 4,10); exaltado na glória (1Tm 3,16); entra no santuário celeste como Sumo Sacerdote, para exercer Seu ministério de intercessão (Hb 4,14; 6,19s; 7,26; 8,1; 9,24). Certamente, essa glorificação não diz respeito à Pessoa divina do Verbo enquanto natureza divina, pois enquanto Deus, Ele já é glorioso. Trata-se da glorificação do Verbo feito carne, isto é, na Sua condição humana.
2. Não foram os apóstolos que determinaram a ascensão de Jesus em corpo e alma, mas a realidade mesma da Ressurreição de Jesus em corpo e alma quem determinou uma tremenda reviravolta neles, que se depararam com uma realidade absolutamente nova. São eles os convertidos, não os inventores da glorificação do Mestre. Eles jamais admitiriam, sendo autênticos semitas, uma vida imortal de fato sem a glorificação também do corpo. Não haveria vitória sobre o pecado e a morte, se o corpo não tivesse sido glorificado. O pecado atinge a pessoa toda no seu corpo e alma. Jesus assumiu o pecado humano e morreu. A vitória se deu justamente na glorificação de toda a Sua humanidade (corpo e alma). Inclusive, os apóstolos tiveram que repensar suas concepções sobre a escatologia, de modo a ver na glorificação em corpo e alma de Jesus a inauguração da ressurreição dos mortos, ponto de partida para a restauração escatológica (cf. At 1,6-7) (cf. Dicionário enciclopédico da bíblia, 120-121). A eles não cabia permanecer olhando o Cristo que “se foi”, mas, em comunhão com Ele, mediante o Espírito Santo, irem “pelo mundo, pregando o Evangelho a toda criatura”, a fim de que todos, pela fé e pelo batismo, fossem feitos participantes da Nova e Eterna Aliança, feitos discípulos.
3. Para o evangelista Jo, toda a vida de Jesus é expressão da glória de Deus, pelo fato mesmo de Ele está sempre voltado para o Pai. Em três momentos cruciais, a glória divina se condensa ainda mais: no mistério da paixão, morte e ressurreição. A vitória de Jesus faz parte do total de Sua existência toda para o Pai, na totalidade do Seu SIM à vontade de Deus. Pode-se até afirmar que Sua vida kenótica, vida de esvaziamento por causa da salvação da humanidade, é já glória de Deus, pois significa, já no início, vitória sobre a lógica do poder mundano. Os mistérios da ENCARNAÇÃO, PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO são absolutamente ligados, formando um todo da experiência vitoriosa de Jesus, culminando com Sua exaltação à direita do Pai.
4. Possivelmente, Lc se inspirou no texto de 2Rs 2,9-15, que trata do "rapto" de Elias e da missão de Eliseu, que recebe o espírito do mestre Elias para dar continuidade a missão profética. Lc, antes de tudo, mostra a presença de Deus, citando a nuvem; coloca dois homens de vestes brancas (cf. At 1,10), os mesmos que apareceram no sepulcro, para revelar a explicação de Deus sobre a Páscoa; as vestes brancas indicam o universo de Deus; e o olhar para o céu (cf. At 1,10) revela o anseio dos apóstolos pela volta imediata do Senhor, o desejo de que Ele retorne logo à Sua obra. Assim como no texto acima, Lc mostra Jesus passando o comando para Seus discípulos. O poder de Elias passa para Eliseu, o de Jesus passa para Sua Igreja, que deve ser Seu mais autêntico instrumento de salvação para o mundo, mediante ação do Espírito Santo.
5. Cantemos, irmãos: “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Ele é o nosso Senhor, o nosso Rei, o Deus da nossa salvação (cf. Sl 46). Alegremo-nos porque nossa natureza já penetrou no mais íntimo de Deus. Em Jesus, fomos glorificados. Nossa natureza foi elevada à glória de Deus. Também O adoremos, conhecendo-O sempre mais e com profunda intimidade, pois dessa forma agiram os discípulos: “Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele” (cf. Mt 28,17). Pois bem, esse VER indica conhecer verdadeiramente. Quem de fato O conhece, adora-O como Senhor e Salvador. A partir daí, outra não será a condição de vida do discípulo senão a de discípulo evangelizador, testemunha autêntica do Ressuscitado até à Parusia (Segunda vinda de Jesus Cristo). Não será verdadeiro discípulo quem não tem SAUDADE de Jesus e DESEJO de viver com Ele para sempre no CÉU.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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